Não posso demonstrar interesse

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PRIME MINISTER OF URSS




– Onde ela está? - rosnei para Ryan que levantou as mãos em defensiva.

– Eu. Não. Sei. - respirou fundo e passou as mãos pelo cabelo - Ela não disse nada de mais, apenas convidou Fidel para um chá.

Soltei uma risada irônica, Vivian nunca foi próxima do pai e então do nada ela convida o pai para um chá?

– O que mais? - falei mais alterado.

Eu sabia que não poderia ter deixado ela tanto tempo, porém minha vida andava uma loucura. Eu mal tinha tempo para dormir, quem dirá para vigiar Vivian.

– Só. Raul não divulgou isso a ninguém, escolheu um dia em que estávamos ocupados. - engoliu seco.

– Com toda essa merda acontecendo, ele quer manda-la para longe. Deve confiar muito em seus empregados. - falei tentando raciocinar melhor, aquilo não fazia sentido algum, e se algum espião estivesse infiltrado e fizesse mal a ela?

– Aquela velha. - Ryan falou depois de um tempo em que estávamos em silêncio - Aquela que anda para cima e para baixo com ela.

– Raul não seria burro. - falei óbvio.

Toda essa situação me dava nos nervos, Vivian era como uma carta na manga que eu tinha contra os cubanos e agora em sua ausência, eu não tinha nada.

– Eu não confio em nenhum desses deles, nós estamos na beira de uma guerra! Eu quero ela de baixo dos meus olhos, só confio a mim a tarefa de protegê-la. - falei com raiva.

– Eles não poderiam esconder isso de nós. - Ryan falou respirando fundo - Porque provaria que estão desconfiados de nós e isso seria um insulto, nós não levamos insultos para casa.

Eu entendia a raiva de Ryan, ele e eu pensávamos da mesma forma, estrategicamente falando.

– Eles mal tem conhecimento do que Vivian significa para nós. - falei contrariado - Precisamos pensar em outra estratégia, e se ela não retornar?

Por mais eu achasse que ela iria retornar, precisávamos estar um passo à frente de qualquer um.

– Vamos esperar ela voltar. - falou calmo e eu bufei, eu não precisava que ele me falava o óbvio.

– Eu quero ela aqui. - falei teimoso.

– E você terá ela. - ouvi a voz de Nolan adentrando meu escritório.

– Ótimo. - falei em inglês e ele revirou os olhos.

– Só cuidado para não dar bandeira. - falou e eu me virei para a porta.

– Nikita? - escutei Nolan me chamar - Posso conseguir algumas informações sobre o paradeiro da menina, mas precisa ter calma. Não podemos expor quão interessados estamos em saber de seu paradeiro, ainda mais que vocês...

– Cala a boca por favor. - falei impaciente.

Tentei me manter calmo.

– Estamos de folga, aproveitem. - falei encerrando aquele assunto - Estarei em meus aposentos, Nolan se alguém precisar de mim, diga que não quero ser incomodado.

Bocejei assim que cheguei no corredor do meu quarto, de longe pude avistar um entre e sai de funcionários do quarto de Vivian. Tentei manter meus olhos longe, mas foi impossível conter minha curiosidade.

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