Magia

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VIVIAN CASTRO



Aquela noite estava em minhas lembranças como a mais perfeita.

Eu me recordo de como Justin me segurava firme em seu colo e ao mesmo tempo seu toque era suave. Ele nunca levantou o tom de voz para mim naquela época, tão inocente eu era, cai em sua lábia convencida de seu amor.

Eu acreditava que nosso amor superaria qualquer barreira. Doce e tola criança eu fui.

Lembrar fazia meu coração se encher de alegria e tristeza. Doía em meus ossos e ia de encontro ao meu coração, que parecia bater com dificuldade como se soubesse que o seu dono está longe.

Mas quando eu olho para o meu rapazinho de olhos cor de mel, cabelos dourados e nariz fino, meu peito se enche de amor.

Dizem que quando o amor não cabe em dois corações, Deus envia mais um.

Eu o amava. Parecia que eu o amei de mais, ultrapassei os limites do aceitável.

Mesmo depois de todo o inferno, eu não me arrependia. Bastava olhar para o fruto do nosso amor, que compensava toda a humilhação, todo o medo e insegurança.

Tínhamos vivido uma história de amor. Uma aventura.

Até hoje me recordo quando já fazia um mês que nos encontrávamos às escondidas.

Era mágico, não parecia ser real.







Me espreguicei e me levantei cambaleando. Passei meus olhos pelo quarto e tudo parecia igual.

Era de extrema importância não ter nada de estranho no meu quarto, para nenhum funcionário desconfiar. Nada como peças de roupa ou sapatos ou até alguma bagunça fora do normal. Obviamente, Justin era quem pensava essas coisas, tudo o que eu poderia pensar quando ele estava perto de mim era em beija-lo.

Não tínhamos evoluído desde a última aula, apenas conversávamos e nos beijávamos todas as noites.

Justin era muito cuidadoso quando se tratava de nós, no começo eu até gostava, mas agora me dava nos nervos.

Muito coisa havia mudado em minha vida, eu tinha conquistado um voto de confiança com papai e não precisava estudar aquilo que não fosse de meu interesse. Eu estava conquistando certa independência, fruto da minha relação com Justin - ele inspirava a mulher dentro de mim, que nem eu sabia que existia.

Basicamente, eu gostava de passar o dia lendo, no jardim, às vezes eu passeava, mas a melhor parte do meu dia era quando Justin pulava sua varanda e vinha ao meu encontro.

Eu estava apaixonada.

Se ele quisesse me tomar como sua, ele podia, tinha meu consentimento. O meu único medo era engravidar, esse era o problema que me fazia parar todas as vezes que um fogo insano subia pelo meu corpo, sem contar em como eu me sentia úmida, naquele lugar...

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