Fidel não aprova a nossa relação

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N/I: Os mísseis que o Justin cita se refere à Crise dos mísseis (1962) e quando ele se refere ao Kennedy, se refere ao então presidente americano da época.

Boa leitura amores sz





VIVIAN CASTRO


A brisa passava pelas portas abertas e atingiam meu corpo em cheio. A noite não estava fria, estava agradável.

– Pelo menos algo está. - sussurrei desejando que essa semana passasse o mais depressa possível.

Os dias de segunda e terça haviam sido resumidos por diplomacia, falsos sorrisos e comentários grosseiros.

Parecia que repentinamente todos estavam interessados em me ver desconte. As vezes, pensamentos irônicos como "Esse é o preço?" passavam pela minha mente.

Tudo o que eu tinha vivido as escondidas com Justin parecia estar sendo cobrado agora. Mal olhamos para a cara um do outro depois que voltamos da casa de praia. Eu estava ofendida e por um motivo desconhecido ele também.

– Essa musica parece melancólica. - a voz grave e baixa de Justin soou pelo cômodo inteiro - Claude Debussy.

Quase revirei os olhos por ele saber o nome do compositor.

– Eu gosto. - continuei na mesma posição.

Estava sentada, com as pernas de lado próxima à varanda.

– Podemos conversar? - sua voz estava calma, eu não estava.

– Não iríamos conversar amanhã à noite? - o encarei e ele estava parado, se escorando na parede com as mãos no bolso.

– Quero conversar hoje. - estávamos olhando um no olho do outro - Não consigo passar mais um dia nesse clima...

Ele soltou um palavrão em russo e eu tentei contar de um até dez para não explodir. Olha em que ponto tínhamos chegado?

– Se sente. - arrumei minhas pernas no sofá e ele se sentou na outra extremidade.

– Dois dias foram o suficiente para pensar no que eu propus? - ele cruzou as pernas e me olhou.

– Já sabe a minha resposta. - falei baixo.

– Mas eu queria que pensasse mais sobre o assunto. - ele passou as mãos pelo cabelo - Mal parecemos um casal, você está brava, eu estou furioso, não quero que as coisas andem assim.

Eu o olhei agora mais interessada no assunto.

– E por que acha que estou brava? - não dei tempo dele responder - Você me ofendeu naquela bilhete!

Ele pareceu estar tentando se lembrar de suas palavras escritas.

– Condições? - falei sendo irônica - O que pensa que eu sou?

– Tenho certeza que levou a palavra "condições" no contexto errado. - ele deu de ombros - Não quis ofender.

Eu bufei.

– Me ofendeu! - me levantei do sofá - Você é tão cara de pau que nem ao menos me pede desculpas.

Justin parecia incrédulo.

– O que disse? - ele piscou - Acredite se houvesse algum motivo para pedir desculpas, eu já as teria dito!

Ele se levantou e me encarou sério. Eu tinha começado a discussão e iria até o final.

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