| CAPÍTULO PERDIDO |

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Autora: __NiallsPlacebo
Notas: Essa fanfic não me pertence, tenho total autorização da autora para traduzi-la. Tenha uma boa leitura🌹

LOCALIZADO EM UM PASSADO MUITO ANTES DO HARRY CONHECER O LOUIS.

–Mãe? -as palavras saíram da sua boca antes de pensar na encrenca em que estava se metendo.

Anne Styles virou sua cabeça com cabelos escuros na direção do garoto alto com cabelos cacheados que estava ao seu lado.

–Mas olha só se não é a estrela de Londres -zombou a mulher, gesticulando enquanto sorria cruelmente. –Ilumina a cidade ainda ou... o seu tempo em cena já acabou?

–Também é um prazer vê-la -riu o garoto, nada intimidado pelo comportamento cruel da sua mãe. –Não sabia que você saía de noite. Achei que tivéssemos concordado que a única fera noturna era eu. 

Anne riu alto e tocou na sua taça antes de falar.  –A diferença entre você e eu, querida.  É que seu eu saio, todos sabem que eu sou uma mulher. Já você, precisa se esconder no meio de todo esse corretor e sombra para tentar ter algum traço de mulher.

Harry riu, sua voz profunda ecoando pelo lugar. –Meu Deus, -disse ironicamente. –Isso foi pobre. Inclusive para você.

Anne ergueu uma sobrancelha enquanto se arrumava na poltrona de couro autêntico e falava. –Não costumo usar muitos neurônios e nem saliva com pessoas que não merecem.

–Sempre tão mesquinha, você não muda nada, hein? -zombou o garoto, cruzando os braços e fazendo com que o finíssimo traje preto realçasse o seu corpo.

–Eu vim nesta noite para inaugurar um clube e imagine a minha surpresa ao encontrar pessoas com tão pouco status social entre a suposta lista de convidados -disse Anne, falando indiretamente do seu próprio filho.

–Continuamos sendo família, infelizmente -respondeu o garoto. Ela era sua mãe, mas ele também era uma pessoa.

–Infelizmente você decidiu se excluir da família para seguir esses impulsos e... fetiches de pouca moral -respondeu a mulher, revisando as cutículas. O que era inútil já que eles estavam em meados de dezembro, no clube aberto, e suas mãos estavam envoltas em finas luvas de seda oriental.

Harry sorriu. –Eu não entendo.

–Eu também não entendo sua mania de fazer de conta que é uma mulher pelas noites, mas aprendi a ignorar -rebateu indiferente.

–Não, eu não entendo porque presume como boa a educação que eu recebi de você. Não entendo como pode passar pela vida e esfregar na cara dos seus amigos que eu recebi a melhor educação, tanta moral escolar, e que mesmo assim eu decidi me afastar da sua proteção. Não entendo esse papel que você interpreta sobre ser tão liberal. Não entendo como você diz que pertence a essa elite de novos pensamentos sociais e vem se sentar aqui para beber champanhe caro e rir enquanto come fígado de ganso e finge que se importa.

Anne hesitou um segundo, mas Harry não tinha acabado.

–Não entendo como você pode se sentir bem consigo mesma ao conhecer plenamente a forma com que me criou. Você me fez. Tudo o que eu sou, é um reflexo do que você foi, de quem é e de quem que vai ser, mamãe.  E se diz conhecer bem  a forma com que me criou, deve se lembrar de como me falou sobre o que é a sexualidade e do que cada pessoa faz com ela. Tem que se lembrar das minhas dúvidas e saber das suas respostas livres de pudores. Se lembrar das vezes em que eu não estava seguro de como ser ou agir. Deve se lembrar daquelas noites mamãe, em que você me dizia que não importava o que diziam sobre mim porque eu sabia quem eu era de verdade. Agora, me diga. Por que você me criou de um jeito se no final agiu de outro e finge que não fez nada? Por que fica aterrorizada sobre algo que você mesmo me ajudou a entender e compreender? Me explica porque eu não entendo. Não entendo como pôde me criar pensando em algum dia ser alguém que se levanta e luta pelas suas crenças e fosse verdade, como você me ensinou a ser.

Anne tentou falar mas as palavras não saíram. E não sairiam nunca.

–Você me fez. Eu sou um parte de ti. Como pode não entender uma parte de si mesma? E só mais uma coisa, se você não entende uma parte, não entende nenhuma e então mãe, o único fodido aqui não sou eu.

–Posso ter te criado e educado da minha forma, mas a pessoa que você escolhe ser agora é uma decisão unicamente sua -Anne contra-atacou sem sucesso.

–Sim. Mas mãe, você é uma mulher inteligente e sabe que esse não era o meu ponto -continuou Harry. –Minha pergunta é, como você sente vergonha do seu único filho ao ponto de escondê-lo de toda a família e amigos dizendo que ele está morto? Como sobrevive com isso? Não, não. Esquece. A pergunta é, como consegue se importar mais com a opinião dos outros do que com o bem estar do seu próprio filho, mãe?

Anne desviou o olhar para baixo. Agora, não se reconhecia. A mulher coberta de jóias e tecidos caros era outra pessoa que ela nunca tinha visto antes. E sentiu nojo de pensar em ser ela.

–Era o que eu achava -disse Harry, tomando o último gole do seu vinho. –Tenha uma boa noite entre sua moral e jóias caras, Anne.

E depois disso pegou o seu casaco e saiu para a noite, perdendo-se na cidade.



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S(he) |♀Larry Stylinson♂[portuguese version]Onde histórias criam vida. Descubra agora