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De manhã Sam acordou bem, o médico o examinou e deu alta. Ele caminhou abraçado em mim até a camionete, o ajudei a subir.

-Estou bem amor!-disse ele rindo.

-Eu sei, é só precaução.

Fechei a porta dele e fiz a volta subindo na camionete, respirei fundo antes de girar a chave, Sam me observava, eu não queria pensar sabe, tentei ligar o piloto automático no meu cérebro, mas não estava dando certo.

-Está tão calada!-sussurrou ele.-Fiz algo. . .

-Não, não Sam, não fez!

-To me sentindo um idiota!

-Não foi sua culpa, eu deveria ter ouvida a Mel, não era pra ter provocado ela.

-Você não fez nada de mais meu amor, apenas falou umas verdades na cara dela.

-Não Sam, ela me provocou a um tempo atrás, e eu não lembro direito o que falei, mas foi algo do tipo que ninguém tiraria você de mim!

Estacionei na garagem e fitei o teto.

-Sam eu acho que preciso ir pra casa. . . você está bem mesmo?

-Não!

O olhei apavorada.

-Ta doendo alguma coisa? Quer voltar pro hospital?

-Não Sophi, não vou ficar bem sem você, fica comigo?

-Eu preciso ficar um pouco só, pensar. . .

-Vem!

Ele desceu e fez a volta abrindo minha porta e me tirando de dentro, eu sempre acabo sedendo a ele.

-Samuel, ah, que bom!-disse a mãe dele.

-Bom dia pessoal, eu estou me sentiondo meio fraco, espero que não se importem se eu subir e tomar meu café no meu quarto.

-Pode ir meu amor, daqui a pouco mando lá pra vocês!

Sam me abraçou no elevador e não disse nada, entramos em seu quarto, Sam entrou no banheiro e encheu a banheira de água, escovei meus dentes enquanto a banheira enchia. Sam jogou sais de banho. O silêncio predominava entre nós, mas de uma maneira confortável. Ele tirou a roupa dele, o observei, cada músculo, cada movimento de sua pele, Sam veio tirar a minha roupa devagar, sempre com carinho, eu não tirava os olhos dele, seus cabelos pretos agora um pouco compridos, passei os dedos sentindo a maciez dos fios, Sam pegou minha mão e entrou na banheira primeiro segurou minha mão pra me ajudar, ele sentou e eu sentei no meio de suas pernas, de costas pra ele, Sam pegou a esponja e passou em minhas costas sem pressa, em meus braços, meu pescoço, ele me puxou para seu peito e passou a esponja entre meus seios e deslizou pela minha barriga, soltou a esponja e ficou abraçado comigo. Como eu poderia passar meus dias sem esse carinho, sem sentir sua pele quente sobre a minha, peguei sua mão e a coloquei em meu rosto, e deixei o que me incomodava sair de mim em forma de lágrimas silenciosas, mas intensas. Não me importa em quem estou me transformando, contanto que eu o tenha assim pra mim, eu quebraria mil narizes, eu mataria por ele, e também entregaria minha vida pra saber que ele estaria bem.

-Estou aqui!-sussurrou ele.

Assenti, eu juro que tentei me acalmar, mas não consegui, me virei e o abracei, Sam se levantou comigo em seu colo, pegou uma toalha e secou-me enquanto eu chorava com as mãos no rosto, acho que ele passou a mesma toalha nele pois foi rápido, ele voltou a me pegar no colo e me levou pra cama, nos cobriu e ficou abraçado em mim até eu adormecer.

Acordei com Sam fazendo carinho em minha cabeça, meu estômago roncou. Espreguicei meu corpo ao lado do dele, Sam estava vestido, passei a mão por debaixo da camiseta dele sentindo seu peito.

-Agora sim é a minha Sophia!

-Desculpe-me por antes!

Ele me alcançou um pote com morangos.

-Não tem que me pedir desculpas amor, você se esgotou, passou por algo inesperado, que não me contou direito o que aconteceu, mas que mexeu no mais profundo do seu ser.

Eu ri com a boca cheia de morango.

-Que foi, estou errado?

-Não, você. . . Está certo!

Lhe dei um beijo casto e voltei aos meus morangos.

-Vamos almoçar?-perguntou ele.

-Dormi toda manhã?!

Me levantei e fui ao closet pegar um vestido.

-Coloca um moletom, vamos ficar quietinhos em casa hoje, o que me diz?

-Aceito!-falei sorrindo.

Coloquei meu moletom, Sam trocou sua calça jeans por moletom, descemos pelas escadas.

-Não vai me contar o que ouve com sua mão?

-Não quero me lembrar Sam!

-Tudo bem!

. . .

-//-

Narrado por Samuel.

Saimon correu pra me abraçar, geralmente ele faz isso com a Sophi. Retribui o abraço e ele estava choroso.

-Fiquei com medo!-disse ele.-Nem quando eu tava no carro com a Sophi fiquei com o medo, que eu fiquei ontem!

-Ei, foi só um susto!-falei limpando suas lágrimas.-Não vai se livrar de mim tão cedo!

-Que bom!

Estavam arrumando a mesa, minha mãe me deu um abraço e um beijo.

-Cadê o pai?

-No escritório, vá chamá-lo!-disse ela.

Sophi ficou entretida com Saimon. Fui ao seu escritório, bati na porta e abri, meu pai estava com as mãos esfregando suas fontes.

-Pai?!

-Ah, filho, não o ouvi, desculpa?!

Fui até ele.

-Vim te chamar pra almoçar e quero aproveitar pra te perguntar o que aconteceu de verdade comigo, Sophia me disse apenas o básico, mas a mão dela tá muito machucada, um hematoma enorme ta cobrindo até a parte de cima da mão como se ela tivesse socado uma parede.

-Não socou a parede, mas destruiu o rosto da sua prima, quando entrei no quarto ela estava a socando no chão do outro lado da sua cama, eu nunca imaginei ver a doce Sophi falando palavrão, e perguntando o que ela deu a você, eu a tirei de cima de Samanta e ela percebeu que você estava tendo uma convulsão. . .

-Não me lembro de nada disso!

-Samanta te deu êxtase, mas pelos exames que fizeram em seu sangue, não era apenas êxtase era algo mais pesado, eles disseram o nome científico do negócio, não lembro agora, mas seu corpo reagiu mal e você teve uma parada respiratória, eu não sábia o que fazer, já tinha ligado pra ambulância, eu não saberia o que fazer filho. . .

Uma lágrima correu dele e eu o abracei.

-Tenho um anjo comigo pai!

-Sophia é mais do que isso!

-Eu sei!

-Eu vi fúria selvagem nela, vi alguém que mataria por você filho!

-E isso é bom?

-Nunca deixe ela sair do seu lado, não a perca, não a abandone, não se acha uma mulher como ela em qualquer lugar.

Sorri ao ouvir o conselho do meu pai.

-Vou fazer o 10° pedido, queria que fosse descente, será que pode me ajudar?

-Claro!

Fiquei conversando um pouco com ele sobre o que fazer e como fazer, meu peito ainda dolorido está cheio de orgulho da minha garota.

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