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Narrado por Sophia:

O carro capotou e outro estava quase no meu lado um tiro no vidro em minha direção, Sam deu um pulo.

-O que ouve?!

-Alguém está atirando!-falei.-Segura firme!

-O que vai fazer?

-Acabar com isso!

Outro tiro, desta vez no retrovisor, a bala apenas marcou o tiro. Acelerei em meio a chuva e bati na trazeira do carro da frente. Nosso carro é blindado, isso significa que posso foder o carro da Frente.

-Sophi!!!

-Segura Sam!

Bati outra vez, quase virando o carro da frente, outro tiro logo após.

-Me alcança a arma Sam!

Ele pegou a arma e me entregou, abri pra ver se tinha balas e estava carregada. Agora era o carro da frente que estava sendo perseguido por mim.

-Vamos acabar com isso de uma vez por todas!

Como diz o ditado, estou com sangue nos olhos.

-Segura a direção Sam!

-Cuidado Sophia!

Entreguei a direção abri a janela e coloquei o braço pra fora, não acertei o pneu como eu queria, mas acertei o vidro traseiro.

-Esse carro é comum!-falei.-Mantém a direção firme!

Pisei novamente no acelerador, havia apenas uma pessoa no carro, ela estendeu a mão pra trás e atirou gastando suas balas eu acho. Tirei um pouco mais o corpo pra fora, a chuva doía no rosto, mas eu precisava me posicionar, Sam passou os pés pra embreagem e acelerador assumindo a direção, sentei em seu colo, atirei em cheio no pneu, o carro derrapou Sam diminuiu a velocidade e dei um tiro que acertou a lateral do outro pneu, que explodiu e a pessoa perdeu a direção do carro, virou e raspou a parte de cima no asfalto, fazendo xispas, arrastou mais uns metros e parou, Sam desligou a camionete e desci.

-Sophi fica no carro!

-Não, isso tem que acabar!

Corri até o carro na chuva, a arma engatilhada, se minha vida depender de uma bala eu vou atirar. Caminhei devagar, vi movimentação no carro, abri a porta do carro.

-Parada ou eu estouro seus miolos!

-Vá em frente!-disse Inês, toda ensanguentada.-Atire se tiver coragem!

-Não teste minha paciência!-falei abrindo mais a porta.

Inês caiu pro lado de fora, toda a iluminação que eu tinha, vinha dos faróis do nosso carro. Sam desceu.

-Fique ai Sam!-gritei pra ele.-Sai dai Inês, quero ver suas mãos!

-Não consigo, não sinto minhas pernas!

-Cobra não tem pernas!-falei.

-A polícia já está vindo!-disse Sam.

Fúria, raiva, ódio, ela me fazia sentir tudo isso junto, sem nenhuma compaixão.

. . .

Narrado por Samuel:

Eu vi uma nova Sophia naquele momento, alguém que eu não conhecia, minha tia estava se arrastando pra fora do carro.

-Deixa eu ajudá-la Sophi?!

-Não antes dela me jogar a arma dela!

-Está descarregada!-disse minha tia.

-Joga pra ela!-falei.

Inês pegou a arma, neste momento dois estampidos quase ao mesmo tempo, foi tão rápido que só senti a queimação no braço esquerdo e o grito de dor de Inês, que foi calado com um chute em seu rosto, Inês desmaiou e eu apertava meu braço. Um apito no ouvido e ao fundo eu ouvia Sophi me chamar, ela me levou até a frente do farol do nosso carro.

"-Sam?!"

-Acho que to bem!

Sophi rasgou a manga da minha camiseta.

"-Deixa eu ver!-disse ela no fundo da minha cabeça.-Tire a mão!"

Tirei e olhei o sangue correndo na chuva me deixou enjoado. Ela levantou o meu braço e o olhou, pegou a manga na minha camisa e a amarrou em volta do meu braço. Me deu soluço e Sophi sorriu. A dor foi esquecida por aquele sorriso. Peguei seu rosto com a outra mão e a puxei pra um abraço.

-Eu te amo Sophia!

"-Te amo mais!-disse ela."

Os quatro seguranças chegaram no local, um dele sendo arrastado por dois deles.

-Ai, graças a Deus estão bem!-disse Sophi.

-E vocês?-disse um deles.- A Polícia e a ambulância está a caminho!

-Estamos bem, a bala que atingiu Sam entrou e saiu, fiz um toniquete até a ambulância chegar, ela eu já não sei.

-Belo tiro!-disse outro segurança abaixado na frente de Inês.-Está viva, só desmaiada.

-Que pena!-sussurrou Sophi.-Acho que vou levar Sam pro hospital!

-Já estão chegando!-disse um segurança.- É bom que estejam aqui quando a polícia chegar!

-Podem esperar no carro!-disse outro segurança.

Entrei no carro e respirei fundo afastando o enjoo, ainda estou com adrenalina correndo pelo corpo, um susto fodido, isso foi o que aconteceu, Sophia entrou alguns minutos depois.

-Sam... Me desculpe, eu...

-Sophi...

-Eu precisava acabar com isso de uma vez por todas e você acabou se machucando por minha causa!

-Você atirou em mim?-perguntei debochado.

-Atirei na mão dela!-sussurrou Sophi.-Foi por um triz que não estourei a cabeça dela Sam.

-Então pelo que está se desculpando?!

-Pelo monstro que você acabou de presenciar!-disse ela saindo do carro.

Não creio no que ouvi, Sophi não tem nada de monstro, meu braço começou a doer, desci do carro e Sophi estava encostada na parte de trás do carro pegando chuva no rosto. Encostei do lado dela.

-Você é minha vida Sophia Evans, a luz que me protege, a razão da minha felicidade, meu pilar...

Sophi começou a chorar e me abraçou, o braço atingido está tão dormente que não consegui dobra-lo. Acariciei seu cabelo agora encharcado.

-Acho que precisamos de uma folguinha amanhã!-disse ela.

-Com certeza!

A Polícia chegou com a ambulância, atenderam primeiro Inês que não acordou do desmaio, um paramédico elogiou o torniquete e o sangramento estava fraco, ele  nos mandou acompanha-los ao hospital pra levar pontos, o segurança machucado foi na ambulância com Inês. Explicamos tudo aos policiais, um dos seguranças acompanhou a polícia e os outros foram conosco. Sophi foi dirigindo.

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