Capítulo 06

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Maxine

Eu estava quase terminando a minha lição de matemática quando escutei um barulho na árvore ao lado de minha janela. Deve ser só o vento, pensei.

— Maxine... — ouvi o meu nome por um sussurro e levantei a cabeça, olhando em volta do meu quarto e depois para a porta. Fechada. Ué. — Maxine, minha consagrada, aqui fora.

Olhei para a janela e vi Blake pendurado na árvore. Puta que pariu. Arregalei os olhos e levantei em um pulo.

— O que você está fazendo aí? — perguntei em um  sussurro indo até a janela e ele abriu um sorriso lindo.

— Posso entrar? — ele perguntou e eu pisquei algumas vezes, dando espaço para que ele entrasse. Céus, se os meus pais o vissem, eu estaria ferrada.

Blake entrou com um pouco de dificuldade pela minha janela e eu fiquei lá, parada com as mãos atrás do corpo. Ai meu Deus. Eu estava de pijama, e ele era de coala. Respirei fundo e sorri sem graça para o loiro que me encarava com um sorriso engraçado.

— O que foi? — perguntei colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu estava morrendo de vergonha.

— Nada, só estou admirando essa obra de arte na minha frente. — ele disse apontando para mim e eu comecei a rir, me sentei na cama colocando as mãos sobre o meu rosto. O loiro riu baixo e se sentou ao meu lado. Calma.

Muita calma. Blake Gray está na minha casa.

Blake Gray está no meu quarto. Na minha cama.

Nenhum garoto entrou no meu quarto ou se sentou na minha cama.

Puta que pariu.

— Tudo bem, Max? — ele perguntou e a minha respiração ficou pesada, eu vou morrer? — Hey, relaxa, sou só eu. O Blake.

— É exatamente por ser só você, que eu estou assim. — disse rindo de nervoso e ele pegou as  minhas mãos, as tirando do meu rosto. Olhei para ele que sorria gentilmente, que garoto perfeito.

— Eu não sei se isso é bom ou ruim, mas só fique calma, eu não irei te machucar... Não consigo nem matar uma mosca. — ele falou e eu ri, respirando fundo. Se acalma, é só o Blake.

— Robert, você não sabe o poder que tem sobre mim. — falei e ele arqueou as sobrancelhas, pisquei algumas vezes. — É, q-quer dizer, q-que p-poder? Você conhece o Tony?

Comecei a gaguejar e falar rapidamente. Apontei para o ursinho que estava na minha cama e ele sorriu. Caralho, Maxine, claro que ele conhecia o Tony, ele quem te deu!

— Primeiro, é um prazer te conhecer, Tony. — ele disse para o meu ursinho e depois se virou para mim, colocando a mão sobre a minha coxa. — E segundo, eu estou louco para saber desse poder.

Blake falou a última frase com uma voz mais grossa, o que me fez sentir um calor em partes nunca descobertas antes. Amado?!

— D-desculpa, é e-eu falo d-demais quando estou nervosa. — expliquei e me levantei, indo até um canto do meu quarto.

Péssima ideia, Maxine. Péssima ideia.

Gray sorriu docemente e passou a mão no cabelo, vindo em minha direção, sussurrou:

— Eu não vou fazer nada que você não queira, relaxa... Estamos em um jogo com um contrato, lembra? — ele perguntou e eu assenti. — Pois então...

Ele segurou a minha cintura e eu dei um gritinho surpresa, Blake beijou o meu pescoço e eu me derreti. Ok, eu... o que estava acontecendo comigo? O garoto pegou na minha mão e me puxou delicadamente para a cama, me fazendo sentar ao seu lado.

Blake beijou mais uma vez o meu pescoço e passou a mão sobre o meu cabelo, suspirei e abri um sorriso tímido logo em seguida. O loiro selou nossos lábios delicadamente e iniciamos um beijo lento. Nem um pouco parecido com o que tivemos na sala do zelador, esse era melhor.

A falta de ar se tornou presente e eu me afastei do garoto que me olhava intensamente, oh céus... Me levantei fazendo-o encolher os ombros. Blake Gray, não brinque comigo.

— Por que você está me olhando assim, Max? — ele perguntou confuso e eu abri ainda mais o meu sorriso. Me sentei em seu colo e o loiro arregalou os olhos, surpreso.

— Eu não sou tão inexperiente como pareço, Blake Gray. — sou sim. Completei mentalmente, mas ele não precisava saber.

Tomei os lábios do garoto e mais uma vez, iniciamos um beijo — que agora era quente e um pouco mais desesperador —, ele segurava a minha cintura e a apertou fortemente, descendo suas mãos logo em seguida para a minha bunda, onde ele apertou sem cerimônia alguma.

Puxei seus fios loiros e comecei a rebolar em seu colo. Não me pergunte de onde veio essa coragem, não faço a mínima ideia e tenho certeza que me arrependeria depois. Ou não.

— Max? Já está dormindo, meu amor? — escutei o meu pai bater na porta e perguntar. Ai meu Deus.

Me afastei de Blake e sai de seu colo por um pulo. Coloquei o dedo indicador na minha boca para que ele fizesse silêncio. O loiro estava com os olhos arregalados e a cada segundo o seu rosto ficava ainda mais vermelho, que situação.

Apontei para debaixo da minha cama e ele engoliu em seco.

— É isso ou se jogar da janela. — sussurrei e ele cruzou os braços, se levantando da minha cama.

Em questão de segundos, ele já estava escondido e eu abri a porta como se nada tivesse acontecido.

— Oi, papai. — disse e ele abriu um sorriso.

— Achei que a senhorita já estava dormindo. — ele falou e eu coloquei uma mecha atrás da orelha.

— Eu estava terminando o meu dever de matemática, já irei para a cama. — comentei.

— Derek, deixe-a quieta. — meu outro pai disse e eu sorri para ele. — Boa noite, querida.

— Tudo bem, tudo bem... Boa noite, meu amor. — ele disse e beijou a minha testa, indo para o seu quarto.

— Boa noite, pais! — gritei com um sorriso. Fechei a porta e respirei fundo. Blake saiu de debaixo da minha cama e sorriu para mim.

— Acho tão linda a sua relação com eles. — ele comentou e se sentou novamente na cama, fiz o mesmo.

— Eu os amo demais, Blakey. — disse sorrindo e ele fez o mesmo, me dando um selinho.

— Eu tenho que ir, boa noite, Max. — e dito isso, se levantou e logo de se sentou na minha janela. — Até amanhã, minha consagrada.

— Até amanhã, meu consagrado.

Love Game || Blake Gray [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora