Ela arregala os olhos e me olha com uma expressão que em outro momento eu a julgaria e faria centenas de perguntas que a deixaria mais assustada. Mas ao ver o estado em que todas se encontram, decido apenas ajudá-las no momento.
Tento me aproximar de Loren, mas um dos seguranças não deixa quando põe o braço em minha frente.
— Está tudo bem. Ela também trabalha para o chefe de vocês.
Ele franze a testa olhando para Loren.
— Sou eu Lorenzo. Já se esqueceu de mim, querido? - Irozina olhando para o moreno do meu lado esquerdo.
— Não costumo me lembrar das mulheres com quem me envolvi por apenas uma noite. - Ele diz, a deixando calada.
Ele da às costas a ela e me olha com seriedade.
— Já que a senhora está bem, eu e Thiago voltaremos para nossos postos.
Anuo o vendo sair com Thiago enquanto Loren o analisa com uma expressão triste no rosto.
— Vocês já estiveram juntos? - Uma das mulheres que está com ela pergunta.
— Sim, mas como ele disse, foi apenas uma noite. Não houve tempo para lembrar ou sentir falta.
— Mas e Michael? Você não o ama? - Arrisco perguntar.
Ela direciona seu olhar ao meu e por algum motivo estranho, parece que consigo ver através de suas íris escuras que há algo que não foi bem explicado entre nós quando há demiti na editora.
— Lembra que eu havia dito que terminamos por um motivo ruim? - Anuo. — Ali está o motivo ruim. - Ela aponta para onde Lorenzo acabará de ir com Thiago.
— Afinal, o que aconteceu realmente entre vocês três?
— Podemos conversar em outro momento? Não estou em condições de esclarecer nada agora Laura.
Anuo. Ela se aproxima de mim, me abraça e beija minha bochecha e diz antes de caminhar para dentro da casa:
— Me desculpe por tudo. Conversaremos amanhã sobre tudo isso que está acontecendo.
Olho para as mulheres a minha frente e sem muita opção, as chamo para entrar comigo. Assim que subimos os pequenos degraus, vejo com clareza quando Loren entra na cozinha sob o olhar atento de Lorenzo, que voltou para a laje da casa.
Subo os últimos degraus que faltam para estarmos na área da piscina e seguimos reto para a cozinha. Quando atravesso a porta com aquele aglomerado de mulheres, Valentina se assusta e da alguns passos para trás. Me aproximo cautelosamente na sua direção e toco seu ombro devagar, a levando até as meninas.
— Meninas, esta é Valentina. E Valentina, essas são algumas mulheres que vão morar conosco na casa.
Uma à uma, elas passam a se apresentar para nós duas. Quando estamos todas devidamente apresentadas, as levo cada uma para o quarto onde ficarão daqui em diante. Quando termino, retorno para a cozinha, encontrando uma Valentina surpresa e confusa enquanto cozinha.
— Vamos ter de colocar mais pratos a mesa e fazer mais comida. A quantidade que fizemos não dará para todos. - Anuo.
— Irei fazer mais arroz e colocarei os pratos organizados a mesa.
Caminho para a segunda sala de jantar da casa, que é bem maior que a primeira. Organizo toda a mesa e acrescento mais algumas cadeiras para as outras mulheres. Quando termino, volto para a cozinha e faço mais arroz.
— Mãe, será que você poderia chamar as meninas para jantar? - Pergunto após já estar tudo pronto.
— Claro querida. Irei tomar um banho antes, tudo bem? - Assinto.
Assim que a vejo subir as escadas, caminho até a sala de jogos. Quando já estou dentro, caminho até a porta de vidro no fundo da sala. Pego minha chave em meu bolso e abro a porta. Entro na pequena e luxuosa adega desta mansão e opto por pegar o vinho Clos Fourtet St.- Emilion. Um dos melhores e mais caro vinho tinto da França.
Saio da adega e tranco a porta novamente. Puxo a estante de livros e cubro a visão da adega. Agora entendo o porque de Raphael sumir por alguns dias aqui no Brasil. Esta casa é um verdadeiro paraíso tropical, mas o que se destaca são as cinco adegas escondidas pela casa. Felizmente para mim e infelizmente para ele, consegui achar não só onde estão, mas a única chave que abre todas elas também.
Acabo por rir imaginando a expressão que ele faria quando soubesse disso e saio da sala de jogos. Entro na sala de jantar onde Valentina e as crianças estavam. A vejo recolher alguns pratos sujos para levá-los até a cozinha.
Deixo as três garrafas em cima da mesa e me aproximo dos pequenos bagunceiros da casa.
— Vocês já jantaram?
— Sim, mamãe. - Alyssa diz.
— Então vamos subir para vocês escovarem os dentes e ir dormir.
Estendo minha mão para Alyssa e a ajudo a descer da cadeira. Faço o mesmo com Bryan e Ryan e sigo os três até o quarto onde estão.
— Tia. - Ouço Bryan me chamar. — Posso fazer uma pergunta? - Assinto. — Por quê temos que dormir cedo?
— Para ficarem descansados para brincar no dia seguinte. Vocês precisam dormir para ficarem fortes. - Me abaixo na sua altura, ele é somente um ano mais velho que Ryan.
— Forte igual ao homem aranha?
— Melhor que o homem aranha. - Rimos.
Ele sorri, faz a pose de um
super herói e corre em direção ao banheiro para escovar os dentes.— Mamãe, terminei. - Ryan diz parado a minha frente.
— Ótimo, agora vamos dormir, certo? - Ele assente e sorri. — Venha, vou colocá-lo na cama.
Seguro sua mão e o ajudo a deitar em sua cama. Ele se ajeita em baixo dos cobertores e sorri apontando para sua testa.
— Beijo de boa noite, mamãe. - Sorrio me aproximando e beijando sua testa diversas vezes, causando risadas gostosas de sua parte. - Eu te amo, mamãe.
Seguro seu rosto com minhas duas mãos e sorrio com os olhos marejados.
— Mamãe também te ama, muito. - Beijo sua testa uma última vez e desligo a luz do abajur ao seu lado.
Me afasto de sua cama e pego Alyssa no colo, colocando-a na cama. Beijo sua testa e digo que a amo como fiz com Ryan.
— Agora eu. - Bryan comemora.
Dou risada e seguro sua mão, o guiando até sua cama. Ele se ajeita em baixo do cobertor e eu me aproximo beijando sua testa diversas vezes. Quando vou apagar a luz do seu abajur ele segura minha mão, olhando em meus olhos.
— Você também me ama, tia? - Sorrio com sua pergunta.
— Te amo muito. Assim como a Alyssa e o Ryan. - Ele sorri soltando meu braço.
Me certifico que todos estão bem quentinhos e confortáveis e deixo apenas o abajur de Alyssa acesso. Quando estou fechando a porta do quarto, ouço Bryan dizer:
— Também te amo muito, tia Laura.
Sorrio com os olhos cheios de lágrimas e fecho a porta. Quando viro dou de cara com Loren.
— Raphael ligou. Precisamos conversar agora.
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La Máfia
Teen FictionO que fazer quando todos a sua volta estão em guerra? Entre o sentimento e a razão, sobrevive nesse jogo quem for inteligente. Máfias de todo o mundo entram em guerra, sangue de inocentes são derramados e muita gente é condenada por seus crimes. Fa...