Capitulo 30

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Quinta-feira
10 de Outubro de 1998
14:00 PM
Tribunal de Justiça do Rio

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Nunca em toda minha vida em sã consciência eu pensei que estaria aqui, sentada ao lado do meu advogado, com medo do que possa acontecer daqui em diante.

Hoje, dez de outubro, às duas horas da tarde, eu me via aflita com medo da decisão que possa ser feita pelo juiz. Havia poucas pessoas presentes, a imprensa foi proibida de entrar no local por um pedido de Douglas, mas infelizmente isso não impediu que eles aguardassem lá fora por uma matéria.

Ellena estava sentada ao meu lado com Jéssica, ambas com a mesma sensação que eu, a de impotência. Pois nós três sabíamos, que a nossa liberdade não estava em nossas mãos, mas sim na do Douglas, o advogado que de alguma forma tentava me passar positividade em meio a tanta tensão dentro de mim.

— Fique tranquila, farei o que for possível para que vocês possam sair daqui. Mas preciso que me faça um pequeno favor. - Douglas diz.

— Que favor?

— Não minta, seja honesta neste julgamento, Laura. - Assinto. — Sei que suas amigas pediram que você mentisse, mas esquece esse absurdo. Tirar você dessa situação não será fácil, mas se você mentir ficará ainda pior. Eles tem provas de tudo, mas não podem prendê-la sem antes ocorrer a sentença correta dada pelo juiz.

— Tudo bem, direi tudo o que sei. Mas e se eu for presa? O que você vai fazer?

— Tentarei de alguma forma fazer com que a fiança seja liberada. Caso não seja, você terá que cumprir a pena.

Respiro fundo e concordo, mesmo sabendo que em todo caso eu saio perdendo.

Após alguns minutos, todos ficamos de pé quando o juiz entra ao lado do promotor e do escrivão e tomam suas posições. Logo atrás vem as sete pessoas que compõe o corpo do júri ao lado direito de Douglas. Por fim, entra o advogado de acusação que defenderá Marcos e sentamos todos em nossos lugares novamente.

— Boa tarde a todos. - Diz o juiz. — Hoje estamos aqui para julgar o caso de Laura Johnson, Jéssica Davis e Ellena Rodriguez, acusadas de associação ao tráfico na madruga de três de outubro de mil novecentos e noventa e oito. Com a palavra o advogado de defesa.

Douglas se levanta de sua cadeira e fica a nossa frente.

— Boa tarde a todos. Meritíssima, todos nós presentes sabemos que o policial Marcos Nunes em toda a sua carreira sempre sofreu com as acusações de uma associação ao tráfico de drogas e.....- Douglas é cortado pelo advogado de acusação.

— Meritíssima, ele está denegrindo a imagem do meu cliente. - O advogado do agente diz.

— Por favor senhor Mendes, vamos fazer isto de forma correta. - O juiz diz a Douglas.

— Tudo bem, irei reformular minha fala. - O juiz assente. — O senhor Marcos Nunes por diversas vezes teve de comparecer a diversos julgamentos ao longo da sua carreira por acusações. Há exatamente seis anos atrás ele cumpriu uma pena por associação ao tráfico que foi decidida pelo senhor. - O juiz assente novamente. — E é exatamente esta mesma questão que nos fazer duvidar se realmente Marcos não seria capaz de cometer o mesmo crime. E é por isso que eu gostaria que ele fosse o primeiro a depor antes de minhas clientes.

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