Laura Johnson
Guadalajara, México - 1995
23 anos atrás...|•••••☆•••••|
Saio do carro ao lado de Raphael e fecho meus olhos, sorrindo com a brisa gostosa do vento da praia de Guadalajara batendo em meu rosto.
— O que achou? - Raphael pergunta passando o braço esquerdo em volta da minha cintura.
— Achei maravilhoso, amor. Este lugar é incrível.
E realmente eu não estava mentindo. Ao meu lado esquerdo ficavam os parques para as crianças que viessem com os pais brincarem, com um campo verde muito bonito, onde casais sentavam e faziam um piquenique. Há minha direita ficavam os locais onde poderíamos almoçar, tomar bebidas ou sorvetes. Com pequenos chuveiros na frente ou ao lado para as pessoas poderem tirar a areia do corpo antes de entrar no estabelecimento. E finalmente, na minha frente estava a maravilhosa praia de Guadalajara. Com pessoas sentadas na areia — Em baixo dos guarda-sóis — algumas olhando seus filhos e possíveis sobrinhos e netos brincando, algumas apenas conversando e bebendo cerveja. E outras estavam no mar, no raso ou no fundo, se divertindo de diversas formas, como: jogando vôlei, surfando, nadando ou apenas pulando as ondas sozinho ou com alguém nas costas.
A praia estava linda, a água azul chamava a atenção de todos que passavam, algumas pessoas até paravam seus carros para poder sair e tirar fotos com a visão magnífica da praia como fundo. O dia estava ensolarado, nuvens se formavam no céu, mas não em sinal de chuva, e sim de formas diferentes.
Realmente este era um lugar onde todos deveriam incluir no guia turístico de viagens para conhecer. É encantador, mas particularmente, é esplêndido para pessoas que prestam atenção nos mínimos detalhes. Afinal, são esses detalhes que fazem a diferença.
— Realmente é um lugar incrível. Eu costumava a vir com meus pais todo ano. - Olho desconfiada para ele.
— Com seus pais? - Raphael assente. — Engraçado, estive conversando com sua mãe sobre a viagem e ela me disse que nunca veio aqui com você. Por quê?
— Laura, você é maluca quando quer. Se eu dissesse que vinha aqui com outras mulheres com quem me relacionava, com certeza você não falaria comigo por uma semana.
— Mentira. Eu seria muito compreensiva com você. - Ele me olha com a sobrancelha erguida. — Tudo bem, eu iria ficar extremamente brava com você e possivelmente não nos falaríamos por uma semana.
— Possivelmente?
Suspiro, revirando meus olhos.
— Está bem. Eu não falaria com você por uma semana.
— Agora sim. - Raphael sorri.
— Agora podemos ir? Estou louca para nadar naquele mar. A água está me chamando.
— Tenha cuidado, você às vezes esquece que está grávida e acaba fazendo loucuras.
Atravessamos a rua e seguimos adiante em direção a uma área mais reservada da praia, onde não tinha muitas pessoas. Me sento em uma cadeira, em baixo de uma tenda particular, onde só pessoas com dinheiro poderiam alugar uma, e Raphael sai em direção a um quiosque atrás de nós.
Retiro minha bolsa do ombro e ponho no chão, ao meu lado. Tiro minha blusa e fico apenas com a parte de cima do biquíni à mostra. Ponho ela em cima do braço da cadeira e retiro meu protetor solar da bolsa, passo ele sobre meu braços, pernas, rosto e por último barriga, onde Ryan, meu bebê, da seu terceiro chute, só hoje, ao sentir o toque de minha mão.
— Mamãe está bem meu amor, não fique agitado. - Faço uma leve massagem em minha barriga e Ryan se acalma.
Guardo o protetor na bolsa e solto meus cabelos, passando os dedos sobre eles para desembaraçar. Ponho meu óculos de sol no rosto e fico acariciando minha barriga enquanto observo as crianças brincando na areia.
Minutos depois, Raphael chega com duas bandejas, uma com petiscos e frutos do mar, e na outra salgados e alguns doces. Ele coloca sobre a mesa e sai em direção ao quiosque novamente. Instantes depois ele volta com duas garrafas de cerveja e duas de água.
— Eu não quero água amor, também quero bebida.
Raphael senta na cadeira a minha frente e não diz nada, apenas enche seu copo com cerveja e bebe em seguida.
— Você está grávida, Laura. - Quando vou protestar, ele me interrompe. — Não me venha com suas desculpas de que existe bebida sem álcool. Não quero saber se tem ou não, enquanto nosso filho estiver aí dentro você não põe uma gota de álcool na boca.
Reviro meus olhos e cruzo os braços.
— Tudo bem. Não vou beber.
Pego a garrafa de água em cima da mesa e abro, bebendo seu líquido.
— Não iremos demorar, quero que conheça outro lugar que amo viajar para passar as férias.
— Pensei que passasse todos os dias de suas férias aqui. - Ele nega. — E onde passa?
— Eu fico aqui pelo menos uma semana. As outras duas semanas restantes fico no estado de Illinois, especificamente em Chicago, nos Estados Unidos.
— Possui casa lá? - Pego um salgado da bandeja e ponho na boca, sentindo o maravilhoso gosto do queijo nele.
— Sim. Comprei ela faz três anos. Esta realmente meus pais conhecem. - Rimos.
— E quando iremos? - Pego outro salgado.
— Amanhã pela madrugada já estaremos saindo.
— Seus pais estarão lá? - Raphael assente.
— Os biológicos? - Anuo. - Não, morreram três meses depois que comprei a casa.
— Sinto muito. Pelo que sua mãe falava, eles pareciam ser pessoas ótimas.
Ele sorri.
— E eram. Uma pena que não tiveram a honra de poder conhecê-los.
Sorrio sentindo Ryan chutar quando Raphael põe a mão em minha barriga.
— Alguém está agitado hoje. - Anuo.
Ele puxa sua cadeira e a coloca ao meu lado. Raphael passa seu braço direito sobre meu ombro e com a outra mão, começa a fazer carinho em minha barriga enquanto falava com o filho sobre coisas aleatórias.
— Oi filhão, tudo bem aí dentro rapaz? - Sorrio para tamanha tolice de Raphael.
Mas não posso deixar de negar que este sentimento é maravilhoso. Carregar um filho na barriga não é nada fácil, sem o apoio do pai da criança então, fica complicado. Mas quando seguramos nosso bebê em nossos braços pela primeira vez, pele com pele e olho com olho, percebemos que não precisamos de pai nenhum para suprir a falta. Pois já ocupamos os dois papéis desde que descobrimos que temos um ser tão pequeno dependente de nós para viver.
E eu me sinto assim, realizada e feliz. Com meu filho e meu marido, que é um pai babão para nosso bebê. Podendo ter a honra de conhecer este lugar com as duas pessoas que mais amo no mundo. Realmente não preciso de mais nada, tudo o que sempre desejei, hoje tenho. Não me falta e não sobra, está tudo como deveria estar, em perfeita sintonia.
Só gostaria que durasse para sempre, pois há um sentimento dentro de mim, gritando e me dizendo que algo acontecerá. Não sei do que se trata, mas sinto que não será algo bom para nós.
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La Máfia
Dla nastolatkówO que fazer quando todos a sua volta estão em guerra? Entre o sentimento e a razão, sobrevive nesse jogo quem for inteligente. Máfias de todo o mundo entram em guerra, sangue de inocentes são derramados e muita gente é condenada por seus crimes. Fa...