Laura Johnson
Rio de Janeiro, Brasil
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Eu sentia a adrenalina correndo por todo meu corpo enquanto atirava contra os policias. Eu sentia o medo quando percebi que nove deles se aproximavam da árvore onde encontrei refúgio contra os tiros. Eu pensava no que fazer nesta situação. Ellena estava sendo levada de encontro ao carro de um dos polícias enquanto Jéssica por algum motivo decidiu que o melhor a se fazer era se entregar.
Sinceramente? Nunca pensei que pensar em meus filhos numa situação como essa doesse tanto.
Eu podia sentir a dor em meu peito quando tomei coragem e atirei em um dos polícias que se aproximavam cada vez mais, recebendo em troca inúmeras balas em minha direção. Pela árvore ser pequena, sinto uma bala passar de raspão em meu braço direito, me fazendo perder não só a coordenação do meu braço para continuar atirando como também uma quantidade consideravelmente grande de sangue com rapidez.
Sinto novamente a dor, não só física quanto mental, me implorando que me entregue. Nãoo só pelo meus filhos, mas por meu marido, que nem sei como está neste momento.
— Vamos pedir novamente, nossa intenção desde o início foi fazer as coisas de uma forma benéfica para todos. Então peço que se entregue, pense em suas amigas que estão sendo neste momento colocadas dentro de nossas viaturas. Será que vale mesmo a pena continuar lutando por uma briga que você sabe que não irá vencer? Olhe para nós, estamos em nove e você somente em uma, não seja tão burra, preserve sua vida e pense nas pessoas que ama. Pense em como eles se sentiram sem você. Pense como será difícil lidar com sua perda, e talvez assim, só assim, você entenda que não se pode insistir em algo que nunca terá. Você será levada para a delegacia, ficará lá até as medidas necessárias serem tomadas, ninguém irá feri-la mais do que já está. Pense Laura, não seja tão burra.
Fico quieta em meu canto, pensando em suas palavras, em suas duras e realistas palavras. Eu tenho dois filhos, duas crianças que amo e que dependem de mim. Que nem se quer sabem onde a mãe deles está. Eu não posso e nem devo pensar nesta situação, devo preservar meus filhos e a dor que eles irão sentir quando souber que estou morta. Não agora, pois não entendem tanto, mas durante os anos, conforme forem crescendo e entendo melhor as coisas.
E é por isto que me levanto do chão devagar, sentindo não só meu braço, mas também minha cabeça latejar de dor.
— Abaixem suas armas, irei me render. Mas não quero nenhuma delas apontadas para mim. - Grito quando já estou de pé, encostada na árvore.
— Jogue a que está em sua mão primeiro e depois pensamos se realmente vale a pena abaixar as nossas.
— Tudo bem. - Travo a arma e jogo em sua direção.
— Só tenho essa comigo. Agora abaixem suas armas.
— Tudo bem, farei o que pede. Mas antes quero que vire de costas e ponha as mãos para trás, as segurando.
Faço o que ele pede e me viro de costas para eles e coloco minhas mãos para trás.
— Pronto. Agora cumpra sua parte.
— Ok. Homens, abaixem suas armas agora.
— Mas chefe, e....- Um deles tenta argumentar contra quando ele o interrompe.
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La Máfia
Teen FictionO que fazer quando todos a sua volta estão em guerra? Entre o sentimento e a razão, sobrevive nesse jogo quem for inteligente. Máfias de todo o mundo entram em guerra, sangue de inocentes são derramados e muita gente é condenada por seus crimes. Fa...