Capítulo 27

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Raphael Schmutz

Madri, Espanha
20:01 PM

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Saio do quarto onde estou hospedado aqui em Madri após conversar com Loren e ficar extremamente bravo com ela por ter permitido que Laura fosse com Jéssica e Ellena fazer um carregamento de armas para alguns aliados de Rato no Brasil.

Junta a fome com a vontade de comer e ninguém aguenta. Ontem pela tarde conseguimos mandar um amigo de Juliano, que aceitou nos ajudar, para ir a casa de Isabel e Isaac já que Gregório se negou a ir. Ele entrou facilmente na mansão, encontrou com Isabel e Richard na sala de reuniões da casa e lhes convenceu a trabalhar para eles.

Porém, Juliano fez a burrice de ir comemorar com Rato e Charles em um cassino próximo aqui da organização e acabaram por encontrar Richard fazendo negócios clandestinos. Claro que eles até tentaram fugir, mas Richard estava em seu próprio cassino, rodeado com seus seguranças por todos os lados. O que resultou em um problema maior.

Juliano está sendo mantido preso em cativeiro pelo irmão em seu cassino, apanhando dia após dia, sem chances de se defender. Rato está com um braço e uma perna machucados, mas está recebendo tratamento de uma de nossas enfermeiras. E Charles está lá, com Isabel e Richard, tentando despitá-los para que nosso plano não venha por água abaixo.

E para complicar, não sei se ajudo Juliano ou se ligo para Laura para brigarmos por ela ter tido a péssima ideia de entrar para os negócios. Decido por optar pela primeira opção e sigo até a sala de rastreamento da organização.

— Conseguiu algo? - Lucas, um de nossos hackers, diz:

— Sim. Porém, estamos com um problema que exige tempo para ser solucionado.

— E qual seria?

— Ao descer para a parte inferior do cassino, onde todos são mantidos presos por Richard, Charles foi revistado e dele tiraram todas os meios que tínhamos de nos comunicarmos com ele.

— E o que pretende fazer?

— Ainda não sabemos. Mas o pior está por vir. - O olho apreensivo.

— Diga-me. O que ainda está por vir?

— Aparentemente nossos pontos de rastreamentos estão sofrendo danos que não conseguimos entender e solucionar. - Nina diz.

— Não estou entendendo. Que danos são essas?

— Estamos com o nosso programa de rastreamento comprometido. Ao que tudo indica, estão tentando nos localizar também. - Lucas diz.

— E estão conseguindo. Até tentamos jogar alguns vírus que possam impedi-los de acessar nosso sistema, mas infelizmente eles conseguiram quebrar nossos links e acessar.

— E o tal vírus? - Me sento ao lado de Nina após processar tanta informação.

— Conseguiram mandá-lo de volta para nós, por isso estamos com o sistema danificado. Após remover o vírus, eu consegui fazer com que nosso sistema ficasse mais protegido, porém, isso não impediu que o pior acontecesse.

— Estou ficando cada vez mais confuso.

— Chegue mais perto. - Lucas pede e assim o faço, ficando ao seu lado. — Este ponto principal em azul somos nós. Este projeto na tela ao lado é o cassino de Richard, acessamos seus dados e conseguimos a planta do local. A linha traçada em vermelho por cima do cassino, é onde sabemos que Juliano está.

Nina se aproxima e fica ao lado de Lucas.

— Neste computador a sua frente estão os sinais vitais do Juliano. Eles estão bons, mas a cada intervalo de dez a quinze minutos eles descem e sobem rapidamente, ou seja, estão o torturando enquanto ele é mantido preso. - Olho para tela onde Nina apontou e vejo os sinais normais. — Eles estão normais agora, mas no ritmo desta tortura, não ficaram assim por muito tempo.

Anuo.

— E este ponto amarelo que está se aproximando do vermelho?

— O vermelho somos nós e o amarelo, bom, o amarelo é Richard e seus homens.

— Como? - Me levanto da cadeira. — Como ele nos encontrou?

— Infelizmente não sabemos. Mas ele conseguiu. 

— Vou avisar a todos para se preparem para o ataque, tentem se proteger o máximo que puderem.

Nina e Lucas concordam e saio da sala as pressas.

Quando estou passando pela central de monitoramento onde o resto do pessoal da equipe está, uma explosão acontece, levando todos ao chão.

Tento me levantar mas sinto algo pesado sobre mim. Encosto minha cabeça no chão e fecho os olhos, respirando o máximo que posso. Abro meus olhos novamente e junto forças, tentando tirar o grande peso de cima de mim.

Um de meus funcionários vem disfarçadamente em minha direção e se joga ao meu lado.

— Finja que está morto senhor, Richard está aqui a sua procura. Se ele vê-lo e perceber que está morto, ele irá embora. Mas se ele o ver vivo, não pensará duas vezes antes de matá-lo.

Assinto, soltando o peso e fechando meus olhos, fingindo que estou morto.

— Onde Raphael está? Me digam ou irei matar todos! - Ouço o seu grito.

— Não sabemos, não o vimos desde que saiu para resolver alguns assuntos pessoais.

— Ele está aqui! - O funcionário que me ajudou diz. — Ele morreu na explosão, venha ver.

Um silêncio paira no ar. Sinto o peso sendo tirado de mim e um corpo se aproximar do meu, quando sinto a palma de uma mão sobre meus nariz, prendo minha respiração.

— Ele está morto chefe, realmente morreu durante a explosão. - A mão é afastada de meu rosto. - O levaremos conosco?

— Não será necessário, só de poder vê-lo morto me sinto mais feliz. - Abro um pouco os olhos e vejo o momento exato em que Richard chuta meu corpo.

Sou arremessado com força para trás e caio de bruços no chão. Escondo um grito dor que pensa em sair de minha garganta e volto a fechar meus olhos.

— Programe uma bomba no local e vamos embora.

— Está bem.

— Ponha ela ao lado do corpo dele, preciso ter certeza que não o verei nunca mais.

Ouço o barulho da contagem regressiva do explosivo posto ao meu lado e conto os segundos mentalmente para que Richard vá embora logo.

— Vamos embora, preciso fazer uma visita a Laura no Brasil. Tenho uma proposta que ela não irá recusar.

Ouço passos se afastando e após um tempo me levanto e vejo que a contagem acabará de encerrar dois minutos e quem em trinta segundos todos podem estar mortos.

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Até sexta amores.

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