Capítulo 23

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Então? Vai entrar nessa com a gente ou não? - Rato vai direto ao ponto.

Eu aceito. - Sorrio o olhando.  Mas tem uma condição. - Meu sorriso some.

Só falar. - Rato cruza os braços.

Ainda quero aquela foto de biquíni da Laura do ensino médio. - Trinco o maxilar ouvindo sua risada.

Imbecil. Na minha mulher você não toca!

Ele levanta as mãos em rendição. Olho para sua cara cínica e começo a rir junto com Rato.

Estava apenas querendo o irritar. - Rimos.  Te respeito demais parceiro, nunca que eu faria isso contigo.

Sei que não. Mas se fizesse, eu estaria tranquilo. - Ele passa o braço ao redor do meu pescoço.

Por que?

Minha mulher é muita areia para o seu caminhão. - Rato gargalha quando Juliano me afasta dele.

Palhaçada. - Resmunga nos causando mais risadas.  Mas aí, como vamos dar início nesse plano?

Não vai ser fácil. Apesar de odiar seu irmão, sei que ele é inteligente. Não podemos mandá-lo como infiltrado, precisamos de uma idéia mais original.

Vamos conversar sobre isso no hotel. Aqui não estamos seguros. - Anuo.

Entramos os três no carro de Rato e ele dirige em direção ao hotel em que estamos hospedados. Saio do carro quando ele para no estacionamento do prédio e entramos os três no elevador.

Andar zero, Juliano. - Ele assente meio confuso mas acaba fazendo o que eu disse.

Quando as portas se abrem novamente, estamos os três na parte subterrânea do hotel.

Não nos hospedamos neste hotel à toa. Aqui é uma outra parte da organização que está fora da localização dos nossos inimigos. É como um refúgio caso algo de errado.

Abro a porta de ferro e deixo que os dois passem na minha frente e olho ao redor para ver se não acho ninguém espionando. Quando não vejo nada suspeito, fecho a porta e caminho até o final do corredor.

Abro a porta de madeira e entramos os três na nossa segunda "casa". Cumprimento alguns homens que conheço que trabalham para meu sogro e sigo em direção a minha sala. Abro a porta para eles entrarem e me sento em minha cadeira quando já estamos todos dentro. Até Gregório, meu apoio aqui em Madri, entra na sala conosco.

Há quanto tempo existi isso? - Juliano olha ao redor.

Há anos. Mas isso não importa agora, o importante é arrumar um jeito de saber tudo o que acontece na casa de Isabel.

Abro a adega e tiro uma garrafa de whisky, sirvo quatro copos e deixo a garrafa em cima da mesa.

A casa de Isabel é bem vigiada. Há seguranças por todos os lados. Como vou por você lá dentro?

Dutos de ventilação. - Gregório diz.

Isso aqui não é um filme de ação amigo. Estamos falando de uma mansão, com mais de cem metros quadrados, com seguranças até nas portas dos banheiros. Não é a casa da barbie, é complicado entrar e sair. - Rato diz.

E se ele se apresentar como segurança? - Juliano pergunta enchendo seu copo novamente.  Sei perfeitamente que apesar de ter dezenas de seguranças, Isabel continuará se sentindo desprotegida. Se apresente como um segurança novo. Para uma pessoa que tem medo da morte, segurança demais é um privilégio.

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