O julgamento vei ser encerrado na segunda-feira às nove horas da manhã, quando após ouvir as duas testemunhas que depuseram a favor de Marcos, o juiz finalmente tomou uma decisão.
— Primeiramente gostaria de agradecer a todos que tiveram a paciência de acompanhar esta audiência até aqui. O caso em sim é bastante complexo, eu não poderia tomar nenhuma decisão sem antes ouvir ambos lados. Tanto Laura quanto Marcos também foram obrigados a depor sobre o que aconteceu, e precisei estudar atentamente as expressões, falas e comportamento durante o depoimento, para depois estudar ambos casos e saber quem realmente deve ser condenado aqui.
— E qual foi a decisão que o senhor tomou? - O advogado de Marcos pergunta.
— Após esses dias estudando o caso não só nesta sala, mas sozinho também, pude perceber que ambos acusados devem ser condenados.
— Como assim? Meu cliente só estava fazendo o trabalho dele. - Diz o advogado de Marcos, bastante irritado.
— Não tenho a mínima dúvida disso senhor, mas seu cliente, assim como Laura, cometeram crimes, que eu não posso deixar de avaliar independente do cargo que seu cliente tem na polícia. Um policial deve agir de maneira correta, ele deve zelar pela vida das pessoas, mas principalmente, deve honrar o juramento que fez quando entrou para a corparação. Coisa que sabemos que seu cliente nunca fez em todos esses anos em que veste esta farda.
— Me desculpe.
— Está desculpado. Como eu estava dizendo antes de ser interrompido, ambos serão condenados. Laura passará cinco anos no presídio Talavera Bruce por associação ao tráfico. E Marcos ficará quinze anos no presídio Laércio da Costa Pelegrino por associação ao tráfico e corrupção.
— Isto é um absurdo, meu cliente não pode ser colocado naquele presídio senhor juiz. É suicídio. Ele será morto no mesmo dia. - Protesta o advogado de Marcos.
— Quem toma as decisões aqui sou eu senhor Mendonça, seu cliente irá sim para o Bangu I e está decidido. Não me contrarie.
— Mas por que ele não pode ir para lá? - Pergunto.
— Lá estão reunidos os bandidos mais perigosos do estado do Rio, a maioria que fui posta lá, Marcos quem prendeu. - Diz Douglas.
— Ótimo, irá conviver com pessoas que entende e conhece bem. - O juiz sorri gentil para Marcos, que revira os olhos. — Quero os detentos em seus devidos destinos até quarta-feira. Este julgamento está encerrado!
O juiz se levanta e sai da sala ao lado do escrivão, do promotor de justiça e do corpo do júri. Deixando apenas eu, as meninas e Douglas na sala, já que Marcos e seu advogado saíram logo em seguida.
— O que faremos agora? - Jéssica pergunta.
— Vou tratar de levá-las o mais rápido possível para o presídio, vocês infelizmente terão que ficar lá até que eu consiga o valor exato da fiança.
— Como assim o valor exato? - Ellena pergunta.
— Vocês foram condenadas junto com Laura, essa sentença não é só para ela. Preciso ver o valor exato das três fianças para saber quanto devemos pagar.
— Isso vai demorar muito? - O olho aflita.
— Não sei meninas, antes de saber o valor, preciso saber se vocês terão o direito de pagar a fiança ou não.
— O juiz pode nos tirar este direito? - Jéssica pergunta horrorizada.
— Ele é o juiz Jéssica, é ele quem decide tudo. Agora vamos, vocês sairão amanhã.
— Mais já? Tão rápido assim? - Pergunto.
Ellena abaixa a cabeça tristonha quando Douglas assente.
— Preciso colocá-las lá amanhã para poder ir resolvendo sobre a fiança. Vamos, temos que descansar antes de partimos.
Nos levantamos os quatro e seguimos para o hotel onde estamos hospedadas. Cumprimento os policiais que estão na frente da porta do nosso quarto e vou direto para o banheiro para tomar um banho relaxante antes de ir descansar.
— Meninas, será que temos permissão para desfrutar da piscina do hotel? - Ellena pergunta quando saio do banheiro enrolada na toalha.
— Não sei, mas vou perguntar a um dos policiais que estão lá fora. - Ela assente e sai do quarto.
Pego uma roupa para o verão do guarda-roupa e a visto rapidamente. Não estou acostumada a usar roupas expostas, já que onde moramos a maioria do tempo está frio. Mas devo admitir que estou amando usar estas roupas no calor maravilhoso do Rio de Janeiro.
— Está tudo bem, Jéssica? - Pergunto ao vê-la sentada de cabeça baixa e em silêncio na cama.
— Na verdade não. Não sei o que fazer agora Laura, conto ou não para Nico que vamos ter um filho? - Ela levanta a cabeça e me olha com os olhos cheios de lágrimas.
— Não minta para ele. Apesar dele não poder fazer nada por nós agora, ele merece saber que vai ser pai. - Estendo minha mão na sua direção e ela coloca a sua sobre a minha. — Se quiser te empresto meu celular para você falar com ele.
— Mas eles não pegaram?
— Tenho outro. - Rimos.
Abro a gaveta do criado mudo e pego meu outro celular e entrego a ela.
— Estarei lá fora com Ellena, vocês precisam conversar sozinhos, mesmo que seja por telefone.
Me levanto da cama e caminho até a porta do quarto, quando estou prestes a fechar a porta, Jéssica me chama.
— O que foi? - A olho após abrir a porta.
— Obrigada. - Chacoalha o celular na mão direta e eu sorrio me aproximando dela
Beijo sua testa e acaricio seu rosto levemente.
— De nada.
Saio do quarto e fecho a porta. Quando estou descendo as escadas encontro com Ellena conversando com os policiais na porta, ou melhor, discutindo com eles na porta.
Ela se irrita com algo que um deles disse e bate a porta com força.
— Porra! - Dou risada do seu surto.
— Está tudo bem aí? - Pergunto me sentando no sofá.
— Não. - Dou risada. — Acredita que não querem me deixar sair para ir na piscina? - Assinto. — Mais que merda!
— Calma. - Dou risada.
— Como calma Laura? Nossa vida só piora a cada momento. — A abraço.
— Olhe pelo lado bom, vamos poder aproveitar as besteiras que amamos comer antes de irmos. - Falo e ela gargalha.
— Como se isso fosse bom. - Zomba.
— O que vale é a intenção. - Rimos.
Caminhamos até o sofá e nos sentamos.
— O que faremos o dia todo? - Pergunta frustrada.
Pego o controle e balanço ele na mão enquanto sorrio para ela.
— Maratona de filmes ou séries? - Sugiro.
— Por mim tanto faz. - Rimos.
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Olá pessoal, como estão?
Dei uma leve sumidinha, porém, tenho uma explicação para isso.
Estive ocupada essas semanas com uma filha da minha vizinha que me pediu para cuidar dela enquanto ela trabalhava. Por isso não estou conseguindo postar frequentemente.
Peço perdão por isso e desde já aviso que nesta semana terá capítulo todos os dias.
Beijão.
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La Máfia
Ficção AdolescenteO que fazer quando todos a sua volta estão em guerra? Entre o sentimento e a razão, sobrevive nesse jogo quem for inteligente. Máfias de todo o mundo entram em guerra, sangue de inocentes são derramados e muita gente é condenada por seus crimes. Fa...