Raphael Schmutz
Munique, Alemanha
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Já marcava seis e meia da manhã no relógio em meu pulso. Estávamos eu e Rato com nossas malas nas mãos no aeroporto, esperando pelo anúncio do nosso voo.
Decidimos que o melhor a se fazer era ir de avião junto com os outros que estão embarcando. Quanto menos chamarmos atenção, melhor será.
"Primeira chamada do voo de Munique com destino a Madri, Espanha. Embarque sala 2".
Pegamos nossas malas e caminhamos em direção a sala de embarque anunciada.
Havia conversado com Laura ontem pela noite. Foi tão torturante e doloso saber que minha mulher está sofrendo e que não posso fazer nada para ajudá-la. Sua voz, seu choro, seus soluços e a forma como ela estava me passando seus sentimentos através de suas palavras fizeram cada parte do meu corpo implorar para estar colado ao dela.
Me dá um aperto no peito ao saber que talvez não voltemos vivos desta viagem. Me dá um certo medo de morrer e saber que nunca mais verei minha família. Me dá uma certa angústia esta situação toda. E me apavora saber que não há outra solução para este problema que estamos enfrentando.
Enquanto puxo minha mala e atravesso a porta de embarque, vou pensando em uma forma de matar aquele desgraçado do Richard por ter nos colocado nessa confusão. Já sabíamos que não teria diálogo com os dinamarqueses para tentar reverter a situação. Mas não pensei que esse seria o plano para acabar com ele. Richard pode ter causado isso, mas sabemos que isso já estava prestes a acontecer, ele só adiantou o inadiável.
Mas droga! Precisava ser agora? Justo no momento em que eu estava bem com minha mulher e meus filhos?
Realmente a situação não tem reversão. Ou matamos o desgraçado ou somos mortos por ele. Mas a pergunta que não quer calar: Por que Madri? Por quê Isabel?
Olho para Rato ao meu lado e estranho ele não ter falado nada desde que saímos da mansão.
— O que está acontecendo? Você nunca foi de fazer o tipo calado. Está tudo bem? - Pergunto.
Ele respira fundo antes de me olhar.
— Vanessa está grávida. - O olho surpreso. — Foi exatamente essa cara que eu fiz quando descobri cara.
— E isso deveria ser um problema? Você não deveria estar feliz? Filho é noticia boa meu amigo. - Bato levemente em suas costas.
— Eu sei, Raphael. Mas não posso deixar de me sentir um imbecil por fazê-la sentir medo de ter me contado.
— E ela disse por que sentiu medo? - Ele assente. — Medo de quê?
— Medo que eu a bastasse como antes quando soube do nosso primeiro filho.
— Não entendo. Você já é pai? Esse não seria seu primeiro filho?
— Não, eu já sou pai. Mas de uma criança morta. - Ele respira fundo e passa as mãos nos cabelos, aparentemente nervoso. — Quando eu soube que Vanessa estava grávida pela primeira vez, eu ainda trabalhava para traficantes. Usava muitas drogas sem controle na época, já cheguei a agredir Vanessa diversas vezes. Mas a última foi a pior.
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La Máfia
Roman pour AdolescentsO que fazer quando todos a sua volta estão em guerra? Entre o sentimento e a razão, sobrevive nesse jogo quem for inteligente. Máfias de todo o mundo entram em guerra, sangue de inocentes são derramados e muita gente é condenada por seus crimes. Fa...