La Máfia

Capítulo 76

Desço do avião com minhas malas na mão e me aproximo do motorista que Richard mandou vir me buscar. O mesmo que estava encostado no carro, assim que me vê, me ajuda a por minha coisas no porta malas.

— Está a muito tempo me esperando? - Fecho o porta malas e entramos no carro, que logo da partida.

— Não muito, no máximo vinte minutos. - Assinto. — Você vem de onde?

— Seattle. - Minto. — Você sabe me dizer se Laura ainda está com Richard?

— Ela está sim. Eles estão a esperando na mansão. Richard disse que só colocaria ela no próximo voo de volta assim que você chegasse.

— E ela está bem? Não está machucada ou algo assim?

— Não muito. Ela tem uns arranhões no rosto, está com o tom de pele pálido e não tem se alimentado direito desde que chegou. Mas não apresenta sinais de espancamento ou algo pior.

— Maravilha. - Respiro aliviada.

— Ela é muito importante pra você, não é? - Fecho os olhos e sorrio ao lembrar da fisionomia de Laura.

— É sim, muito. - Sorrio ainda mais. — Além de ser a mulher que me deu a vida, é minha inspiração, entende? - Ele assente, com um sorriso no rosto. — Eu a amo muito, não poderia deixar de fazer este sacrifício por ela.

— Ela deve ter muito orgulho da filha que tem então.

— Imagino que sim, já que nasci dela. - Ele da risada, assim como eu. — Mas e você?

— O que tem eu?

— Há quanto tempo trabalha para Richard?

— Não faz muito tempo. São apenas cinco anos sendo seu motorista particular.

— Entendo. Mas seu chefe é uma pessoa fácil de lidar?

— Nem um pouco. - Rimos. — Mas não posso ver as coisas só por este lado. Aturar o temperamento difícil do meu chefe não é nada quando se tem uma família para ajudar.

— Entendo. Mas você não me parece ser uma pessoa parecida com ele. Você é uma pessoa mais fácil de se conversar.

— E sou. Muitos pensam que por eu trabalhar com ele, isso significa que sou como ele ou até pior. Mas não é bem assim, trabalho para ele por necessidade.

— Entendo. Tem filhos?

— Tenho três. Dois meninos e uma menina.

— Quais os nomes?

— Não acha que já está fazendo perguntas demais? - Me olha pelo retrovisor.

— Preciso conversar com alguém até chegarmos. E bom, você é a única pessoa aqui como pode ver. - Olho ao redor e depois para ele, que revira os olhos.

— Não falta muito para chegarmos.

— Não foi o que lhe perguntei. - Insisto para que ele me responda.

Ouço seu suspirar e sorrio por ser bem persistente quando quero algo.

— Melissa, Thomas e Diego. Eles tem entre dez e onze anos, antes que me pergunte a idade deles. - Dou risada.