Capítulo 63

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Não foi nada complicado passar a idéia para Richard de que somos duas simples que estavam apenas procurando uma forma de sustento.

Passamos a localização da cabana onde estamos morando temporariamente e no mesmo dia, recebemos uma ligação de Hilary, nos dizendo que vamos começar o serviço no dia seguinte.

Infelizmente não conseguimos colocar as escutas onde combinamos com Raphael. Por não confiar em nós, ele manteve seus seguranças do nosso lado o caminho inteiro pela mansão, enquanto ele nos mostrava cada canto do lugar.

Cogitei com Simon a idéia de colocar as escutas na sala onde ele nos entrevistou, mas Simon disse que era loucura da minha cabeça e que lá não saberíamos de nada, já que as reuniões acontecem na sala que eles nos disse que nossa entrada era proibida.

Agora, cinco horas depois do encontro com ele, o relógio marcava seis horas, mostrando o início da noite, enquanto converso com Raphael por uma chamada de vídeo.

— Como é o local? Consegue descrever? - Nego.

— A casa era muito grande, mas consigo entregar a você um desenho de como são dentro de uma semana. - Ele arregala os olhos.

— Não temos como esperar uma semana. - Bufa. — Preciso dessa informação o mais rápido possível.

— Raphael, entenda uma coisa. - Me aproximo mais do notebook em cima da mesa. — Richard não é bobo, há todo momento ele deixou seus homens ao nosso lado. Não conseguimos nem respirar sem que dois brutamontes estivessem com seus olhos atentos em nós. Fora que Bryan e Ryan não conseguiram convencer os dinamarqueses a se aliar a nós e nem George convenceu os republicanos de que ajudar Richard é loucura. Então eu lhe pergunto, acha mesmo que será fácil fazer com que ele confie em nós a ponto de nos dar a planta da mansão dele? Ou acha que em uma semana já estará tudo resolvido? - Ele fica quieto. — Isso leva tempo, vamos com calma.

— Tudo bem, só estou nervoso. Mas o que você tem pra mim que seja útil?

— Tenho alguns desenhos de como o local é por dentro. - Mostro as folhas na frente do computador. — Ele estava nos testando. Levando Simon e eu a salas onde o acesso só era permitido para os seguranças em quem ele mais confia. - Ele assente. — Como sou boa em memorizar as coisas, gravei cada sala em minha mente e assim que cheguei na cabana eu fiz os desenhos de como essas salas são. Mas tem uma em especial que chamou minha atenção.

— Qual?

Pego a folha ao meu lado e ponho na frente do computador, de modo que ele veja com clareza.

— De todas as salas, esta é a única em que só ele tem acesso. Nenhuma outra pessoa entra lá, muito menos Melanie e Hilary, e olha que elas são da confiança dele. - Retiro a folha de frente do computador e a deixo ao meu lado.

— Tem certeza disso? Elas realmente não possuem acesso? - Balanço a cabeça, confirmando. — O que será que tem lá que ele tanto esconde?

— Estive conversando com Simon e ele suspeita de que seja lá onde ele faz as reuniões com os republicanos. Ou que talvez seja lá onde estão seus próximos passos, bem escondidos.

— Vocês precisam entrar nesta sala.

— Não sei se percebeu, mas como eu disse, somente ele tem acesso ao local. - Ele suspira. — Eu até perguntei a ele porque só ele entra lá e ele me disse que até hoje não encontrou ninguém digno de estar lá dentro com ele.

— Então acho que está na hora de uma de nossas mulheres entrar em ação. - Ele sorri, me fazendo franzir o cenho confusa.

— Como assim?

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