Capítulo 88

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— Como se sente? - Pergunto a Bryan após entrar no quarto e encontrá-lo sentado na cama, comendo o que parecia ser uma sopa, que foi trazida por uma enfermeira.

— Ainda sinto dores pelo corpo, mas estou bem. - Ele sorri e beija-me carinhosamente.

— Fico feliz e aliviada ao ouvir isso. Mas infelizmente não tenho boas notícias para lhe dar. - Sorrio fraco e toco seu rosto em uma carícia gostosa.

— E qual seria? - Me olha curioso enquanto come da sopa.

— Precisamos embarcar em um voo o quanto antes para a Dinamarca, temos que cuidar do julgamento de Richard. - Ele põe a colher dentro do prato, parando de comer, me olhando com um semblante confuso.

— Ele não seria julgado em Munique?

— Se meu pai e meu avô estivessem vivos, sim. Mas como eles não estão, nós dois teremos que estar lá. Querendo ou não. - Deixo claro a última parte quando ele tenta reclamar.

— É necessário mesmo que estejamos lá? - Assinto. — Não queria ter que olhar na cara daquele desgraçado e ter de controlar minha vontade de matá-lo com minhas próprias mãos. - Ele diz, começando a ficar nervoso, o que faz o aparelho que controla as batidas de seu coração apitar.

— Se acalme. - Beijo seus lábios diversas vezes, o acalmando. — E já que tocou nessa parte de nossa conversa, preciso que saiba de algo antes de partirmos.

— O que mais seria?

— Você será o responsável por executá-lo e por assumir a máfia espanhola. - Ele me olha assustado.  — A máfia de Madri está em suas mãos Bryan, terá que assumir o poder ou passá-lo para as mãos de outra pessoa.

— Eu não quero fazer parte dos planos daquele desgraçado, Alyssa. Não vou aceitar essa herança maldita que ele está deixando.

— Então venda ela, não sei. Mas você terá que tomar uma decisão quando estivermos lá. - Ele me olha impaciente.

— E sobre matá-lo? Terei que fazer isso mesmo?

— Sim, foi o que eles me disseram quando me ligaram. - Passo a mão em seus cabelos, os alisando.

— Não temos mesmo uma outra opção? Por quê você não mata aquele infeliz?

— Não posso amor, por mais que minha vontade seja fazer isso pela memória de meu pai. Mas infelizmente não posso. O filho único e legítimo dele é você, então o único que poderá fazer isso é você.

— Você estará lá comigo, certo? - Segura minhas mãos.

— Aonde? No nosso casamento ou no julgamento de Richard? - Brinco para descontrair o clima tenso que está ficando, e consigo isso por alguns segundos, antes dele ficar apreensivo novamente. — Não se preocupe, estarei lá com você. Eu serei responsável por representar meu pai e meu avô no julgamento, já que eles não poderão comparecer. - Bryan beija o dorso de minha mão.

— Sinto muito por não ter estado ao seu lado quando teve que sepultá-los. Queria poder estar lá com você neste momento.

— Sei que você estaria se pudesse. Mas foi tão doloroso ter de me despedir deles Bryan, foi uma sensação horrível. Uma dor que nem consigo expressar para que você entenda, foi realmente muito difícil.

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