Protetora

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             POV LAUREN

Falei com Simon; o homem até tentou me ajudar, meu sobrenome me dando privilégios novamente, mas não "pôde". Todos os dormitórios estão ocupados e, fora eu, ninguém manifestou interesse em trocar de quarto.

__Calma, Lauren, você aguenta. — disse já do lado de fora da reitoria. Tentei ser positiva, mas esse não é meu forte.

Fui até a praça de alimentação; nem estava com fome, mas qualquer coisa que me deixasse longe daquele quarto era lucro. Entrei na mesma lanchonete que costumava frequentar antes; a comida daqui sempre foi muito boa, espero que continue sendo.

__Um cappuccino tradicional, por favor. — fiz meu pedido no balcão e me sentei por lá mesmo. Dei um sorriso de canto ao lembrar que pedi justamente a bebida que está me causando todo esse estresse; talvez tenha pedido propositalmente. Tão fútil tudo isso... E de onde aquela menina tirou que eu sou roqueira? Maluquinha. Sorri novamente.

__Lauren? É você? — senti um frio no estômago; reconheceria aquela voz em qualquer lugar, mas me virei para trás para ter certeza de que não estava ficando paranoica. Não fiquei; era Veronica. __Meu Deus, é você mesmo! — ela disse, e eu me levantei no mesmo instante. Ela deu três passos rápidos em minha direção e me encaixou em um abraço um tanto quanto inesperado; eu só conseguia sorrir.

__Senti falta desse abraço... — confessei, e ela apertou mais ainda.

__Eu não estou acreditando, você voltou? — desfizemos o abraço, mas ficamos com as mãos entrelaçadas.

__Voltei; pensei que não encontraria nenhum de vocês por aqui. — eu não sabia que sentiria algo tão bom ao reencontrar alguém; imaginei que ficaria tensa, mas não me sinto leve assim há muito tempo.

Escolhemos uma mesa para que pudéssemos conversar um pouco; o lugar estava praticamente vazio, então tínhamos uma certa privacidade.

__Todo mundo continua aqui. É que nós combinamos de não nos apresentarmos hoje, mas eu estava com uns problemas em casa, então vim. — Vero disse assim que meu cappuccino chegou.

__Deseja alguma coisa? — perguntou a garçonete assim que deixou minha bebida sobre a mesa.

__Dois donuts: o especial da casa e um com nutella, por favor. — pediu, e a mulher se retirou concordando com a cabeça.

__Seu pai? — perguntei, voltando ao assunto anterior com um certo receio. O pai de Vero tinha sérios problemas com álcool; era um pouco agressivo às vezes, mas não sei se esse ainda era o problema; afinal, fazia um ano que não nos víamos.

__Parece que não mudou muita coisa desde que você foi embora. — sorriu fraco, e minha mão foi de encontro à sua por cima da mesa, em um gesto de carinho leve. __Mas não vamos falar disso. Como você está? — se animou, sempre assim, guardando seus problemas para cuidar dos amigos.

__Vero... — suspirei, não conseguiria manter qualquer tipo de contato com ela sem antes limpar minha consciência pelo passado. __Eu quero te pedir desculpas. — ela pegou em minha mão, retribuindo o gesto carinhoso que eu tinha feito anteriormente, e continuou me ouvindo; seu olhar era sereno em minha direção. __Nós éramos melhores amigas; eu não devia ter me afastado. — mais um suspiro. __Acredite, eu senti e sofri com sua ausência, mas não tinha forças e nem coragem para te procurar, e também não deixei que fizessem isso por mim. — abaixei a cabeça, envergonhada.

__Hey, Laur, está tudo bem... Eu conversava com seu irmão toda semana para ter notícias suas; tudo o que eu queria era te ver bem, e você voltou, criou forças para isso e, te garanto, você vai ficar cada vez melhor. Eu te amo, green eyes. — sorriu largo, me fazendo sorrir também.

Um brinde ao nosso anjo - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora