Juntas de novo

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           POV LAUREN

__Aquele carro estava estacionado... Ele acelerou do nada. 

As palavras de Camila não saíam da minha cabeça, soavam como eco e eu sentia meu coração pulsando no cérebro de tanta raiva.

__Mani, acho que precisamos ligar para a Vero, você pode vir comigo? - pedi em meio aos outros, Mani fez que sim com a cabeça e se levantou para deixar o lugar junto comigo.

__Sei que você não vai fazer o que disse lá dentro. - falou assim que nos distanciamos da sala. __Me diz, o que foi? Você está estranha.

__Uma de minhas melhores amigas acabou de ser atropelada e eu não tenho a mínima idéia de como ela está. - respondi o óbvio.

__Sei disso, mas tem algo a mais, te conheço. - chegamos ao lado de fora e ficamos de frente a um corrimão com o antebraço apoiado no mesmo.

__Claro que tem. - Mani me olhou desconfiada. __Camila me disse que tem certeza que o carro que atropelou Ally estava estacionado. - eu olhava para o nada tentando controlar a raiva interna. __Sabe o que isso quer dizer, não sabe? - perguntei fitando Mani nos olhos e ela concordou com a cabeça olhando para baixo.

__Eu já tinha pensado nisso, comecei a raciocinar no caminho até a casa dos pais dela. Não pensei que ele chegaria a esse ponto, Lauren. - me olhava incrédula.

__Se ele pensa que vai ficar por isso mesmo, está enganado. - passei a segurar o ferro do corrimão com as mãos, queria ter força o suficiente para quebrá-lo.

__Ela podia ter morrido. - Mani disse baixinho com a voz embargada.

__Ela ainda pode, Mani, não se esqueça disso! Enquanto Ally está lá dentro sabe-se lá em que estado, aquele idiota está solto por Miami! - coloquei a minha verdadeira raiva para fora, senti meus olhos umidecerem e meu coração bater forte. __Sabe o quanto tudo isso dói? - minha voz mal saía, Mani me abraçou forte e pela primeira vez naquela noite me permiti chorar.

__Eu estou sentindo tanta raiva, Mani. - confessei em um fio de voz.

__Coloque para fora, eu estou aqui e ela vai ficar bem, ok?. - pediu fazendo carinho em meus cabelos. Enterrei meu rosto no ombro de Mani e chorei mais forte.

                      ...

Mani e eu ficamos por pelo menos uma hora lá fora, muito desses minutos gastos com silêncios – a boca se cala enquanto a mente planeja. Contei a ela o motivo de eu estar no hospital quando Ally e Camila chegaram, também decidimos não contar nada a Vero, não antes de ter notícias de Ally. É com ela que Ally divide quarto, Vero passa mais tempo com a baixinha do que qualquer uma de nós, não precisamos desesperá-la agora, até por que minha amiga já tem problemas demais.

Voltamos para dentro do hospital, quando chegamos perto da sala em que todos estavam pude ouvir uma voz diferente, mas não consegui entender o que dizia. Troquei olhares rápidos com Normani e fomos depressa até eles constatando que sim, era o médico.

__Quando nós poderemos vê-la, doutor? - Patricia perguntou ao médico.

__No momento Allyson está sedada, dormindo tranquilamente e o esperado é que só acorde pela manhã. Ah, tenho que comunicá-los que os policiais virão assim que ela acordar, precisam conversar com ela e isso pode ser desgastante.

__Policiais? Mas nós ainda não fizemos ocorrência. - Patricia questionou confusa.

__Não será preciso, as meninas cederam informações suficientes para um encarregado dos bombeiros que as repassou para a polícia, não vieram até aqui hoje por conta da situação emocional de vocês, mas não se preocupem, eles vão encontrar quem fez isso.

Um brinde ao nosso anjo - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora