Jeito Veronica de ser

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                POV VERO

Minha mãe havia mandado uma mensagem desesperada quando eu ainda estava me arrumando no quarto, meu carro estava na oficina então tive que pedir o de Keana emprestado, mas vendo meu estado, ela decidiu vir comigo. Ele tinha bebido mais que o normal, foi o que minha mãe contou por mensagem. 

Fiz com que Keana me esperasse do lado de fora de casa, afinal eu jamais arriscaria deixá-la no mesmo espaço que aquele louco, mas como pude deixar minha mãe? Ao entrar em casa pude ver o estrago causado pelo homem que a sociedade diz ser meu pai, objetos aos pedaços, vasos, quadros, pratos, nem a TV da sala ele poupou. Josh é um babaca.

Subi os degraus da escada ao ouvir um barulho vindo de cima, era ele, estava tentando entrar no quarto onde provavelmente minha mãe estava. O meu quarto. Único de casa que possuia tranca, pois segundo ele, porta trancada era sinal de chifre na cabeça. Otário.

Chamei a atenção do homem visivelmente bêbado no final do corredor, o xinguei de todos os nomes possíveis e imagináveis, meu ódio por Josh aumentava a cada vez que nos encontravamos, mas ele só se mostrou revoltado comigo quando as palavras que saíram de minha boca foram "seu bêbado de merda". Josh caminhou cambaleando e furioso até mim, me mandou calar a boca, disse que eu induzia  minha mãe a ficar "contra ele". 

Que mulher seria a favor de um vagabundo como esse? Ele se aproximou enquanto gritava para eu ir embora, estava me expulsando de minha própria casa. 

Josh fedia a cachaça, tentou segurar meus braços, mas eu não deixei, então entramos em luta corporal, obviamente ele era bem mais forte que eu, mas eu consegui segura-lo e impedir que me atacasse para em seguida aplicar uma joelhada em seu abdômen que o deixou ofegante por alguns segundos. Obrigada Muay Thai. Quando se recuperou me acertou com um soco no olho que me fez cair para trás, ao ver o que tinha feito sua expressão mudou e o mesmo me pediu desculpas. Meu olhar era de ódio e nojo naquele momento, o deixei chorando no chão e me direcionei ao meu quarto onde minha mãe estava. Chamei por ela duas ou três vezes, mas a mesma não respondia, será que estava inconsciente? Lembrei que a cópia da chave ficava em uma caixinha de madeira no móvel do corredor e fui buscá-la, assim abri a porta. 

Minha mãe estava machucada, mais precisamente em estado de choque sentada em cima da cama, seu corpo tremia e ela mal piscava. Josh é mais que um babaca, é um monstro!

Demorei alguns minutos para trazê-la de volta à realidade, fui até a cabeceira de minha cama onde por trás escondia o presente que meu tio me deu ano passado, uma Gamma doppler que ele trouxe de suas viagens pelo mundo, disse para que eu usasse caso necessário fosse e eu entendi o recado. Josh. 

Eu não o mataria, apesar da vontade. Peguei a faca e meu celular, caminhei até o corredor onde o homem ainda estava sentado e chamei sua atenção com um "Hey".

__Se você se aproximar, eu te mato. - disse e vi os olhos do homem se arregalando. __E se você continuar aqui dentro, eu ligo para o Morgan. - o homem engoliu seco e se levantou, parecia assustado. Posicionei a faca de uma maneira melhor em minhas mãos e esperei que viesse, mas isso não foi feito. Josh desceu as escadas rapidamente e a última coisa que ouvi foi a porta batendo. 

Ai droga, Keana. 

Desci correndo para ver se ele faria algo à ela, mas dei um suspiro de alívio ao escutar o barulho do carro de Josh, que saiu cantando pneu. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Keana, pedi esperasse por mais alguns minutos no carro, que eu e minha mãe logo desceriamos. Fui até a cozinha e peguei um copo de água para a mulher assustada no quarto, em alguns poucos minutos consegui levá-la para baixo.

Um brinde ao nosso anjo - CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora