POV CAMILA
Precisava andar mais rápido e sem riscos de torcer o pé, portanto tirei os saltos que usava e passei a levá-los na mão junto ao celular que à essa altura já estava com o flash ligado, afinal estava escuro.
Qual a probabilidade de Lauren estar por aqui? Entendo agora a grandeza desse lugar, não sei à quanto tempo estava caminhando, talvez meu sedentarismo tornasse tudo pior. Ao mesmo tempo que pensei em voltar, algo me fazia querer persistir, talvez o fato de ninguém ter mandado mensagem ainda, mas além disso a estranha sensação de que poderia me arrepender se voltasse.
Lembrei da apreensão de Vero e isso me deu um frio na barriga, senti algumas lágrimas se juntando nos cantos dos meus olhos e não entendi exatamente por quê, estava triste sem saber o motivo, dois dias nessa universidade e esses já são os dias mais confusos da minha vida.
Por que Lauren mexe tanto comigo? Dois dias, menos de quarenta e oito horas, onde a palavra que mais saiu da minha boca foi o nome dela.
Andando mais um pouco passei a ouvir uma voz... Eu estava delirando? Tudo bem, bebi, mas creio que dois ou três copos não deixa ninguém assim.
Não é delírio, realmente tem alguém um pouco mais à frente, uma mulher e ela está cantando. Seria Lauren?
Meu Deus, que voz linda ela tem, a rouquidão no final de cada nota me arrepiava da cabeça aos pés, saber que se tratava de uma mulher me dava mais coragem para me aproximar. Em passos lentos já conseguia ver sua sombra, aí meu Deus, é ela.
Lauren.
Meu coração passou a bater mais forte e senti um alívio gigantesco por ter à encontrado, desliguei o flash do celular que depois de ligado por tanto tempo acabou ficando com apenas onze porcento de bateria.
Me aproximei de uma árvore grande o suficiente para me esconder – precisava pelo menos ouví-la cantar antes de me fazer presente – e próxima o suficiente para enxergá-la melhor.
Lauren estava sentada na grama, acho que com uma garrafa de bebida em mãos. Ótimo, bebeu mais...
Só consegui parar de pensar no que a fez beber tanto quando a mesma voltou a cantar, mesmo visivelmente bêbada – desde a festa, aliás – possuí uma voz tão doce e ao mesmo tempo imponente, eu ficaria aqui por horas se não tivesse nada para fazer, mas tenho. Tenho que saber o que houve, o que fiz de errado, se é que fiz e também preciso tirá-la daqui, avisar Vero que a encontrei.
Peguei meu celular que ainda estava quente por conta do tempo em que o flash se manteve ligado e agora restavam apenas quatro porcento – preciso comprar outro telefone. Coloquei os sapatos no chão para poder digitar no aparelho rapidamente.
[Mensagem On]
-Camila: Encontrei ela
-Vero: Finalmente, ela está bem?
-Camila: Ainda não conversamos.
-Vero: Melhor assim, onde vocês estão?
Não consegui responder antes do aparelho desligar. Merda.
Guardei o celular na bolsa e sai de trás da árvore tentando me aproximar de Lauren lentamente. Acabei pisando em algo que provavelmente me cortou e não consegui conter o grito de dor, isso fez com que Lauren me fitasse e viesse em minha direção.
Ai, Deus.
__Camila? Meu Deus, você se machucou? - quando chegou até mim se abaixou e pediu para ver meu pé. __Está sangrando, desculpa, fui eu que quebrei essa garrafa, não sabia que alguém viria aqui. - Apesar da dor que estava sentindo na região cortada não era essa a minha preocupação, o que me aflingia no momento era sua voz de choro, evidenciada quando respirava por conta do nariz entupido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um brinde ao nosso anjo - CAMREN
Misterio / SuspensoApós enfrentar situações extremamente complicadas em seus tão recentes dezoito anos, a jovem Camila Cabello decide que é hora de seguir seu coração. Com as malas prontas, a garota cubana que, anos atrás, teve que se mudar para os Estados Unidos com...