12- Hamster

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oi

Não revisei e nem vou, pois não sou obrigada a nada. Quem achar palavras erradas que lute!!! hehehehe

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No dia subsequente, Dinah recebeu uma ligação logo pela manhã marcando uma reunião para o outro dia pela tarde. Mesmo após implorar pela companhia de Lauren, esta recusou com muito ímpeto. Tinha passado os dois dias muito calada, desenhando mais que o normal, havia até começado a montar uma cadeira.

De alguma forma a dificuldade que a ilustradora sempre teve na escola era convertida em muito talento em trabalhos manuais. Bastava que alguém ensinasse uma vez, para que conseguisse montar, desmontar e até construir coisas.

Quando estava chateada com algo, se excluía do mundo, se dedicando a fazer alguma das coisas que sabia, além de desenhar, é claro. Lauren não era do tipo que descontava as próprias frustrações nos outros. Mas também não tinha capacidade de disfarçar os próprios sentimentos, se estava chateada ficava perceptível até no tom de sua fala.

-Tem certeza que não pode ir comigo?

Dinah perguntou, ainda com uma pontada de esperança. Mas Lauren sorriu tranquila, negando com a cabeça, sem nem mesmo desviar os olhos da peça de madeira que serrava. A loira bufou, mas não insistiu muito.

-Essa será para o meu restaurante?

Perguntou, tentando soar animada. Lauren sorriu mais sinceramente para aquilo, olhando na direção da amiga que a observava com uma ruguinha de preocupação no meio da testa.

-Se você quiser, pode ser. Estou fazendo essa com madeira maciça, então talvez não fique tão bonita. Os cortes são mais complicados, acho que precisaria cortar em uma serraria de verdade. Mas a textura é tão mais bonita assim.

Dinah sorriu de lado, inclinando a cabeça. Gostava muito de como Lauren tinha sensibilidade para pegar coisas que as pessoas normalmente ignoravam. Conseguia encontrar prazer em quase qualquer ocupação com muita facilidade e ainda fazê-lo de forma impecável.

-Você é perfeita, pó de giz. A pessoa mais talentosa que eu conheço, não deixe ninguém fazer com que pense que é menos do que isso.

Lauren sorriu largo. Levantou rapidamente, limpando as mãos como podia, para abraçar a amiga. Dinah a apertou forte ficando mais tranquila ao vê-la suspirar, ficaria tudo bem, sabia que sim.

Todas as dificuldades que teve tentando se adequar as exigências sociais, quanto a escola, faculdade e coisas do tipo. Fizeram com que a ilustradora guardasse certa insegurança. Sabia que nunca poderia gerir uma empresa, ou até mesmo um pequeno negócio. Até quando tentou vender algumas das coisas que fazia, quando ainda tentava ganhar espaço como ilustradora, acabou se perdendo entre preços e clientes, perdendo mais dinheiro do que ganhando.

Desenhar era a única coisa que sabia de verdade, e que podia fazer sem se perder em sua própria bagunça. Foi a primeira coisa em sua vida que teve orgulho de fazer. De onde conseguiu tirar o próprio dinheiro e onde suas dificuldades não pareciam ter importância. Na verdade, muitas das vezes, sua bagunça mental chegava a ser valorizada.

Normalmente não dava muita atenção para o que falavam. Mas o tom de Camila atingiu o fundo do seu peito. É engraçado que quanto mais admiramos e valorizamos uma pessoa, mais poder a opinião desta tem sobre nós. Achava Camila magnífica, tudo sobre o talento e capacidade de gestão da mulher lhe eram fascinantes. Saber a forma que ela considerava seu trabalho, feriu seu orgulho de forma complicada.

-E você é a melhor chef do mundo. Espero que hoje dê tudo certo.

Respondeu para a amiga com carinho, beijando o rosto desta que retribuiu mais tranquila. Dinah logo foi rumo a sua reunião, não queria chegar atrasada.

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