48- Tarântula

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Então...

Não achei legal dar capítulos de aniversário e parar na parte triste

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Lauren via o tempo passar tomada por profunda agonia, naquele dia completavam três semanas que sua noiva tinha sumido e ninguém havia dado qualquer notícia sobre ela, nenhum pedido de resgate, nenhum rastro sobre o paradeiro da latina, nada, apenas aquele vazio que ela havia deixado em sua vida e na de todas as pessoas daquela cidade.

Ainda se lembrava de como estavam felizes, de como a vida parecia tranquila mesmo com toda a coisa envolvendo o Simbiose.

A primeira a aparecer depois de se mudar para a mansão foi Karla, quase lhe custou um rim contar sobre a morte de Alfredo. As duas choraram juntas abraçadas por vários minutos e quando a professora finalmente se acalmou um pouco, a levou até o local no telhado, aquele que pertencia a ela e a mãe, e havia lhe mostrado em outra ocasião.

Camila tinha ajudando-a a ajeitar as coisas ali em cima para Karla, comprou as comidas preferidas da irmã e ajudou a escolher o anel que sabia que ela amaria.

Depois da noite cair e o céu ficar repleto de estrelas naquele cantinho tão especial para a mulher que amava, finalmente se encheu de coragem para falar talvez a coisa mais importante de sua vida.

- Está vendo aquela constelação bem ali. - Apontou para céu, observando Karla seguir seus dedos para enxergar. - É a constelação de Eros e Psique...

- Não tem nenhuma constelação de Eros e Psique... - Karla murmurou um pouco confusa.

- Você está estragando o momento, eu demorei muito a achar uma história na mitologia grega com final feliz, só depois percebi que de todos os deuses justamente esse não tinha um planeta que eu poderia apontar, então precisamos fingir que tem uma constelação.

Karla riu baixinho, fingindo que fechava a boca com uma chave para a ouvir.

- Psique era a terceira filha de um rei, e ela era tão absolutamente bonita que Afrodite começou a ficar ciumenta com a sua beleza. As pessoas chegavam a comparar Psique a deusa e render homenagens a ela. Então Afrodite enviou o filho, Eros, para fazê-la se apaixonar pelo homem mais horrendo que encontrasse, isso seria a punição.

- Esses deuses têm o ego muito frágil para alguém que é literalmente uma divindade. - Karla comentou, fazendo com que concordasse com a cabeça.

- Eros foi fazer o que a mãe pediu, mas quando viu a Psique toda gatinha, acabou se apaixonando por ela.

- Adoro. - Karla comemorou batendo palminhas.

- Mas claro que Afrodite não deixaria isso assim, Psique só ficava mais velha e nunca se casava. Depois dos pais delas consultarem os oráculos, já desconfiando que ela tinha ofendido os deuses, descobriram que o destino dela era se casar com um monstro horrendo. E lá se foi Psique, subiu uma montanha alta para se encontrar com seu horrível destino, mas quando ela estava lá, uma brisa a levou até um bosque onde dormiu e após acordar passou a andar pelo local até entrar em uma casa, onde foi servida e atendida. Estava um pouco assustada com a possibilidade de encontrar o monstro, mas uma voz toda angelical acalmou ela, o dono da voz a tratava com toda amabilidade do mundo, era tão bom que acabou conquistando Psique. Tudo que ele pedia em troca de todo o amor que ele dava a ela, era que nunca tentasse conhecer a identidade dele, sempre se encontravam e faziam amor no escuro.

- Parece com a gente. Durante algum tempo você teve que me amar no escuro antes de realmente saber quem eu sou, ou quantas eu sou. Você amou todas sem nem saber que somos uma. - A professora revelou sorridente.

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