(quatorze) Dia de chuva

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Aurora

- Acorda princesa, você vai se atrasar.- A voz rouca de Adam me faz dispertar.

- Eu não quero.- faço pirraça

- Então não vá, eu posso trabalhar aqui e a gente passa o dia juntos.

- Não... você não pode deixar eu fazer oque eu quiser poxa, não sou responsável. - Me sento e cruzo os braços, ele me olha sorrindo. - Você tem de dizer " Você não pode faltar se não vai acabar sendo demitida " é oque alguém responsável faria.

- Quem te disse que sou responsável?

- Você  cuida de mim e da sua familia, então é responsável. - Salto da cama, vou para o banheiro escovo os dentes, coloco o uniforme e tento ajeitar o cabelo, sigo para cozinha onde Adam  coloca um pouco de chá para mim.

- Pronta ?- Afirmo com a cabeça  enfiando uma torrada na boca. - Você vai engasgar.

- Hahaha, querido você ficaria surpreso com oque cabe aqui. - Digo e vou desfilando vitoriosa até a porta.

Espero que ele esteja olhando minha bunda.

- Espera eu vou te levar.

- Não precisa.

- Está chovendo, eu vou te levar.

No caminho a mulher dele liga cinco vezes mas é ignorada, não sei se é por minha presença fico incomodada e se for algo sério?! Seguimos em silêncio  até a porta da lanchonete .

- Me liga quando sair, eu te busco. - Diz e me beija .

- Só se você prometer que não vai estar fundendo sua mulher.- Falo brincando, ele me fuzila com o olhar meu sorriso se mucha e desço do carro.

****

- Aura pode ir embora, vamos fechar- Matheu me diz dando de ombros.- já estamos abertos a três horas e não entrou ninguém.

- Você sairia nessa chuva pra comer aqui? - círculo mais uma palavra no caça-palavras do jornal de ontem. Me toco no que acabei de dizer  - Não estou desmerecendo sua comida, você cozinha muito bem sua comida é maravilhosa, e só que se tá chovendo e as pessoas ficam com preguiça e talz. Você é um ótimo cozinheiro- Despejo tudo muito rápido ele cruza os braços e me observa sério.

Retardada.

- Entendi.

- Então eu vou indo- falo apontando pra porta.

- Ok.

Me despesso de Bea que está mastigando a tampa de uma caneta, coloco a capa de chuva e sigo para o ponto de ônibus que fica a uns quinze minutos da lanchonete. Depois de esperar um tempo decido ligar para Adam vou retirar o celular do bolso...

Merda. Deixei carregando no chão perto do meu armário.

Volto correndo pela rua de trás, lembro de ter a chave da saída de emergência. Pego meu celular ligo pra Adam, coloco os fones e vou ao banheiro tomo um susto quando abro a porta, Bea está pelada  sentada na bancada da pia e Matheu está entre suas pernas com a calça nos joelhos.

Caralho.

- Desculpa. - Bato a porta o mais rápido possível e saio correndo. Volto para o ponto onde marquei com Adam.

- Aura.- Matheu vira a esquina, sua blusa branca está transparente e colada ao seu abdômen deixando todos os gominhos amostra , ele passa a mão no cabelo levando todos os cachinhos para trás. - Eu não... É...

- Tá tudo bem, eu devia ter batido na porta . - Digo mostrando meu sorriso mais amigável.

- Não, não foi certo eu estava no trabalho... nem sei muito bem como aconteceu, eu e a Beatrice não temos nad...

- Não precisa me explicar, tá tudo bem eu juro - Digo cortando a sua frase.

- Estamos bem então?

- É claro! - Ele me abraça sem jeito mesmo com toda aquela chuva fria seu corpo é quente, seu abraço é aconchegante. Adam buzina me separando de Matheus que me dá um beijo no rosto antes que eu entre no carro.

-Quem é esse cara ? - Adam me fita sério.

- Meu chefe.

-E ele agarra todas as funcionárias assim ? - Sua voz é sarcástica.

- Na verdade com a outra ele faz pior.- sorrio a lembrar da cena constrangedora de Bea tentando se  cobrir com as mãos quando me viu .

- Não quero esse cara te esfregando desse jeito .- Adam diz e sua testa se enruga juntando suas sobrancelhas.

- Você tá com ciúmes? - pergunto incrédula com sua rigidez.

- Não. Eu só tô preocupado, você fica umas oito horas por dia com ele, você é fraca e pequena se um dia ele quiser fazer algo com você por que achou que você deu liberdade...- Não termina a frase apenas faz sinal de negativo com a cabeça.

- Adam foi um abraço, não um estrupo... O que aconteceu com você?

Voltamos para casa sem trocar uma palavra Adam entra na frente e vai para o seu escritório.

Tem exatamente quarto horas e onze minutos que ele está lá, faço um café sem açúcar e levo, passo pela porta e a fecho novamente, seu celular toca junto a minha entrada. Adam atende o aparelho aos gritos.

- OQUE FOI DESGRAÇA?... EU JÁ DISSE QUE NÃO CAROL , PARA DE ME LIGAR . - encerra a ligação e passa a mão no rosto.

- Adam - O chamo baixinho.

- EU ESTOU OCUPADO AGORA OK ?! .- Me assusto com seus gritos e ando para trás  batendo as costas com força na porta, o café cai no chão.

Desejos  proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora