Adam
- Pai não machuca ele. - Juliana se joga no chão ao seu lado, abraçando sua cabeça na intenção de proteje-lo. - A gente se ama! - Diz com os olhos cheios d'água.
- Amam ? É claro que se amam ! - começo a rir de nervoso a pego pelo braço e a faço sentar em um banco de concreto que é acompanhado por uma mesa do mesmo material . Lembro de todos nós sentados aqui no jardim em um domingo a tarde tomando cerveja e jogando conversa fora. - Quanto tempo?
- Pai, fica calmo deixa eu te explicar...
- EU PERGUNTEI QUANTO TEMPO CARALHO.- Bato com força na mesa, Juliana se assusta, seu choro fica mais forte a fazendo soluçar.
- Adam, olha pra mim, respira.
- CALA A PORRA DA BOCA EU NÃO QUERO ESCUTAR SUA VOZ.- Henrique se apoia no muro e tenta estancar o sangue que escorre de seu nariz.
- Quase um ano. - Ela diz quase em um sussurro.
- Um ano ?! Que porra você acha que vai acontecer ? - A encaro mas seus olhos estão direcionados a Henrique. - Acha que ele vai largar a mulher dele pra viver feliz pra sempre com você? Você acha que ele vai acabar com a porra do casamento dele de quatorze anos pra assumir você? Não é possível que você seja tão idiota.
- Pai... ele disse que...
- ELE DISSE O CARALHO JULIANA... - interrompo sua frase.- Ele te disse que estar tentando tem um bebê também ? - Sua expressão é perdida, me faz sentir mal .
-Chega de fazer esse showzinho de merda Adam! Que moral você tem ?! Que porra de exemplo você é? - Ele caminha em minha direção com os punhos cerrados.
- Você pegou ela no colo, foi na festa do primeiro ano de vida dela, na porra da apresentação de ballet...que merda de doente você é?
- Bom a gente não escolhe por quem se apaixona.
- Você está apaixonado? Que fofo .- Uso minha voz mais sacartica possível. - Dizem por aí que quando estamos apaixonados fazemos qualquer coisa pela pessoa, sabia? Me prova. - Retiro o celular do bolso disco o número rapidamente. - Larga ela.
- Que porra você está fazendo ?
- Oi Adam, tá tudo bem ?- A voz de Geovanna sai pelo auto falante do aparelho. Ele me olha como se não acreditasse no que acabei de fazer.
- Geovanna... - Diz com a voz trêmula.
- O que foi amor ?
- É... a gente acabou de chegar, te ligo mais tarde. - Fala rapidamente encerrando a ligação.
Segura as mãos de Juliana dando um beijo sobre elas.
- Eu não posso fazer isso por telefone, você entende?- Ela apenas concorda com a cabeça e sorri.
Não acredito.
- Pai eu já tenho mais de vinte anos, já sai de casa. Eu posso escolher muito bem quem me relacionar. - Ela levanta com os olhos colados aos meus, não consigo segurar a gargalhada.
- Palmas pra ela que é independente. - sorrio batendo palmas .- Agora me fala aqui querida quem paga seu aluguel? Sua faculdade ? Sua comida ? A porra da gasolina que você usa ?- Seu orgulho se quebra de imediato. - É você? Não? Estranho que quando suas despesas são debitadas da minha conta você não fala nada, agora você quer cantar de galo ?! Deixa eu te explicar uma coisa que não está clara: Você pode ter 30 ,40 ,80 anos, eu sou o seu pai pra sempre. Até mesmo depois que eu morrer... Agora se você realmente quiser que eu não entrometa nas suas escolhas, pare de viver as minhas custas.
Ela limpa as lágrimas que escorrem pelo rosto abaixando a cabeça.
- Você tem uma semana pra larga sua mulher. Se você não falar eu falo!
- Se você fizer isso eu conto sobre a Aurora.- Sua voz é séria, o sangue que escorre de seu nariz formou uma pequena linha que já alcança o pescoço.
- Fique a vontade... Eu não tenho nada a perder.- Antes de sair me viro uma última vez. Henrique abraça Juliana que chora em seu peito. - Há espero receber o convite do casamento de vocês dentro de dois meses, não podemos deixar a paixão morrer, não é mesmo ?!
Entro no carro, minha cabeça explode sinto como se tivesse recebido um chute, minhas mãos não param de tremer. Como não descobri isso antes ? Como fui tão cego a ponto de não notar ?
MERDA.
MERDA.
MERDA.
Não consigo ligar o carro. Meus braços pesam, minha visão embaça. Tenho vontade de voltar e bater a cabeça dele contra o muro até que ela rache.
Respiro fundo até que a raiva passe e eu consiga sair daqui.
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Desejos proibidos
ChickLit(+18) Sem revisão / livro 1 Princesa , se eu pudesse iria te marcar pra sempre , assim você nunca se esqueceria de mim nem se quisesse .