(vinte) Jantar

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Adam

- O que você quer ? - Henrique está sentado no sofá com os pés sobre a mesa de centro.

- Quero que você cancele o jantar de amanhã.- Diz abrindo uma lata de cerveja.

- Não vou cancelar. Está encima da hora, Geovanna já deve ter se programado.

- Você vai fazer oque lá poxa ?! - Faz pirraça como uma criança de seis anos .

- Te buscar pra nossa viagem.- Dou de ombros

-Nossa viagem não existe Adam... Era só uma desculpa.

- Pra que exatamente?

- Você dá os seus perdidos e eu dou os meus...

- Você está traindo ela ?- Demonstro raiva pela tonalidade de voz.

A imagem de Geovanna vem a mente, ela realmente é  a " esposa exemplar " do tipo que só se vê em filmes, faz todo o possível para agradar o marido. Ela deixou de trabalhar a pedido dele para que ficasse responsável pelas funções da casa -- mesmo tento a ajuda de algumas empregadas -- Eu não sei se é a idade que está me fazendo ficar ranzinza ou Henrique que está ficando mais filho da puta.

- Você está traindo a Carol com uma adolescente!- Diz dando um gole.- Que moral tem pra falar de mim ?

- É diferente! Eu e a Carol fizemos um acordo sobre o casamento.

- E fuder com ela estava no acordo ?!

- Isso não vem ao caso... Nós não estamos juntos, já você e a Geovanna até onde eu sei estão.

- Adam quem sabe como o meu casamento sou eu e ela, não intrometer nos meus perdidos que eu não intrometo nos seus.

- Você já está intrometido no meu. Já deu sua opinião, expôs seu ponto de vista, atrapalhou minha foda...

- Eu não sabia. Porque vocês não trancam a porta?

- Porque você não fica lá fora esperando alguém te receber? - Ele revira os olhos e se levanta.

- Adam... se você acabar com o meu, eu acabo com o seu !- Diz antes de sair.

****

Geovanna abre a grande porta de madeira com um sorriso exibindo todos seus dentes destacado pelo batom vermelho. Ela está linda. Usa uma saia tubinho que parece ser feita sobe medida para seu corpo, uma blusa social preta, o pano contém uma certa transparência deixando a mostra um sutiã rendado, no meio de seus seios passa um fio de ouro que vai até  seu pescoço formando um colar.

Henrique ficou com cara de merda o jantar inteiro enquanto eu e Geovanna pulavamos de um assunto a outro.

O telefone toca Henrique salta praticamente em um pulo nos deixa a sós, se afasta cochichando com o aparelho.

- E como vocês estão? - Pergunto como quem não quer nada.

- Há nós estamos passando por uns problemas. - Diz revirando a comida com o garfo.

- Isso é normal em todo casamento.- Falo na intenção de por um ponto final ao assunto.

- Nós estamos tentando ter um bebê.- Ela me encara esperando uma reação, ajo de forma natural.- Mas eu não sou mais uma moçinha...- Um sorriso sem graça se forma em seu rosto .- Começamos a fazer alguns tratamentos. Ele tem me apoiado bastante.

- Vocês já pensaram em adotar? - Pergunto tentando me concentrar na conversa mas em minha mente só passa o quão ele é filho da puta.

Filho DUMA PUTA .

Chego a ter pena dela, mas não posso contar. Não é algo que cabe a mim.

- É uma opção...mas eu realmente queria ter um meu sabe ?!

-  Entendo. Olha não  é dando pitaco nem nada, mas por experiência própria... O meu é adotado e ele é mais apegado a mim do que a minha biológica. É meu filho do mesmo jeito, daria minha vida por eles sem pensar duas vezes.

- A gente tem que ir.- Henrique diz com a mala em mãos . Confere o relógio a cada segundo. Levanto-me me despesso de Geovanna que me dá um beijo na bochecha deixando uma marca.

- Adam...- Diz antes que eu saia do cômodo.-- Obrigada!- Sorri lindamente.

Deixo Henrique em uma agência de aluguéis de carro, sinto uma sensação ruim. Ele demora exatamente 25 minutos e sai apressado, decido seguilo. -- Ok, sei que não é da minha conta mas algo me diz pra fazer-lo mesmo assim- O caminho é longo, mantenho certa distância tomando cuidado para não ser descoberto.

O bairro se torna familiar, reconheceria essas ruas até de olhos fechados, a duas quadras Henrique estaciona enfrente o portão cinza, sai do carro e toca a campainha sua ansiedade é notável.

Não pode ser. Ele não faria isso comigo.
Não é tão filho da puta assim...

Ela abre o portão e salta em seu pescoço o beijando calorosamente. Meu sangue ferve fazendo meu corpo tremer, a raiva me cega, perco o controlhe. Quando me dou conta já estou berrando com Henrique minhas  mãos estão em seu colarinho.

- DESGRAÇADO FILHO DA PUTA. - O jogo para dentro da casa esmurando seu nariz.


*****

Eai lindezas 😌😏
Quem vocês acham que é?
Não esqueçam de votar pf .
Bjim .😚♥️
Flw.

Desejos  proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora