Desejos proibidos

(dezessete) Chefe

Adam

Saio do apartamento antes que Aurora acorde, se não eu não iria conseguir voltar pra casa. A chuva parou agora não tenho mais desculpas para não ir ao trabalho.

Passo na empresa, explico para Bianca como abordar os possíveis patrocinadores  que precisamos. Antes que eu saia novamente Henrique entra em minha sala e fecha a porta.

- Já conversou com a Carol ?-  Cruza os braços na frente do peito.

- Sobre ? - Pergunto sem desviar os olhos da papelada em minha mesa.

- Sobre o fato de você tá comendo uma criança. - Minha mandibula trava fazendo os meus dentes rangerem.

- Você está muito preocupado com minha vida ultimamente.- O fito por questão de segundos.

- Você é meu amigo, isso não passa da minha obrigação. - Se senta sobre a mesa. - Cara se a Carol estivesse ficando com outro cara oque você acharia ?

- Bom...Ela pararia de encher meu saco ao menos.- Dou de ombros.

- Ok! Já que você não vai desistir da sua little girl, deixe claro pra sua mulher que vocês não estão juntos porque ela realmente acha que voltaram, e com razão né?! Você não  me contou que transou com ela.- Não falo nada sei que em partes ele está certo, mas não vou admitir em voz alta. - Adam você sabe que esse  "relacionamento" de conto de fadas com uma adolescentes tem 90 % de chances de dar errado né ?! E que um de vocês vai sair muito machucado disso. - Ele realmente parece preocupado.

- Não é um relacionamento é... sexo.

- Se fosse só sexo você não passaria a semana inteira com ela...Tá escrito na sua testa que está apaixonado !- Se levanta e sai, me deixando a sós com meus pensamentos.

Decido comer no Coffe Silvas, sento na mesa perto da porta de entrada, peço uma fatia de torta e café, Aurora me serve eufórica.

- Você vai dormir comigo hoje? - Diz colocando as mãos para trás e balança os pés.

- Não princesa, tenho que conversar com meu filho. -  Ela concorda com a cabeça  e morde a boca.- Não faz isso, vou te jogar encima dessa mesa e ...

- Adam ? - Me viro pra ver de onde veio a voz feminina.

- Geovanna?!-- Me levanto para comprimenta-lá com um abraço, ela se senta sorridente na cadeira a minha frente. Consigo ver a testa de Aurora se enrugar.

- Pode trazer um suco de laranja sem açúcar por gentileza. - Diz se direcionando a Aurora.

- Claro! - Afirma em um tom sério.

- Adam você pode avisar a Carol que não vai dar pra gente jantar no sábado ?! Apesar que ela deve me ligar pra desmarcar porque você e o Henrique vão viajar no fim de semana.

Viajar ? Mas porque diacho o Henrique mente em meu nome ?

- É ! - afirmo indiferente.

- E como vocês estão?

- Bem. - Minto sem  dificuldades. Aurora volta colocando o suco na mesa fitando Geovanna sem nenhuma descrição, em questão de segundos a cachinhos dourados bombada saindo da cozinha e gritando " Aura ? É pra hoje ou tá difícil? " , meu sangue ferver pela a tonalidade de voz que ele usa.

- Então fica combinado assim ? - Geovanna diz empolgada.

- Claro !-  Confirmo sem fazer ideia do que se trata, ela levanta me dá um beijo na bochecha e vai em direção ao caixa.

Termino de comer, aproveito os minutos que tenho para mandar alguns e-mails. Vou até o balcão assim que acerto a conta Aurora aparece do meu lado.

- Quem era ela ? - Não consigo segurar a risada.

- Mulher do meu amigo.

- hum... Ela é bem bonita. - Diz indo para o outro lado do balcão .

- Realmente mas eu conheço uma menina mais bonita ainda, se eu tivesse tivesse com um espelho aqui juro que te mostraria.

- Idiota.- Finalmente consigo a fazer sorrir.

- Aura até onde eu sei você não é paga pra conversar. - O filha da puta aparece escorado na porta atrás da Aurora.

- Desculpa- Ela diz abaixando a cabeça.

- Se  falar assim com ela novamente eu vou bater tanto sua cabeça nesse balcão que você vai se  alimentar por um canudo... Ela não é sua cachorra! - Digo com toda a tranquilidade do mundo, vejo seu rosto ficar vermelho.

- Desculpe senhor, mas se você não reparou estamos cheios de clientes e sinceramente ela é garçonete e não jornalista pra ficar fazendo intrevistas. - Sua voz é calma mas suas mãos tremem.

- Bom então esse é mais um motivo pra você calar sua boca e voltar a trabalhar, você não concorda ?! - Ele estrala os dedos e volta pra cozinha.

- Ele vai me matar !- Aurora sussurra arregalando os olhos.

- Vai nada , ele não é louco de encostar em você se não eu mato ele.

- Eu tenho que trabalhar.- Diz olhando para porta .

- Ok! Se eu conseguir eu te ligo.

- Tá. - Fa sinal de negativo com a cabeça. -- Você é  doidão! - Diz Seguindo em direção aos outros clientes que acabaram de chegar.

Queria poder beijala.