( trinta e quatro) jantar.

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Adam

- Bem já faz muito tempo... foi na escola, eu tinha dificuldades em algumas matérias. Eu ia a casa dele para estudar.

- Estudar ?!- Digo no piloto automático com sarcasmo na voz.

- Era sim, você que fica me paquerando. Ele vivia me seguindo nos intervalos. - Diz se direcionando a Aurora. - Mas eu não queria ele, eu gostava de outra pessoa.

- Por que eu era pobre.

- Não. Era porque você era chato.

- Quando eu fiquei rico você me achava legal. - Ela ignora revirando os olhos.

- Mas eu consegui as notas que precisava...- retoma a história.

Em determinado momento Aurora gargalha e finaliza com chave de ouro mordendo os lábios.

Filha da puta.

Que saudade que eu estava disso. Ela me encara colocando um cachinho que escapa do seu coque atrás da orelha, toma um generoso gole de vinho que deixa sua boca avermelhada.

Isso é um convite ?

- Como vai o trabalho? - pergunto cortando o outro assunto que se estendia.

- Bem.

- Ela disse que não lembra de você. - Fernandes se incluí na conversa.

- Como não?!- O rosto de Aurora queima. - Teve uma vez que você deixou meu café cair. Não se lembra?- Ela ajeita o corpo sobre a cadeira.

- Não. - Mente na minha cara.

- Que pena, a noite estava linda. Dava pra ver uma paisagem perfeita através do vidro...

- Talvez tenha sido melhor pra você do que pra mim.

Xeque mate.

Mas que eu me lembre você estava gostando bastante.

- Realmente, pra mim foi uma noite maravilhosa. - Seus olhos brilham e ela desvia o olhar sem graça.

Vejo suas pernas se cruzando debaixo do vidro escuro da mesa. Meus olhos acompanham sua pele do joelho a barra do vestido.

Queria poder arranca-lo.Joga-la na mesa e deixar que ela goze em minha boca suplicando por mim. A lembrança dos seus dedos embolados em meu cabelo, o som que seu gemido tem... sinceramente acho que ela conseguiria me fazer gozar agora sem mesmo me tocar. Sinto o pano da calça jeans precionando meu pau que cria certo volume indiscreto. Carol sobe a mão por minha coxa me tirando do transe. A seguro impedindo de colocar a mão no meu bolso.

- A gente resolve isso mais tarde então.-Chega perto e diz baixinho certificando que apenas eu tenha escutado.

Inferno.

Carol começa a retirar os pratos , Fernandes à acompanha dando um beijo na testa de Aurora antes de se levantar. Então ficamos nós dois. Só nós dois.

- Aurora. - Ela ignora completamente. - Ele não.

- O que?! - Ri incrédula. - Isso não cabe a você escolher Adam. Você já fez suas escolhas sem me consultar, não tem direito de dar pitaco nas minhas.

- Ele vai sofrer, você está usando ele.

- Não estou !

- Você ama ele ? Quer ter um relacionamento sério com ele? - Ela simplesmente não responde.

- Minha dúvida é: Quem vai sofrer de verdade ele ou você ? - Tento segurar sua mão mas ela a afasta. - Nossa conversa acabou.- Antes que eu abra a boca Júnior volta.

- Vamos princesa.- Ela sorri levantando.

Aurora abraça Carol agradecendo, em seguida se vira pra mim estendendo a mão, a seguro e puxo em minha direção, a envolvendo com os braços.

- Me perdoa. - Sussurro em seu ouvido. Ela se afasta imediatamente, seu olhar é triste.

  Queria agarra-la denovo. Ela se vira seguindo Júnior até a porta.

Antes que eles saiam definitivamente da casa Carol me empurra contra a parede e tenta retirar minha blusa.

- Carol não.

- Para de fazer drama, eu sei que você quer. - Viro o rosto impaciente, ela beija meu pescoço descendo as mão até meu cinto. Retiro suas mãos novamente.

- Não.

- Amor. - Diz sorrindo. - Para de graça.

Seguro seus pulsos antes que ela toque meu rosto.

- EU DISSE QUE NÃO PORRA. - Ela se assusta.

- Me solta, está doendo . - Solto seus braços, só depois que vejo as marcas que tenho noção da força que usei.

- Desculpa, eu não queria ter te machucado. - Se afasta abraçando o próprio corpo. Seus olhos se enchem d'água. - Carol me desculpa.

- Por que você voltou?- Pergunta deixando as lágrimas correrem.

- Sinceramente eu não sei. Eu não sei ... Foi a pior decisão que tomei em toda minha vida.- Admito fracassado.

- Quem é ela ? - Limpa as lágrimas.

- O que?

- A outra mulher Adam! Você acha que sou idiota ? Você está apaixonado. - Sua voz se altera. - Você veio pra mim porque? Ela te deu um pé na bunda ?

- Eu não tô com ninguém.

- Adam olha nos meus olhos e diz que você não ama outra mulher... Foi oque eu pensei. Por que você não aproveita pra passar a noite com ela?! Eu quero ficar sozinha.

- sério?! Sério mesmo ?! Você quer realmente brincar de casalzinho adolescente. Carol você já me traiu tantas vezes que eu perdi a conta...

- Eu te amo caralho.

- Não,  você não  ama. Você tem medo do divórcio porque optou por separação de bens na época não é?! Sua família tinha medo que eu ficasse com algo seu. Mas depois que eu consegui tudo isso, você se tornou dependente de mim. É por isso que está segurando o casamento a tanto tempo... Olha eu não sou retardado Carol. A gente pode fazer um acordo ok ?! Eu não vou te jogar na rua porra, não vou te deixar sem nada. Eu só não quero mais ficar com você.

- Eu te amo.

- Que inferno Carol, não fode merda.

- Eu vou dormir. - Se olha no espelho ajeitando a maquiagem borrada.-  Eu te trai e você não fez porra nenhuma, apenas continuou comigo então não venha reclamar agora. - Fala com a maior  calma do mundo. - Boa noite amor.- Sobe as escadas rebolando.

Sento nos primeiros degraus por alguns segundos, mas o som da campainha acerta meus ouvidos, caminho até a porta.

- Aconteceu algo ?

- Eu quero conversar com você - Diz entre os soluços.

Desejos  proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora