(quarenta) ele ligou

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Adam

- Como ela está?

- Dormindo. - Coloco as chaves sobre a bancada.

- Vocês voltaram?

- Não sei.

- Por que você não me contou, quando eu te apresentei ela? - Sua palavras são pesadas. Não queria ter essa conversa agora.

- Se coloca no meu lugar, oque você iria dizer " Sabe essa menina que você está apaixonado?! Eu já dormi com ela " ?

- Eu não teria abandonado ela no seu lugar. Gosto dela pai. Não a magoa denovo.

- Não vou.

- Seria estranho se eu fosse ver ela as vezes ?

- Pra caralho. - Ele sorri sem jeito. - Vou te mandar o endereço.

- Tabom. Eu vou dormir.

- Boa noite filho.

- Boa noite pai.

- Eu te amo. - Ele para enfrente a escada.

- Eu também, mas não agora. - Dá de ombros.

- Justo.

Me ajeito no sofá, perambulando de um canal ao outro. As horas não passam, não consigo dormir, talvez por ansiedade, quero vê-la novamente.

- Pai você está acordado? - Juliana invade o cômodo enrolado em um lençol que rasteja no chão.

- Estou. - Ela se espreme ao meu lado. - O que foi?

- Perdi o sono.

- E...

- E o Henrique me ligou... ele disse que quer me ver. - Discordo com a cabeça. - Eu gosto dele pai. - Tenta se justificar.

- Ele não vai deixar a família dele.

- Você está deixando a mamãe.

- Eu tenho meus motivos, eu e sua mãe não damos mais certo a muito tempo. Não foi pela Aurora, entende ?! Ele tem um casamento longo que está muito bem, principalmente agora que eles vão ter um bebê.

- Eu sei, mas...

- Olha eu não posso decidir por você, mas se pudesse eu não deixaria. Ele não te merece, você é muita areia pro caminhãozinho dele. - Seu rosto cora, deixando um sorriso perfeito a mostra.

- O que você faria ?

- Sinceramente?! Mandaria ele pra puta que pariu e iria aproveitar a vida, tem muita gente no mundo filha. Olha meu caso... Talvez o amor da sua vida nem tenha nascido ainda.

- Que horrível pai. - Diz entre as gargalhadas. - Posso dormir aqui com você?

- Claro ! O que não falta aqui é espaço. - Falo com sarcasmo me arredando o máximo que posso. Ela se aconchega da melhor forma possível, sua respiração me tranquiliza.

Quando acordo, Juliana está tão torta que tenho medo de tentar ageitala e quebrar algum osso. Me levanto do lugar com cuidado para não acorda-la, o sol mostra seus primeiros raios.

Ligo para Aurora mas ela não atende, deve estar dormindo ainda.

Pego uma xícara de café, vou para o escritório para adiantar alguns trabalhos, pretendo ficar o resto do dia livre.

- Porque você voltou? - Carol indaga, não a escutei entrando.

- Bom , porque a casa é minha e eu tenho livre arbítrio.

- É, mas senso você não tem nenhum.

- Você pode resolver isso quando quiser...

- Vai se fuder.

- Eu não tenho toda a paciência do mundo Carol. Vale a pena mesmo perder tudo por piraça?

- Eu não vou perder.

- Ok. A decisão é sua.

- O que você pretende fazer agora, trazer ela pra morar aqui ?!

- Não é da sua conta. Eu não pergunto sobre sua vida amorosa ?

- Até porque você faz parte dela...

- Eu não me lembro de estar presente quando você chupou seu patrão pra subir de cargo. - Ela engole seco. - Ou você achar que eu iria acreditar que de secretaria você virou vice-presidente em menos de um mês. Que ele simplesmente olhou pro seus olhos e enxergou todo seu potencial. Nem da vez que você transou com o psicólogo e esqueceu de apagar a conversa do celular...

- Ok já entendi, senhor puro e santo.

- Eu nunca te trai.

- Nos estamos casados, então sim você me traiu.

- Não, você está casada comigo, mas eu já te larguei faz tempo. Agora se me dá licença eu tenho coisa mais importante pra fazer do que ficar conversando com você.

Desejos  proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora