Namorada de mentira 2

15|Bettylândia

Jughead Jones

- Então amor... - Betty puxa assunto. - o que você gostava de fazer quando era criança?

- Eu passava o dia todo vendo desenho... quando a Jellybean cresceu a gente brincava de pega-pega, até o dia que ela quebrou o braço.

- Como ela quebrou o braço?!

- Ela tropeçou no próprio cadarço... era muito tonta. Tadinha. - diz com um sorriso no rosto. - E você?

- Eu brincava de boneca e de casinha... era muito boa a época em que eu só me preocupava com a Bettylândia!

- Bettylândia, amor? - pergunto rindo.

- Sim, era o nome da minha vila ué, eu sempre fui criativa com esse negócio de nomes... você já teve algum animal de estimação?

- Sim, era um cachorro, o hot dog.

- Depois vem falar da Bettylândia! - diz.

- Ele morreu de velhice, Jellybean tinha 4 anos e eu 7. Eu fiquei muito triste quando ele morreu... parecia que uma parte de mim tinha ido junto com ele.

- Entendo... já perdi uma gata, o nome dela era baunilha, morreu envenenada. Fiquei tão brava na época.

- A gente tem muita criatividade pra nome, né? O meu era hot dog, a sua era baunilha. Nós somos muito gulosos! - afirmo.

- Eu falei que era criativa em relação a nomes!

- Não posso discordar... - digo.

Caminhamos mais pouco. Apenas curtindo a presença um do outro. Pude sentir Betty meio desanimada, tudo culpa da mãe dela.

- De verdade, como o povo gosta da natureza? Tem um monte de inseto te picando o tempo todo. O cheiro da grama molhada é horrível... - digo.

- Eu gosto, gosto de ouvir os passarinhos cantarem. Acho legal...

- Insetos e pássaros são completamente diferentes.

- Enfim, o que acha de passarmos no pop's? - pergunta e eu concordo.

Fomos para o pop's a pé mesmo, já que tínhamos ido para o Rio SweetWater a pé também.

Eu pedi um hambúrguer, como sempre e Betty pediu um milkshake de morango.

- Então vida, o que você quer fazer depois daqui?

Ela pensa um pouco enquanto beberica seu milkshake.

- Já sei! É surpresa, e você vai fazer tal coisa comigo! - diz.

- Espero que não seja algo relacionado a maquiagem, porque aquela vez que nome transformei em mulher foi muito vergonhoso.

- Relaxa, não é nada disso que você tá pensando, pelo menos você não vai sair de casa.

- Não sei não...

- Não confia mais em mim Jones? - pergunta bebendo o milkshake.

- Claro que confio, mas não nesse quesito... - digo esperando uma bronca.

- Uhum... - diz me encarando com os olhos semi-cerrados.

Terminamos de comer, pago a conta e voltamos para casa.

- Pode ir pro quarto, já, já eu subo. - diz indo para a cozinha.

- Não tá brava comigo né Betty?

- Por que estaria? - pergunta procurando algo. - Onde vocês guardam o açúcar e o mel?

Pego o mel e o pote de açúcar no armário a cima de Betty e entrego a ela.

- Por causa do que eu falei no pop's... - digo me debruçando no balcão.

- Não, porque sei que você confia em mim, e sabe que não faria nada de mal a você! - diz.

Ela pega um copo, coloca um pouco do mel e o açúcar e mistura tudo com uma colherzinha.

- Que gororoba é essa? - pergunto.

- É pros lábios.

- Oi? - digo confuso.

- Daqui a pouco você vai entender. - diz subindo as escadas.

Ela vai até sua mala, pega um pacote com um pó verde e vai para o banheiro.

- Amor, pega um potinho lá embaixo por favor. Não precisa ser muito grande. - diz e desço para pegar o tal pote.

- VAI PRECISAR SE MAIS ALGUMA COISA? - grito do andar de baixo.

- NÃO! - grita de volta.

- Mor, que porra verde é essa? - pergunto lhe entregando o pote.

- É argila, verde obviamente... - diz óbvio.

- E o que você vai fazer com isso?

- Vamos ter uma noite de skin care! - diz animada. (Noite de cuidados com a pele)

- Ah, era isso a surpresa... - digo sem animação.

- Sem drama amor... - diz.

Betty coloca um pouco do pó verde no potinho, acrescenta um pouco de água e mistura com um pincel, que ela tirou de não sei onde.

Ficou parecendo aquelas papinhas de bebê ruim para a porra.

Betty pega alguns elásticos de cabelo e amarra minha "franja". Arregaça as mangas do moletom e prende o cabelo num coque bagunçado.

Me sento na tampa de privada, Betty fica em pé no meio de minhas pernas, abraço sua cintura, ela sorri pelo ato que acabara de fazer.

Pega a argila no pincel e passa sobre a pele de meu rosto.

- Porra que negócio gelado! - exclamo.

Ela ri da minha cara. E passa mais cocô verde, quer dizer argila verde na minha linda face.

Betty termina de passar a merda verde, me levanto e olho no espelho, me assusto com tanta feiúra, como estou horrível, meu deus, como Betty está comigo?!

- Amor... - gargalha por olhar para minha cara. - você tá muito feio!

- Vou levar como elogio... - digo.

Pego ela colo e a coloco sobre a pia. Ela cruza as pernas em minha cintura.

- Vida, tem que usar o pincel?

- Não... - da de ombros.

Pego um pouco de argila com o dedo mesmo. Passo na testa, com cuidado, para na machucar Betty.

- Não pode passar perto dos olhos se não arde. - diz.

Passo nas bochechas e ela ri de leve.

- Mor, meu rosto tá endurecendo, é normal? - digo com dificuldade.

- Sim, é normal... relaxa.

Termino de passar por todo rosto, lavo minha mão, Betty desce da pia e pega seu celular.

- Vem cá amor, preciso tirar uma foto disso porque você tá maravilhoso! - diz abrindo a câmera.

- Maravilhoso pra melhor ou pior? - questiono.

- Só maravilhoso...

- Vou fingir que não to parecendo o Shrek e que você não está me zoando mentalmente... - digo.

Tiramos a foto, foi super difícil sorrir por conta da argila que já estava praticamente seca.
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Eu nunca sei como começar isso aqui, mas blz. Ngm se importa.

Do q vcs brincavam quando crianças?
Me: eu brincava de casinha ou de boneca, bons tempos...

Até amanhã! ❤️✨