foi mal

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No final de semana, papai quis ir ao cinema com a gente. Aline não estava lá, o que achei curioso, já que meu irmão praticamente estava morando com ela. Ele e papai conversavam sobre códigos e coisas que não consigo entender, enquanto eu comia pipoca.

"Ei. Está fazendo o que?" meu celular vibrou, era Olívio. Não nos falamos muito durante o final de semana inteiro, quando interagimos foi pra dizer que ele já estava em Barcelona e que podia ficar bastante ausente pois iria em vários concertos com seu pai.

"Cinema, com meu pai e meu irmão."

"Quando vou conhecê-los? lol" eu apertei o celular, um pouco nervosa.

"Quando você volta? Haha"

- Ronron, vai começar os trailer, desliga isso! - cochichou meu pai, pegando do meu balde de pipoca.

O filme era sobre guerra, um garoto que está no exército e salva uma enorme quantidade de refugiados e animais, quase que perde a própria vida. Um filme muito bom e do tipo que sempre assistimos juntos.

Olívio não tinha respondido minha mensagem e eu já estava exausta. Precisei de sábado inteiro para me recuperar da dor de cabeça de sexta, tive sorte de Varg não estar em casa e papai chegar quase a noite do outro dia.

A verdade é que a semana passou se arrastando. Aparentemente, Pamela e Felipe estavam juntos e, Pamela sendo quem ela é, não parava de falar cada instante sobre os dois.

- E ele me ligou ontem a noite. Dizendo que o cheiro do meu cabelo estava nele. Aí, ele é tão, tão fofo. - comentou ela uma vez.

Fábio não falou nada sobre sexta feira e parece que as meninas da equipe de líderes também não comentaram nada, o que me deixou muito aliviada já que não sei como lidaria com algum boato desse tipo.

Fábio tentou conversar diversas vezes comigo durante o intervalo na semana, meio sem jeito. Ele fumava demais.

- Parece que eles estão se dando bem, né... - me surpreendeu Fábio, descendo as escadas no final das aulas ao meu lado. Pamela e Felipe andavam na nossa frente, conversando bem próximos.

- Sim... - respondi, sorrindo. Pamela parecia feliz.

- Er... eu tava querendo te falar. - ele tocou no meu braço, enquanto chegávamos perto do portão da saída. - Foi mal aquele dia, real. Eu tinha bebido demais e... tá errado. Foi mal. - disse, olhando para o chão, muito envergonhado. - Eu não sou esse cara.

- Olha, relaxa, tá? Só não faz isso mais e com mais ninguém. - pedi, dando um soco leve no seu braço. Ele levantou o olhar, sorrindo. - Se eu quiser, eu vou te beijar. - ri. Ele tropeçou, ajeitando a camiseta em seguida, parecia corar, eu achei fofo.

-Você é da hora, Rona. Valeu! - ele me deu um abraço rápido e se afastou para a perua, junto de Pamela - que me jogou um beijo - e Felipe.

Meu nome é RonaOnde histórias criam vida. Descubra agora