Sexta feira chegou e Olívio não aparecera. Nem no sábado ou domingo.
Durante a semana, Fábio me chamara para ir ao cinema depois da escola na sexta e, se desse tempo ( se a gente se divertisse), nós poderíamos parar em alguma lugar para comer.
É claro que eu não tinha comentado nada com papai, somente com Lurdes, que estava saindo com um menino da escola e que nós íamos ao cinema.
- Isso é ótimo, querida! Estava mesmo me perguntando quando você ia esquecer aquele rapaz gorduchinha daquela época... qual era o nome mesmo dele? - comentou ela enquanto colocava suco natural de laranja anos de eu ir para a escola na sexta. Eu ri.
- Tomás? Ele era gorduchinha mesmo... - ri.
Pamela me esperava, animada.
- Buenos dias, muchacha.
- Como estás?
- Que? - eu ri.
- Achei que falaríamos espanhol. - ela bufou, revirando os olhos.- E aí? Está animada para hoje? - perguntou, eu suspirei, arrumando a mochila nas costas. Eu ainda me sentia mal, porque gostava de Olívio e tudo o que ele representava, mas tudo o que ele representava também era muito confuso e ele não me deixava participar e não parecia se importar. Ao contrário de Fábio, que era muito presente e, definitivamente, não era mais o garota da festa daquele dia. Nós quatro sempre passávamos os intervalos juntos e os treinos e era muito divertido torcer por ele quando jogavam, Fábio era realmente muito bom no time e, embora ele pudesse ganhar uma bolsa de estudos, andava me dizendo que não sabia o que gostaria de fazer.
Na sexta feira, durante o intervalo, Fábio e eu parecíamos sem graça perto do outro, o que Pamela logo notou e fez questão de nos incluir na conversa entre ela e Felipe.
- Nós ja marcamos de passar o final de semana na casa de praia, o que acham? Querem acompanhar a gente? - perguntou Felipe.
- Eu posso falar com seu pai, Ron. O que acha? - animou-se Pamela, me deixando animada por tabela.
Nós combinamos de sair logo no dia seguinte de manhã, Fábio e Felipe agora comentavam sobre suas pranchas e uma vez em que foram surfar e Felipe tomou "um caldo" que quase bateu a cabeça em uma rocha e gargalhando.
Depois da aula, Fábio, como de costume, deixou Pamela e Felipe na casa de Felipe e nós fomos ao cinema. Fábio topou assistir um filme de comédia romântica, o que imaginei que não teria problema perdermos alguns momentos caso... bem, caso algo desse certo, claro.
E eu fiquei bem contente em ter escolhido o filme, a sala estava praticamente vazia e nós nos sentimos mais confortáveis. Fábio, que já conhecia meu apetite muito bem, pegou uma pipoca só para mim e uma pra ele, o que me fez sentir muito contente, porque ele parecia ser o tipo de pessoa que me conhecia sem se esforçar muito.
- Pera.. eu não entendi essa parte, ela roubou o bebê? - cochichou ele, pousando o copo de refrigerante. Eu ri.
- Não! Ela acha que é o dela, mas voc... - ele virou meu rosto, delicadamente, me beijando suave, somente seus lábios nos meus. Nós nos afastamos devagar, sorrindo. E então ele me beijou novamente, de verdade. Sua língua dançava com a minha, da mesma forma daquele dia na festa, mas sem embriaguez, sem drogas, sem cheiro de cigarro... seu hálito era de chiclete de tutti-frutti com refrigerante de laranja. Ao nos afastarmos, sua mão ainda acariciava meu rosto. Por um segundo, eu me perguntei o que tinha acontecido com as borboletas no meu estômago que costumavam ficam por perto quando eu estava com Olívio, mas foi só por um segundo.
Ao sairmos do cinema, parecíamos dois jovens namoradinhos ( certo, éramos dois jovens namoradinhos). Estávamos de mãos dadas enquanto íamos para o carro.
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Meu nome é Rona
RomanceEla, de classe média alta que vai ter sua vida mudada após o início do seu último ano no ensino médio. Com novas amizades, novas oportunidades e descobertas sobre ela mesma pela frente.... Em qual estrada ela vai parar?