uma pergunta

2 0 0
                                    

Ao acordar, demorei alguns segundos para me lembrar onde estava, o que tinha acontecido e como foi. Um frio na barriga, algumas borboletas no estômago e um sorriso apareceram automaticamente. Eu me espreguicei, esticando os braços. Onde o Olívio estava?

Certo, você deve estar pensando que eu sou uma enorme "vagabunda", mas atire a primeira pedra quem nunca errou no amor. Fábio era realmente incrível mas eu nunca teria perdido a virgindade com ele e hoje eu vejo que eu gostava de sua companhia por ser um ótimo amigo - ok, ele beijava muito bem, mas Olivio era profissional.

Minha mochila estava no chão, no canto da porta do closet. Eu aproveitei para me trocar, escovar os dentes e - tentar - arrumar aquela cama macia e voltar a deitar.

Olívio abriu a porta devagar, sua janela e cortina já estavam abertas e eu, sentada na cama, encostada em sua cabeceira. Ele tinha um sorriso que era muito difícil não sentir o corpo esquentar. Ele entrou sorrateiramente, encostando a porta.

- Bom dia. - sua voz estava baixa, ele me beijava o rosto, o pescoço, a boca. Eu senti as sensações de ontem, meu corpo tremeu, mas não de uma forma ruim. Uma forma em que você se arrepia inteira depois. Ele riu, sentindo meus pelos arrepiados na coxa.

- Bom dia. - eu me sentia em casa com Olívio, confortável. - Estou com fome. - ele riu alto.

- Claro que está. - ele levantou, me puxando da cama. - Fui comprar café pra gente. Eliza ainda está dormindo lá no sofá.

Enquanto tomávamos café, nossos corpos e gestos pareciam sincronizados, respondendo um ao outro em perfeita sintonia. Será que era assim com todo mundo depois da primeira transa?

- O que está pensando aí? - sorriu, mastigando sua torrada com um queijo branco.

- Em como eu estou feliz. - respondi. - Nós começamos tudo errado, não foi?

- Bom, um mal necessário. Você já se aplicou para faculdade? - ele parecia realmente interessado em saber, enquanto tomava seu longo café preto.

- Hmhm. Sim. Em três, na verdade. - eu cruzei os dedos, como em sinal de "boa sorte". - Tem uma na Bélgica. - anunciei. Um brilho rápido passou em seus olhos.

- É mesmo? - ele pousou a torrada na mesa, me olhando.

- Alguém falou para meu pai que é um ótimo lugar para ser professor. - sorri, terminando de comer meus morangos. Ele puxou minha cadeira até ficar em sua frente.

- Eu também ouvi que é um ótimo lugar. - sorriu, me beijando em seguida. Seu beijo estava com um gosto muito bom de café forte.

- Ergh... sério que eu acordei pra isso?! - bufou Eliza, entrando na cozinha. Seu cabelo estava absurdamente bagunçado e ela usava somente uma meia em um pé. - Preciso de café. - anunciou, se jogando na cadeira. Eu ri, levantando e ajudando-a com seu café e torradas. - E os pombinhos? Como estão? - sua voz saía pausadamente, como se ela ainda estivesse processando as coisas a sua volta. Parecia meu pai aos domingos de manhã.

- Os pombinhos estão ótimos e limpos. Ao contrário de você. - retrucou Olívio, enfiando o resto de um pedaço de queijo na boca. Eliza fez uma careta e lhe mostrou a língua.

- Tenho certeza que estão muito limpos mesmo. - ela riu, maliciosa. Eu joguei meu guardanapo nela.

- Eliza! - repreendi, sentindo meu rosto queimar. Ela ria alto.

- Olha só! - ela levantou de um pulo e me deu um abraço, virando pra Olívio. - Quais são suas intenções com minha amiga? - ela cruzou os braços, não pude notar sua expressão pois estava bem em minha frente, Olívio revirou os olhos, suspirando.

Meu nome é RonaOnde histórias criam vida. Descubra agora