feliz ano novo

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Em um piscar de olhos, a cidade inteira estava enfeitada para o natal, com renas e Papai Noel em todo jardim até o caminho da escola.

Papai já tinha tirado 10 dias de folga para viajarmos, nós viajaríamos no sábado de manhã e ficaríamos até depois do Ano Novo, por isso, na última sexta feira de aula, Olívio foi me buscar no colégio.

Eu abracei Felipe, Pamela e Fábio.

- Boas festas! - desejei ao soltar Fábio. Pamela e Felipe viajariam com a família dele para a praia, os pais de Pamela não comemoravam festas de final de ano e não se importavam de ela comemorar. Fábio passaria o natal com sua mãe e o ano novo com seu pai, que tinha lhe prometido que alugariam um trailer para acompanhar no interior. Ele parecia mais empolgado com a ideia.

Olívio já me esperava no carro, estava bem mais frio, o que dificultava bastante usar o uniforme de líder de torcida. Pela manhã nós fizemos a apresentação de final de ano do time e estávamos simplesmente exaustas para trocar de roupa. Eu entrei depressa no carro, saindo fumaça enquanto eu respirava.

Ele tirou sua jaqueta de couro, me cobrindo rapidamente.

- Está tentando se matar? - disse, franzindo a sobrancelha e aumentando o ar quente do carro, eu revirei os olhos.

- Estávamos na apresentação, não estava tão frio assim. - disse, me abraçando por baixo da jaqueta para me esquentar. Ele me deu um beijo, sua boca estava quente.

Nós fomos para o apartamento. Ao entrar, tinha um cheiro maravilhoso.

- Que fome! Que cheiro é esse? - disse, largando as coisas no aparador da entrada. Olívio tinha comprado um aparador, com bomboniere, velas aromáticas e porta chave. Ele também era um ótimo decorador de ambiente.

Ele me pegou por trás, antes que eu chegasse na cozinha, me levantando e me girando. Eu ri, prendendo minhas pernas em sua cintura e passando meus braços por seu pescoço.

Ele me encostou na parede, eu sentia que ele estava excitado, o que me fez sentir um calor repentino, aquele mesmo calor que sobe por nossas pernas, esquentando nossa coxa e pescoço e, de alguma forma, deixando um frio em nossa barriga.

- Você é uma tremenda líder de torcida gostosa. - disse ele, antes de arrancar minha roupa.

Eu descobri que eu gostava muito mais de sexo do que pensei que gostaria. E eu amava como Olívio me desejava e eu a ele.

O apartamento estava quente, então me permiti ficar somente de calcinha e sutiã.

Olívio levantou do sofá, me olhando.

- Você é tão linda. - disse.

- Você é tão gostoso. - sorri, balançando a perna.

- Vem. Eu fiz comida!

Eu levantei em um pulo. Ele tinha feito uma carne, segundo ele, que vinha do Uruguay e era maravilhosa. E era mesmo.

- O que vai fazer essa semana? Até o ano novo? - perguntei, terminando de mastigar.

- Dia 26 é aniversário de minha mãe. Nós passaremos em um retiro na Itália, junto do natal. - suspirou, não parecendo empolgado.

- Puxa, que legal!

- Você já foi em um retiro?

- Não. - respondi, ele riu.

- Então é por isso.

- Eu queria que você estivesse com a gente lá. - murmurei. - A família do meu pai é bem divertida. Tem muita dança, música, ...bebida... a família não é muito grande, o que é ótimo. - ele segurou na minha mão.

- Eu gostaria de passar com você. É uma pena que ficará até o ano novo.

- Sabia que na época do natal dá pra ver o que eles chamam de aurora boreal? - contei. - Essa é minha tradição. Todo ano quando vamos, é simplesmente magnífico.

- Eu nunca vi. Imagino que deve ser lindo mesmo. - acenou, pensativo.

- É muito frio lá. Já esteve no norte da Noruega? - ele negou com a cabeça. - Tem um centro histórico maravilhoso! Minha prima e meu primo quando estão por lá, nós sempre vamos aos museus e o aquário. A noite você consegue ver as luzes lá do topo da casa de meus avós. A cidade é muito bonita. - lembrei, nostálgica. O ano passado nós passamos no apartamento, porque papai teve plantão bem no feriado do natal. Então ficamos somente Varg, Aline e eu.

- Espero que se divirta. Talvez você possa falar para sua família sobre o cara que você namora. - ele deu uma piscadela.

- Vou começar dizendo que é dez anos mais velho que eu. Isso deve ser normal. - ri.

Nós passamos o fim da tarde no quarto, eu estava deitada em seu ombro enquanto ele mexia no notebook, vi que sua agenda estava vazia até o final de janeiro.

- Vai tirar ferias? - ele me olhou - Desculpa, é que tá aberto e não consegui evitar. - apontei para a tela do notebook onde uma parte mostrava o mês de janeiro sem as "bolinhas de compromisso".

- Meu pai sempre viaja em janeiro, é o mês que ele costuma caçar talentos novos por aí. Então fico mais tranquilo. Por que? Está querendo marcar algum compromisso?

- Bom, talvez a gente possa aproveitar que sua agenda está livre e ir tomar um sorvete em algum dia desses. - ele riu alto.

- Rona, está quinze graus negativo lá fora!

- Pois então, não fará diferença o sorvete, né?

Não demorou muito para que Olivio me levasse de volta para casa, já estava ficando tarde e, mesmo que papai agora soubesse de Olívio, eu respeitava o toque de recolher.

Ao chegarmos em frente ao prédio, Olívio pegou em minha mão, me olhando com carinho.

- Eu te amo. - disse, isso sempre me fazia sorrir, como algo aquecendo meu coração.

- Eu te amo. - lhe dei um beijo. - Queria que você fosse.

- Acho que seu pai já não me aguenta mais. - riu.

- Meu pai te adora. - suspirei, revirando os olhos. Era verdade, desde quando Olívio e eu assumimos nosso relacionamento em um jantar ha um mês atrás, meu pai e Olívio sempre trocavam mensagens e ele sempre perguntava sobre ele e Eliza, que também dormiu quase todos os finais de semana em minha casa esse último mês.

Ela e Fábio ainda estavam saindo, desde aquele dia. Ela não me falava muito dele pois diz que era muito fechado, mas que por baixo de toda a tristeza que ele estava passando, era um cara muito legal.

Fábio não tinha tocado no assunto do carro, eu não quis conversar sobre as coisas que ele tinha me dito e, também, claro que não falei absolutamente nada pra ninguém - principalmente Olívio - sobre o que ele disse de gostar de mim. Talvez já tivesse passado.

- Feliz Natal, meu amor. - ele me deu um beijo no rosto.

- Feliz ano novo! - eu lhe abracei. - Prometo te ligar e mostrar como é lindo ali! - prometi, lhe dando outro beijo.

- Nos vemos ano que vem. - sorriu.

Meu nome é RonaOnde histórias criam vida. Descubra agora