enfim, trinta

1 0 0
                                    

A semana seguinte, de aniversário do Olívio, chegou. E estava muito difícil ficar sozinha enquanto passávamos o dia empacotando minhas coisas para o apartamento depois das aulas.

"Vou acompanhar Pamela no médico hoje depois das aulas. Nos vemos amanhã?" mandei para Olívio, mentindo, já que Fábio ia comigo ao depósito buscar as bebidas para a manhã seguinte.

"Sim. Te busco em casa?"

"Obrigada :)"

- E então, está ansiosa?

- Ah, na verdade, não. Eliza sabe velejar e, na pior das hipóteses, tem bóias e bote. - sorri, enquanto colocávamos uma caixa de cerveja no porta mala de Fábio, ele riu.

- Estou falando para os shows!

- Ah! - ri, nós voltamos ao balcão para pegar outra caixa. - Acho que sim.

- Estávamos pensando em fazer uma festa beneficente para Pamela. - disse ele.

- Pamela? Como assim? - não era como se ela precisasse de dinheiro.

- Bom, eles não precisam de dinheiro, né. Mas as meninas da equipe vieram falar comigo que queriam fazer algo especial para eles e eu dei essa ideia. Ninguém sabe muito bem como presentear dois adolescentes prestes a ter um filho, então podemos dar dinheiro e eles resolvem o que faz.

- Eu adorei sua ideia. - sorri, pegando a última caixa com sua ajuda.

- Então, estávamos pensando se você pode cantar. Queremos fazer esse evento na escola, onde haverá comes e bebes e cada um contribui. E... aí falamos se você pode... sei lá, fazer um show. - ele estava sem graça.

- Claro que posso. Vai ser incrível. - eu o abracei. - Obrigada. Sabe, por estar presente para Pamela e tal... estou um pouco distante tendo que cuidar de tudo e o apartamento...

- Que apartamento? - indagou, quando nós entramos no carro.

- De Olívio. Nós vamos morar juntos, quer dizer, pelo menos até o início da faculdade.

- Vocês... essa é uma boa decisão?

- Que?

- Digo, você não está pensando em desistir da faculdade, está? Pra ficar aqui... com ele.

- Não. Claro que não.

Nós seguimos por um tempo em silêncio, apenas as músicas de Fábio tocando.

Ele gostava muito de Artic Monkeys e Metallica.

Nós nos encontramos com Eliza próximo à marina, ela nos ajudou a descarregar as caixas e colocar dentro do barco alugado.

Era lindo lá dentro e já tinha duas pessoas decorando-o com luzes para a festa.

- Quer carona, Ron? - ofereceu Eliza, quando saiamos da marina. O clima entre Fábio e eu estava um pouco difícil e então resolvi voltar com ela, que pareceu notar. - O que aconteceu? - perguntou, ao entrarmos no carro. Fábio não se despediu, virando as costas depois de nos ajudar com a última caixa.

- Ele não sabia que eu vou sair de casa agora, acho que ficou chateado por eu não ter contado antes. - respondi, dando de ombros.

- Sabe.. eu não queria lhe dizer porque... bom, sei lá... talvez seja insegurança da minha parte, né. Mas você acha que Fábio gosta de você? - perguntou, com a voz insegura. Eu a olhei, lembrando de meses atrás, ela não sabia de nada, eu não poderia mentir para Eliza, além de minha cunhada, ela tinha se tornado uma amiga muito importante pra mim.

Meu nome é RonaOnde histórias criam vida. Descubra agora