a festa, a briga e o beijo

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A caminho da escola, enquanto Pamela esquematizava tudo para a festa, o que usaríamos, com quem falaríamos e quem poderíamos encontrar, eu estava ainda pensando na conversa com Olívio.

Talvez eu estivesse pensando coisas demais e ele estava apenas sendo um bom amigo, eu poderia ser sua amiga.

Eu seria interessante o bastante pra ser sua amiga?

- Você tá escutando? - Pamela estalou os dedos em minha frente enquanto subimos as escadas. - Enfim, aí eu falei pro Fábio que ele pode te buscar, tá? Pede pro seu irmão pegar você lá? Eu vou beber, vou dormir na Samanta ou na Tabata e sei como você é em relação a dormir fora, né... tá? Ok?

- Ok! - concordei, suspirando.

- Que que foi? É aquele cara? - ela revirou os olhos. - Vocês se conhecem há dois dias, sei lá. Esquece ele.

Na escola, durante as aulas e o intervalo não tive espaço para falar sozinha com a Pamela sobre o que tinha acontecido.

Quando estávamos saindo lhe alcancei na porta.

- Ele disse que é velho demais pra mim. - disse.

- Que? Ah! Aí! - ela bufou revirando os olhos.

- O que você acha?

- Ele é um idiota, isso que é. Você é muito pra ele, isso sim. Essa galera é toda errada, Ron. Andam com uma turma pesada e você não iria gostar, não faz seu tipo.

- O que você quer dizer? - indaguei, saindo pelo portão.

- Ah, sei lá. São boatos né. Mas toda essa galera envolvida com música é barra pesada, não é? - ela deu de ombros.

- Não acho que seja esse o caso, Mel...

- Eu tenho que ir. A perua vai sair. Não esquece, o Fábio te busca às sete! - se despediu ela, entrando na perua.

A caminho de casa olhei várias vezes para o celular, não havia mensagens dele.

Meu pai tinha mandado uma mensagem dizendo que chegaria tarde hoje ou que passaria a noite no escritório porque alguma coisa tinha acontecido com software ( meu pai também era da área de tecnologia, ele desenvolve sistemas operacionais para uma empresa de banco de dados) e algumas vezes precisava passar a noite fora quando algo assim acontecia porque tudo só pode ser mudado quando não há ninguém usando a ferramenta.

Passei a tarde sozinha em casa, Lurdes saía cedo, deixando comida sempre pronta em tupperwares.

Separei minha saia preta e um top de seda frente única (que quase já não me servia mais!) e meu velho coturno.

Às sete eu já estava pronta. Decidi usar meu batom vermelho e deixar meu cabelo solto, ele estava bem liso e combinava com esse ar revoltada. Fábio chegou, pude ver porquê Pamela o achava bonito.

Ele era realmente bem bonito, mas aparentava ser bem mais novo do que meu irmão, como ela tinha mencionado o contrário.

Ele tinha poucas sardas no nariz, seu olhar era de um castanho suave e algumas pintinhas em mel, seu cabelo era típico de adolescente, bagunçado em um topete castanho com luzes loiras que mostrava ser natural. Acho que ele surfava.

Ele sorriu quando entrei no carro. Ele e seu carro tinha cheiro de cigarro.

- E aí?

- Olá! - sorri.

- Tá pronta?

- Sim! É seu aniversário, não é? Parabéns! - ele riu.

- Ah, não. É só uma festa mesmo

Meu nome é RonaOnde histórias criam vida. Descubra agora