a gente tem que fazer o que tem que fazer

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As semanas de provas já tinham iniciado. O que fez com que Fábio e eu não pudéssemos nos ver muito e Olívio estava bem ocupado com muitos contratos sendo atualizados.

Ele também perguntava com uma frequência fora do necessário como as coisas estavam com Fábio. A verdade, era que Fábio era incrível pra mim, mas ele não era Olívio.

E foi por isso que eu decidi terminar com ele. E pedi para que pudessemos sair na sexta feira e aproveitaria para conversar com ele.

E na saída do colégio, quando já estávamos no carro, Felipe perguntou se Pamela e ele poderiam nos acompanhar no passeio prometendo "não atrapalhar".

E foi assim que todos fomos ao shopping, já que todos estávamos com fome.

Ainda era cedo, cinco horas, papai só chegaria às oito e eu poderia conversar com Fábio ao chegarmos em casa.

- Vem, vamos tirar uma foto! - anunciou Pamela, já sacando seu celular da bolsa e nos juntando para uma selfie. - Odeio tirar foto com você, Ron. Seu olho estraga total meu cabelo. - bufou, mas eu sabia que estava brincando.

Fábio me acompanhou até o restaurante onde fiz meu pedido, parecia pensativo.

- Tá tudo bem? - sorri, beliscando de leve seu braço. Ele retribuiu o sorriso.

- Meus país estão se separando... - disse, jogando o peso do corpo pro lado e tirando o capuz do moletom da cabeça.

- Puxa... sinto muito. - segurei sua mão, o abraçando, eu me sentia uma péssima pessoa, certamente acumulando um carma terrível pelo que estava prestes a fazer nas próximas horas.

- É... acho que acontece.

- Olha, pelo menos você vai poder decorar um novo quarto. Fazer duas festas de aniversário... ter duas Ações de Graça, Natal... - enumerei, nós estávamos próximos na fila para ser atendidos. Eu o abracei. - E você tem a gente! Você pode contar com a gente.

- Você é perfeita, Rona. - ele retribuiu o abraço, quando nos afastamos notei que seus olhos estavam cheios d'água, ele me deu um leve beijo rápido.

Eu não sabia o que ele estava passando, meu pai teve somente uma namorada desde quando mamãe morreu.

Não deu muito certo. Talvez porque Varg e eu ainda éramos muito novos, mas a questão é que ele nunca tentou de novo.

Quando peguei meus tacos e o refrigerante, voltei para a mesa com os três. Pamela sempre demorava muito pra comer, ela diz que quem come devagar, faz a digestão mais rápido e não engorda.

Eu acho que isso é mentira e ela é paranóica, mas não vou falar nada.

Fábio não deve ter falado com eles sobre o divórcio, o que eu também não toquei no assunto pois não era problema meu.

Pamela e Henrique dividiam a comida e o refrigerante. O que me fez lembrar de Olívio, eu sentia sua falta. Nós nos falávamos apenas por mensagens e nunca mais tínhamos tocado no assunto daquele dia.

Meu celular vibrou, era Eliza.

"aí.meu.Deus. Quem é esse gato?" ela mandou uma foto que Pamela tinha compartilhado há pouco.

"quem?"

"Cabelos castanhos e com cara de quem precisa dos meus cuidados." ela colocou um diabinho ao lado da mensagem, eu ri.

"O Fábio."

"Quero."

"Pra viagem?"

"Não, porque esfria lol"

Meu nome é RonaOnde histórias criam vida. Descubra agora