DEZENOVE

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Roseanne Park POV.

Eu fiquei de pé na praia durante quase uma hora, pra ser exata cinquenta minutos. Gotas de suor escorrem na minha testa, mas não é por causa do sol, que já se pôs há dez minutos.

— Onde ela está? — Jennie assobia baixinho.

Ela vai vir — Eu digo com os dentes cerrados, olhando o relógio mais uma vez.

Depois de tudo que nós construímos... vivemos juntas, trabalhamos juntas...tudo parece tão frágil e inútil se Lalisa não aparecer hoje.

Os convidados estão começando a olhar uns para os outros, e sussurrando através da pequena multidão.

A juiza de paz desloca seu peso, parecendo tão desconfortável quanto eu me sinto. Em seguida, ela se inclina para mim.

— Sinto muito, mas eu tenho um compromisso em vinte minutos. Eu não posso esperar muito mais tempo.

Concordo com a cabeça e olho para Bambam. Seu rosto estampa preocupação. Quando ele inclina seu queixo em direção Jisoo, ela se apressa correndo até à casa. Eu vou atrás dela, seguindo as pegadas que ela deixa na areia.

Nós vamos direto para o quarto. A casa está escura, e a sensação de que algo fundamental mudou rompe através de mim. A porta ainda está fechada, e eu estou com medo do que vamos encontrar quando ela abre. Com medo do que isso significará.

Finalmente, Jisoo abre a porta. Tudo está quieto por um minuto.

— Ela não está aqui. — Diz ela, com a voz trêmula.

Eu tento engolir a onda de emoção que me desmonta e olhar ao redor do quarto, maquiagem e produtos de higiene pessoal da Lalisa ainda estão espalhadas sobre a penteadeira, mas ela não está no quarto.

Eu olho pela janela para o pôr do sol sobre o oceano, e solto um suspiro pesado.

Ela se foi.

O que poderia ter acontecido desde a última vez que a vi? Ela estava pronta. Tudo parecia bem. Eu observo que o contrato não está na mesa. Ela o levou com ela. Eu não tenho certeza do que isso significa.

Viro para enfrentar Jisoo.

— O que aconteceu? Você foi a última pessoa a vê-la. Foi o nervosismo? O que houve?


Jisoo balança a cabeça.

— Ela parecia bem.

Eu passo minhas mãos no meu cabelo. Não gosto de surpresas, e eu nunca passei por isso antes. Mas ser deixada no altar? Isso está além de qualquer raiva e pânico que eu já senti.

Eu quero sair para beber e encontrar uma garota aleatória com quem eu possa foder até desmaiar e esquecer essa porra toda. E eu sei que Jennie estaria a pronta pra me acompanhar nisso. Mas então eu penso no sorriso tímido da Lalisa e seu doce aroma de madressilva e da forma como seus lábios se separem quando eu a beijo... silenciosamente me implorando por mais.


— Caralho! — Jennie diz atrás de mim. — Nós vamos sair daqui. Vamos, Rosé.

Sua mão se fecha em volta do meu braço e começa a me puxar para o corredor. Eu sei que ela ta pensando exatamente a mesma coisa que eu pensei cerca de trinta segundos atrás. Beber até morrer. Mulheres gostosas. Muito sexo. Puta ressaca amanhã pra mascarar a dor de hoje. Mas eu sei que nada poderia apagar essa memória.

Se não fosse por essa dor no meu peito, esse lugar vazio que começou a encher eu sairia e nunca mais olharia pra trás. Mas parte de mim precisa saber o próximo capítulo na nossa história. Porque eu tenho certeza que não vamos acabar assim, não podemos acabar assim.Eu fantasiei sobre Lalisa durante os últimos vinte anos da minha vida. Ela é a garota que eu fazia guerrinha d'agua quando era pequena, que eu levava pra sair por aí na adolescência, a mulher que me deu frio na barriga depois que eu cresci.


E agora, assim que eu comecei a me permitir pensar nela como minha... ela se foi.

Imperfect Love (chaelisa gp)Onde histórias criam vida. Descubra agora