TRINTA

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Roseanne Park POV.

Observar Lalisa colocar esse idiota arrogante no lugar dele é hilário.

É nossa reunião semanal de sexta-feira de manhã para o planejamento executivo com o presidente do conselho, o meu sogrinho, Bambam; o conselheiro do meu falecido pai, Teayong; e os chefes do departamento de marketing, finanças e RH. Lalisa acaba de explicar seu plano para o próximo trimestre. E o executivo de finanças, um dinossauro chamado L.A.Park.Jinyoung, que devíamos ter demitido na última década, cometeu o erro fatal de questionar sua perícia um pouco demais.

— Sr.Jinyoung, eu aprecio sua paixão sobre o tema. — A voz de Lalisa é constante e segura, muito mais calma do que eu estaria em seu lugar. — Mas desde que Roseanne e eu assumimos como co-CEOs, o desempenho dessa empresa está melhorando.

L.A.Park.Jinyoung se mexe na cadeira com um ruído que soa muito como um escárnio pro meu gosto.

Eu franzo a testa para ele. Ei, vai se fuder, velhote.

Eu não sei por que só agora me ocorreu, mas o preconceito que eu e Lalisa temos enfrentado pra assumir a empresa é assustador. Lalisa ainda mais por estar na cabeceira da mesa de conferência e lidar com a parte de números e finanças. Ela é jovem, ela é uma mulher, e ela é a nora do ex-chefe, todas as coisas que os homens mesquinhos como L.A.Park.Jinyoung usam para supor que ela não está qualificada pra desempenhar esse papel.

Eu quero confrontá-lo sobre o seu comportamento, mas não faço nada. Lalisa pode cuidar de si mesma, e eu não vou sugerir o contrário saltando pra resgatá-la como se ela fosse a princesa e eu o Mário, especialmente não na frente de todos os diretores. Ela não precisa de ninguém pra salvá-la, e é uma qualidade que eu admiro muito nela.

Sem perder o ritmo, Lalisa continua com L.A.Park.Jinyoung como se ela não tivesse ouvido o seu escárnio.

— Se você quiser discutir o meu plano pode se juntar a mim no meu escritório mais tarde e eu vou ficar feliz em orientá-lo sobre tudo... usando palavras mais simples, se isso ajudar. No entanto, eu não vou deixar você prolongar essa reunião ainda mais. Agora, alguém mais tem algum comentário, ou já acabamos?

A boca de L.A. Park.Jinyoung cai aberta. Mas ele logo a fecha novamente, derrotado, e eu suprimo um sorriso.

Quando ninguém diz uma palavra, Lalisa se levanta.

— Obrigada a todos por seu tempo essa manhã, e por favor, deixem seus resumos de departamento pra mim até o final do dia.

Todos saem até que apenas Lalisa  e eu estamos de pé na sala de conferências.

— Você tá bem? — Pergunto.

Ela dá um profundo suspiro.

— Claro.

Mesmo que não esteja bem, está em seu DNA colocar uma cara de brava e seguir em frente. Fico orgulhosa por conhecê-la, trabalhar com ela, e ser a mulher que vai pra casa com ela.

— Esse L.A.Park.Jinyoung é um filho da puta. Vamos lá, vamos tomar um chá.

Ela sorri pela primeira vez desde que a reunião começou.

— É tudo que eu preciso.

Eu levo Lalisa pro meu escritório, onde minha secretária foi inteligente o bastante pra providenciar uma chaleira elétrica. Um pequeno carrinho com tampo de vidro com água engarrafada, uma coleção de diferentes chás ingleses, e um par de canecas.

Quando a água esquenta, eu sirvo a Lalisa  um copo e entrego a ela. Ela olha pra mim, hesitante.

— O quê? — pergunto.

Imperfect Love (chaelisa gp)Onde histórias criam vida. Descubra agora