VINTE

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Roseanne Park Pov.

Esse negócio de relações públicas é um pesadelo!

Estou num evento de caridade representando a P&M. Não vejo a minha suposta nova esposa há dois dias. Minha melhor amiga, Jennie, está enfiada no banheiro se pegando com uma das garçonetes. E eu estou aqui com uma espátula na mão, desejando que todos tenham uma morte lenta.

Estamos em um evento de caridade em uma cozinha, estilo sopão. Supostamente, estamos fazendo o bem para jovens carentes da nossa comunidade, mas a realidade é que tudo não passa de uma desculpa pra esvaziar os bolsos da elite de Nova York, servindo um almoço muito caro. E considerando que eu sou uma das cozinheiras, duvido que vá ser muito bom.


Eu gosto de cozinhar mas só o faço raramente. Tem uma, talvez duas receitas que minha mãe costumava fazer que eu domino, e definitivamente salada de frango ao curry não é uma delas. O cheiro por si só me dá náuseas. Apesar de que as náuseas podem estar sendo causadas pela minha recente falta de apetite.


Pela centésima vez eu me arrependo de não ter falando com Jihyo e oferecido a ela um cheque em branco pra estar no meu lugar. Se eu tivesse feito isso as pessoas aqui estariam comendo como reis hoje. Mas a boa causa não é a única razão pela qual eu estou aqui, pra ser sincera não chega nem perto de ser o motivo principal.


Assim que eu cheguei no local essa manhã os abutres da alta sociedade de Nova York surgiram de todos os lados, me bombardeando com perguntas do tipo: Como foi o casamento? Cadê sua esposa? Por que você está sozinha? Onde está Lalisa?


Mesmo se eu tivesse ideia de como responder a essas perguntas, não é da conta de ninguém. O pai de Lalisa, Bamam, interveio e me salvou, dizendo a todos que a cerimonia foi intima e bonita, e que Lalisa pediu imensas desculpas por não poder comparecer. Me ofereci pra ficar na cozinha só pra ter algumas horas de paz, longe dos olhos do público.

Ou, pelo menos, essa foi a intenção.

Me forço a sorrir para o fotógrafo que invadiu a cozinha vinte minutos atrás enquanto sua câmera dispara a cada 3 segundos. Se ele me perguntar mais uma vez onde está Lalisa eu vou enfiar essa câmera de mil dólares no seu rabo.

— Como está indo? — O cozinheiro chefe pergunta, olhando pra enorme tigela de aço inoxidável de frango picado na minha frente.

— Tudo pronto. — Eu deslizo a tigela em direção a ele, enquanto outro cozinheiro arruma uma bandeja de croissants pré-cortados no balcão da cozinha industrial.

Eles me agradecem por ter vindo hoje enquanto eu retiro o meu avental manchado de molho e o jogo no cesto de roupa suja, saindo da cozinha.

Mais alguns cumprimentos ali, fotos aqui, e então eu estou livre. Jennie ainda está por ai e não responde o telefone mas a bonita pode arrumar uma carona pra casa. E também não é como se a cidade de Nova York não tivesse lotada de táxis. E, pra ser sincera, eu não seria uma boa companhia de qualquer maneira.

Quando Lalisa me deixou no altar, algo dentro de mim se quebrou. Eu trabalhei pra caramba pra tentar mostrar a ela que poderíamos realmente funcionar juntas, como um casal, e eu pensei que estávamos chegando a algum lugar. Compartilhar um apartamento, dormir na mesma cama, nossas sessões gostosas de amassos que estavam começando a evoluir pra algo mais. E nós estávamos indo bem no escritório também... Levantando a empresa lentamente, uma decisão executiva de cada vez.

Imperfect Love (chaelisa gp)Onde histórias criam vida. Descubra agora