Capítulo 42

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Kelly

Quando os policiais junto com o xerife Bruce, o pai da Ava chegou nos fomos movidos pra fora da escola, o xerife os oficiais foram fazer uma vistoria na escola e ver a cena do crime, os meninos ficaram do outro lado do estacionamento conversando com Tyler sobre o que aconteceu, eu pedi pra eles a oportunidade contar eu mesma pra Ava sobre o que somo pelo menos em parte.

Estou encostada no fundo do carro da viatura enquanto Ava me bombardear de perguntas, mas muitas delas nem consigo responder, e eu nem consigo pois não consigo tirar os olhos do Damian do outro lado do estacionamento, o que aconteceu naquela hora quando ele me salvou me afetou, eu não sei se gosto disso ou se detesto.

- Ei, está me ouvindo? – Ava estala os dedos diante dos meus olhos.

Pisco e balanço a cabeça saindo dos meus devaneios e volto a olhar pra ela.

- Sim, o que você dizia?

- Que não sei se fico feliz por você ser um animal de quatro patas ou um que suga sangue, isso ainda é muito surreal pra mim. – Ava coloca as mãos no cabelo como se uma bomba tivesse explodido na sua cabeça.

- Se você está assim por descobrir o que eu sou, imagina como eu fiquei quando me transformei na noite de lua cheia e olha que não faz muito tempo.

- E você fala assim com essa serenidade na cara depois do que aconteceu.

- Sinceramente, nem sei se existe algo que vá me surpreender mais, lobisomens, bruxas o que virar a seguir? – dou de ombros.

- Nossa está lidando bem com isso em, sinceramente estou mais surpresa do meu pai saber sobre esse mundo sobrenatural primeiro e eu não ter descoberto primeiro.

Pelo menos ela não surtou como eu imaginei que ela ia surtar e não parece que ela vá saindo por ai contando meu segredo nem dos meninos, e aquele ato dela ter voltado pra me ajudar me deixou muito feliz, significa que posso contar com ela.

- Obrigado. – sorrio e ela me olha curiosa.

- Pelo que?

- Por não surtar, e ter voltado naquela hora mesmo correndo risco de morrer por uma bruxa.

- Ah isso. – ela sorrir. – Somos amigas Kelly, eu jamais te abandonaria não depois de você ter se arriscado pra que eu fugisse.

Ela me considera sua amiga, nunca tive alguém assim, em que eu pudesse chamar de amigo em que eu pudesse confiar e me apoiar, sempre foi eu contra o mundo, mas agora eu tenho uma amiga, a Ava.

- Mas você vai ter que me contar tudo, porque ainda sinto que você não está me contando tudo. – seu olhar fica acusador.

Eu ainda não contei a ela a parte da adoção e o fato de eu vim de um orfanato, mas se eu quiser que essa relação der certo, eu preciso contar tudo a ela não posso ter medo disso, não posso deixar esse demônio do passado me consumir, é uma parte de mim é o que sou está na minha historia não posso apagá-la só enfrentá-la.

- Está bem. – reviro os olhos e suspiro.

- Mas antes, diz que eu estava certa sobre a comunidade Wolf ter um segredo esquisito. – ela fecha os olhos e cruza os dedos.

- Sim você estava certa Ava Parker. – eu começo a rir.

- Isso aí, é eu estava. – comemora ela jogando os braços no ar.

Damian

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI – grita Tyler quando Jacob coloca o ombro dele no lugar. – Você não podia ser um pouco mais gentil não?

- Se tivesse batido mais do que falado você não teria apanhado a ponto de que precisasse fazer isso. – fala Jacob revirando os olhos.

Nos caímos na risada com o comentário do Jacob, ele mal fala, mas quando fala é sempre afiado como uma faca.

- Carinhoso como sempre Jacob, vem cá alguém fala pra ele que fui eu que dei uma surra naquele desgraçado. – Tyler aponta pra Jacob.

- Está tudo bem apanhar de vez em quando na vida, sabemos que vou deu duro lá. – Dominic dá um tapinha no ombro de Tyler.

- Que amigos eu fui arranjar. – ele revira os olhos.- Vocês viram o estado do outro cara como ele ficou?, Eu dei um estrago nele.

- Tyler, olha pra você. – diz Dylan apontando pra ele todo.

Tyler está com as roupas todas rasgadas, ele sempre teve o dom de sobreviver em situações perigosas, mas isso chega ser chocante aquele acara não era brincadeira, ele devia ter tido treinamento especial, o Tyler não é o mais forte do bando, mas também não é tão fraco.

- Relaxa meu camarada, você aguentou bem, só estamos brincando com você. – Dominic bagunça o cabelo do Tyler, que logo tira a mão dele pra que ele pare e voltamos a rir.

Meu olhar corre pelo estacionamento e cai na Kelly, eu me lembro do sentimento que tive quando a vi quase ser levada bem diante dos meus olhos e sinto um aperto no peito, quando eu vi aquela mulher quase a levando bem diante dos meus olhos eu enlouqueci eu senti como se tivesse preste a perder mais um pedaço de mim, alguém importante de novo, assim como foi com minha mãe, a minha irmã, e a Kimberlly, droga a Kimberlly, não com certeza foi mais forte, será por conta da minha ligação com ela, das nossas almas, será que o fato dos nossos espíritos estarem destinados me fez sentir aquilo.

Eu prometi a mim mesmo nunca mais a me apegar a ninguém, pois sei como é perder alguém importante, alguém que ama, e eu já perdi de mais e não quero passar por isso de novo, eu odeio esse sentimento de impotência, de fraqueza, quando eu vi aquela mulher arrastando ela pro buraco eu senti como se o chão tivesse cedendo diante de mim, eu não posso voltar a sentir isso, por isso eu a quero longe, preciso, não consigo pensar com ela por perto, como posso querer ela perto e longe ao mesmo tempo.

Kelly

- Como é?, você achou que eu fosse me afastar de você por você ser órfã? – grita Ava.

Eu concordo com um sim em um aceno.

- Em que merda de mundo você vive, por ser lobisomem eu até entendo, mas caramba, órfã, aí já é de mais. – ela joga os braços no ar.

Eu estava tão presa ao meu passado que nem parei pra pensar que as pessoas podiam ser diferente de onde eu vim, a Ava não só me aceitou pelo fato de eu ser um lobisomem, mas também ser órfã, os pais das outras crianças sempre diziam pra se manter longe de gente como eu e isso cravou uma cicatriz profunda em mim que acabei deixando ela me afetar, eu devia saber que a Ava é diferente das outras pessoas, ela é extrovertida, divertida, curiosa, mente aberta e não parece ser do tipo que abaixa a cabeça pra qualquer um.

- Olha eu sinto muito por você ter crescido dessa forma, mas agora você tem pais não é?, Eu não acho que os Greys te adotariam só por você ser uma lobisomem, eles poderiam te trazer e acrescentar a comunidade e deixar você morar sozinha sei lá, não sei como funciona, mas dá pra ver que eles são bons pais, pelo jeito que eles criam a Suzan, eles vem em todas as reuniões escolar e participam de todos eventos que a escola proporcionam, e eles te querem na família deles, e o Dylan e o Jacob vieram ao seu socorro e a Suzan na escola o jeito que ela agiu, eles te amam, você é amada, você não está mais só. – ela me dá um sorriso gentil.

Eu sinto meus olhos lacrimejarem, ela tem razão eles nunca provaram o contrario, e a Ava que ver de fora está percebendo isso, eu tenho que parar de achar que tudo era como antes, eu não estou mais só eu tenho em muitos em que em possa me apoiar, mas eu ainda não sei como isso é muito novo pra mim, na realidade tudo isso é muito novo pra mim.

- Meu pai está vindo, vem vamos nos juntar a eles. – Ava pega na minha mão e nos andamos até os meninos.

Lua CinzaOnde histórias criam vida. Descubra agora