Kelly
O sol do fim de tarde batia na nossa pele, dando uma sensação agradável e reconfortante, em nenhum momento nos tiramos os olhos um do outro, submerso na nossa bolha pessoal sem tocar apenas .... ficamos nos olhando captando cada detalhe um do outro.
Quando começou a escurecer a gente começou a arrumar as coisas e não dissemos nada a volta pro carro foi silenciosa, mas cheia cumplicidade e carinho, quando entramos no carro e eu fui colocar o sinto eu olhei pra ele de canto e não consegui evitar um sorriso e ficar vermelha, era evidente que estava feliz, Damian estava me fisgando cada vez mais e eu estava permitindo e sentia que no fundo não era só pelo fato de sermos destinados, parte desse sentimento que estava nascendo era meu, eu quero acreditar que sim.
..........
Quando chegamos ao grande portão da casa dos Greys, Damian se vira pra mim antes que eu saia.
- Amanhã vamos treinar de novo, só que de manhã já que não tem aula eu venho te buscar.
- Vamos fazer isso por quanto tempo?
- Até você ter controle total das suas habilidades, você pode fazer muitas coisas Kelly só precisa de treino.
- Certo. – suspiro e concordo e me despeço dele.
Eu caminho em direção a mansão com o coração saltitando, eu vou me encontra com ele amanhã sozinha de novo e nos próximos dias, eu me viro pra dar uma ultima olhada e vejo ele me observando antes de sair, eu entro em casa saltitando e subo pro meu quarto pra tomar um banho, eu tiro a roupa com cuidado e coloco no cesto e fico aliviada de me livrar daquele short, mas antes dou uma olhada na camisa que o Damian me emprestou, eu não acho que eu vá devolver ela, e entro em baixo do chuveiro me livrando da terra que estava entre meus dedos do pé já que fiquei descalça.
- Toc, toc , toc. – escuto a voz de Suzan no meu quarto.
- Estou no banheiro, já saio, um momento. – grito me esquecendo completamente que ela pode me ouvir no timbre normal, eu ainda não me acostumei com isso.
Desligo o chuveiro depois de tirar o sabão do meu corpo e pego uma toalha e me enrolo nela, e pego outra pra secar meu cabelo molhado e volto pro quarto.
- Oi sumida. – Suzan fala da minha cama com um enorme sorriso no rosto.
- Oi, não exagere, te vi hoje de manhã, fomos juntas pra escola e almoçamos juntas. – caminho até a cômoda pra pegar um pijama e claro uma roupa intima.
- Você sumiu a tarde inteira, contando com hoje são o que...- Suzan finge estar pensando. – Dois dias seguidos, e sempre volta no carro do Damian.
Ela tem razão, minha vida tem ficado bem movimentada dês que cheguei aqui não tive um momento de paz, e na maioria todos esse problemas o Damian estava lá.
- Ele só me trouxe pra casa Suzan. – me visto por de baixo da toalha.
- Não estou dizendo nada, mas pra duas pessoas que se odiavam, vocês andam bem juntos.
- Suzan. – rio do seu comentário que tem fundo de verdade.
- Olha, eu me preocupo com você, e conheço ele dês de criança, ele vivia aqui com os meninos eu cresci com eles e por conhecer ele bem eu te peço pra tomar cuidado, preocupação de irmã. – ela faz sinal de escoteira e meu coração se aquece por ela estar preocupada comigo.
- E que mal ele poderia me fazer? – me jogo ao seu lado na cama.
- Damian é uma pessoa boa, mas tem seus demônios, só não quero que você se machuque entrar no seu mundo é pedir por isso e não esqueça estamos evitando ficar perto das garras da Margô.
Ainda tenho isso pra me preocupar, porque minhas inimigas são mulheres afinal.
- Bom já faz um dias que a explosão aconteceu e ela ainda não apareceu e o Damian disse que ia cuidar disso.
- Não abaixe a guarda Kelly, a Margô é um dos demônios do Damian, então sempre espere o pior dela.
Eu me estremeço com esse comentário, mas essa é minha chance de descobrir mais sobre o Damian e a essa mulher que todos dizem ser um perigo pra mim.
- O que ela fez de tão mal a ele? Qual é a historia deles dois?
- A mãe do Damian não ela não era predestinada ao pai dele...então já deve imaginar como isso acaba por aqui.
- Sinceramente não sei.
- Eu não sei muito bem da historia, minha mãe e a mãe dele eram amigas no ensino médio, então evitamos tocar no assunto aqui em casa por conta da nossa mãe, na realidade muitos por aqui evitam tocar só usam essa historia como exemplo pra fazer os jovens temerem se relacionar com quem não são seus destinados, mas pelo que sei sua mãe morreu porque o pai do Damian se separou da mãe dele e preferiu se casar com a Margô do que ficar com seus filhos e sua esposa.
Eu fico chocada com o que a Suzan me contou, e imagino o quanto Damian deve ter sofrido na época, de ver seus pais se separando por que sua mãe não era sua destinada pelos espíritos, isso é revoltante e ao mesmo tempo de partir o coração, eu me lembro que ele disse no lago que não me odiava e sim o que eu representava, será que eu represento pra ele ter o mesmo destino dos pais dele, e tem a Kimberlly que ele era apaixonado.... se for isso eu não acho que eu vá conseguir culpá-lo, mas eu não tenho nada a ver com essa historia e isso não dava o direito a ele de me tratar daquele jeito, isso tudo é tão confuso e que me faz questionar, se eu estiver me apaixonando por ele... será que ele vai conseguir superar isso, ou vai se afastar pra não ser igual seu pai, eu sei como ele odeia esse sistema e eu também não fiquei feliz quando descobrir.
- Suzan e a irmã do Damian o que aconteceu com ela? – força ela continuar, a Suzan é a única que pode responder minhas duvidas e acho que desse jeito vou conseguir compreender o Damian melhor.
- Ah....- o olhar de Suzan fica triste e eu me toco que eu posso ter tocado em um assunto delicado pra ela.
- Suzan tudo bem? – coloco minha mão no seu ombro.
- Sim, é que ... eu e ela éramos amigas quando criança. – os olhos de Suzan marejam.
- Eram?
- Uhm, ela morreu de repente quando tinha oito anos, ela era um ano mais nova do que eu, quando ela morreu eu tinha nove e Damian dez na época.
- Como assim ela morreu?
- Ninguém sabe, só que ela ficou com febre de repente e foi piorando e não resistiu, e foi confuso pois ela nunca aparentou estar doente. – a voz de Suzan fica tremula e lagrima saem do seu rosto.
Eu a abraço pra reconfortá-la enquanto ela chora no meu ombro, deve ser doloroso perder alguém que ama, eu não sei como é esse sentimento, pois não sei de onde eu vim, não sei se fui levada pra um orfanato ainda bebê ou se era criança, já que eu não me lembro de nada do primeiro orfanato que eu vim. Mas imagino que deve ter sido uma dor horrível pra uma criança, eu me sinto triste por ele, perdeu a mãe e a irmã logo em seguida e ainda tem que olhar pro rosto da Margô todos os dias a mulher que foi uma das maiores causas da separação dos seus pais, ele deve não odiar ela, mas o sistema e ele está certo ele foi a causa de tamanho sofrimento na sua vida, quão grande é o peso de um alfa?
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Lua Cinza
WerewolfGrey Moon Kelly cresceu em um orfanato sem saber de onde veio sem saber o dia de amanhã, nunca teve nada pra chamar de seu, sempre foi isolada no orfanato até que um dia ela acordou na floresta nua e ensanguentada sem entender o que tinha acontecido...