First Time

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Título do Capítulo: Primeira vez



Anne Eliott's P.O.V

Faziam horas que Nate estava jogado no chão. Eu não tinha total certeza se ele respirava, pois eu não conseguia ver seu peito subindo e descendo. Meus pulsos doíam, por causa deles estarem amarrados, eu chamei pelo Nate inúmeras vezes, e em nenhuma delas ele me respondeu. Me remexi na cadeira, e me arrastei pela sala, a cadeira tinha rodinhas, por fim ajudando na minha locomoção. Parei perto do corpo do moreno, fitando ele. 

Nate?- o chamei, cutucando ele com os pés. Nenhuma resposta da parte dele. Respirei fundo e chutei ele, tentando acordá-lo. 

Ouvi ruídos, mas ele não abriu os olhos. Cutuquei ele mais vezes, enquando chamava seu nome. Por longas tentativas, Nate abrira os olhos lentamente. Suspirei e parei de chutá-lo. 

Nate se sentou com dificuldade, coçando seus olhos com as mãos, eu o observava calada. Seu estado era horrível, ele tinha seus cabelos em uma completa desordem, seu rosto avermelhado e roupa amassada. Esperei que ele se acostumasse com a claridade do ambiente, logo seus olhos verdes me fitaram, enrugando-se junto à testa, num semblante inteiramente confuso. 

Anne?- ele disse baixo, se apoiando no chão, com o braço direito, impulsionando-se para levantar. Nate cambaleou e caiu em cima de mim. Resmungei com ele, que ainda estava zonzo. 

Foi mal eu preci...- o moreno disse, mas sua frase fora interrompida por sí mesmo. Nate se jogou do outro lado, vomitando no chão, quase em cima de mim. Enruguei os lábios e fitei a cena. 

Que merda Nate!- exclamei, me arrastando com a cadeira para longe dele. 

Desculpa- ele disse, limpando o canto dos lábios e me encarando. Nate se levantou novamente, agora dando passos na minha direção. Tentei me afastar empurrando a cadeira, mas ele a segurou, me impedindo de fazer tal ação. 

Você tá fedendo!- exclamei, virando meu rosto para o outro lado, Nate ficou calado, apenas fitando meu rosto. Ele parecia pensar em muitas coisas. 

Receosa eu virei meu rosto, ficando de cara com ele. Seu olhar era indecifrável, Nate parecia se martirizar mentalmente e eu me sentia curiosa à respeito dos seus pensamentos, naquele momento. 

Eu confesso que senti medo dele antes, pois seu olhar intimidador me arrepiou. Nate tinha me sequestrado, mas quando eu fitei seus olhos verdes naquele momento, ele me pareceu tão inofencivo. Ficamos alí, nos encarando sem dizer nada. Eu queria tanto desvendar seus pensamentos, mas contive a minha curiosidade. 

Você ainda me odeia?- Nate perguntou, cortando aquele silêncio entre nós. Engoli a saliva presa na garganta, e o moreno nem sequer piscava, ao me encarar. Suspirei e abaixei meu olhar. Senti uma de suas mãos tocar a lateral do meu rosto, me fazendo encará-lo. Tentei desviar meu olhar das suas pupilas intensas. 

Me diz...- ele falou em um sussurro, e então eu foquei em seus olhos, Nate tinha uma camada de lágrimas presas nos olhos, e eu senti um peso em mim, ao vê-lo pela primeira vez vulnerável. 

Eu não sei- falei firme, e ele soltou meu rosto, se afastando de mim e alisando seus fios de cabelos. Mordi os lábios nervosa, temi que ele agisse novamente daquele jeito. 

Nate simplesmente saiu da sala, me deixando alí sozinha. Soltei o ar que eu havia prendido, fitando o chão e me enfiando em pensamentos. Tinha algo nele que me confundia completamente, ele era tão imprevisível. Eu queria saber das coisas que ele pensou, enquanto me fitava sem falar nada. Joguei minha cabeça para trás, respirando fundo e olhando ao redor. Mexi meus pulsos, fazendo a circulação voltar, minha mão doía por estar amarrada a tanto tempo. 

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