4- Filhinha

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Heey

O que acharam da história paralela?

Boa leitura, beijinhos da imbigo

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Camila chegou arrastando as sacolas com dificuldade, Jennifer havia sido mais rápida do que pensou, conseguindo doações antes mesmo que pedisse. Era sábado a tarde e tinha passado o dia com a médica conversando sobre a situação de seus novos hóspedes, até que receberam a ligação dizendo que podiam ir buscar todas aquelas coisas.

Haviam várias sacolas com roupas e até brinquedos para as crianças. A loira lhe ajudava a carregar e ela mesma o fazia com animação pensando em como as meninas iriam ficar felizes com as coisas "novas".

A ONG em que Jennifer fazia trabalho voluntário nos fins de semana trabalhava muito com pessoas em situação de rua, o que facilitou para que ela conseguisse os utensílios necessários com mais facilidade ao explicar a situação de Lauren e das crianças. A engenheira estava profundamente feliz com isso, sabia que sozinha teria dificuldade para ajudar todos do jeito que precisavam, nem mesmo conseguia pensar exatamente o que precisavam.

Ajudar uma pessoa parece algo fácil, e realmente existem algumas coisas básicas e muito óbvias. Mas quando se pretende fazer mais que uma ajuda superficial é necessário entender o outro, ir além de suas próprias experiências. Três dias foram suficientes para perceber que coisas que em sua percepção eram muito simples, não funcionavam daquela forma para eles. Não sabia o que significava viver nas condições que eles viveram por tanto tempo e nem quais as necessidades que tinham prioridade naquele primeiro momento.

Humanos nunca foram seu forte, por isso correu para a engenharia na primeira oportunidade que teve. Os cálculos a deixavam maluca, mas eram bem mais diretos e descomplicados em sua cabeça. Ou você acerta ou você erra, mesmo que em alguns casos existam alguns caminhos diferentes, nada foge muito da lógica e sempre se chega a mesma resposta ou você está fazendo errado.

Quando se tratava de pessoas, não precisou de mais que duas matérias sociológicas na faculdade e seus poucos anos de vida para entender que não existe uma fórmula que resolva todos os problemas. Que cada um é um mundo complexo construído por experiências e valores distintos e tudo varia de acordo com isso. Algo que funcionária para si, podia não ser proveitoso para Lauren e algo que funcionasse para Lauren podia não dar certo para uma outra pessoa em situação de rua.

Além da dualidade das respostas, nem sempre existia um caminho certo e um errado, às vezes era necessário seguir um rumo duvidoso em busca de um bem maior mesmo que isso significasse algumas perdas. Não tinha cabeça para pensar em cada pormenor, gostava de coisas diretas, de saber o que precisava fazer e seguir esse caminho.

-Oi lindinhas e Bruno, eu trouxe algumas coisas.- Anunciou empurrando a porta.

Ouviu os passinhos animados correndo pelo apartamento até que Becca e Helena estavam a sua frente com olhos curiosos e brilhantes, Bruno demorou um pouco mais para chegar, tentava sustentar um olhar de tédio, mas era visível sua curiosidade para todas aquelas sacolas sendo empilhadas na entrada do apartamento.

-Eu tenho uma coisa para vocês.- Camila disse animada, buscando a sacola que tinha separado.- Na verdade, precisam agradecer a Jennifer, o resto todo foi ela que trouxe, mas esses eu comprei especialmente para vocês. – Anunciou mostrando duas bonecas lindas que tinham chamado sua atenção quando voltava para casa.

Uma tinha cabelos loiros e usava um vestido verde todo florido e a outra tinha cabelos escuros e chapéu, usando um vestidinho rosa. Helena agarrou a loira pulando de felicidade falando pelos cotovelos todos os agradecimentos que conhecia, tanto para Camila quanto para Jennifer. Chegou a mencionar que teria uma dívida eterna com elas e se quisessem podiam fazer um pacto de sangue para provar sua lealdade.

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