– Roberta narrando –
O RGR me deixou no colégio hoje. Nossa, mano, me subiu uma raiva tão grande quando eu percebi que ele tava olhando pra as bundas das meninas! Eu vi o Matheus e pulei em cima dele, tanto pra o RGR ficar com raiva e tanto pelo meu amigo ter faltado quase uma semana de aula. Olhei pro carro que o RGR tava e ele tava me encarando, e eu ri toda cínica e entrei no colégio. Fiquei no pátio com meus amigos até o sinal pra ir pra sala tocar às 7h30. Era aula de sociologia, minha matéria preferida!
12h, como sempre, o professor de espanhol liberou a gente. Sai da sala com a Mar, a Manu, a Thai e a Mel. Fomos indo pro pátio e quando coloco a cara no portão pra ver se o Rogério tinha chegado, ele tava lá do outro lado da rua, na Santa Fé com os vidros levantados, e ele abaixou os vidros e mostrou o dedo do meio pra mim. Eu mostrei de volta pra ele, fiz sinal de "espera aí" com a mão e voltei pro pátio do colégio toda sorridente.
– Roberta: Meninassss, já vou! – Disse chegando perto delas, quase que pulando
– Thainá: Hummm, teu namoradinho tá aí, é? – Disse sorrindo e eu assenti com a cabeça
– Marjorie: Tu e o Geré estão namorando?!? – Disse sem acreditar
– Manuella: Como é o nome do menino? – Disse em tom de zoação
– Roberta: Ele tem 29 anos – Disse rindo e ela fez cara de susto – Rogério, vulgo Geré. Eu chamo de RGR, porque sou única – Disse e ri
– Melissa: Alemão? – Disse e eu assenti com a cabeça novamente – Você é louca?!? Vai que ele corta teus cabelos ou te mata?!? – Ela disse, e a Mar e eu rimos
– Roberta: Eu sou a fiel dele, e antes disso, ele me conhece desde que eu era pequenininha, e eu faço um monte de correria pro morro quando ele pede – Ouvi três buzinadas, uma atrás da outra, e como o RGR é bem paciente, eu sabia que era ele – Mar, tu vai pro Alemão agora?
– Marjorie: Só vou na sexta ou no sábado... E talvez. Tô naqueles dias – Ela disse e eu assenti com a cabeça
Me despedi das meninas dando um beijo na bochecha de todas e sai do colégio. Entrei na Santa Fé e o Geré me olhou feião.
– Roberta: Que foi? – Disse colocando a mochila no banco de trás
– Geré: Tu se agarrando com aquele pivete lá! – Disse sem me olhar, saindo voado na Santa Fé
– Roberta: Ow, eu ainda tô sem cinto, caralho! – Disse bolada, depois que quase bati a cabeça no painel do carro – Tu também tava olhando a bunda das meninas! – Disse depois que coloquei o cinto
– Geré: Tava olhando, mas num agarrei nenhuma!
– Roberta: Duvido nada que tu num chamou nenhuma pra fuder depois que eu entrei no colégio!Ele me fuzilou com os olhos, e eu sorri toda fofinha porque ele fica muito bonitinho com raiva, já disse a vocês, né? Ele acabou sorrindo também e voltou a olhar pra frente.
– Geré: Quem era o otário que tu agarrou? – Disse com uma mão na minha coxa
– Roberta: O Matheus. Ele foi com a gente pro shopping no domingo. E não chama ele de otário!
– Geré: Tô ligado – Disse e eu não falei mais nada – Vai pular laje hoje?
– Roberta: Eu não sei onde tava com a cabeça pra aceitar isso! – Disse e ri – Vou, né. Já disse que eu ia, então vou. Quando eu digo que vou fazer uma coisa, eu faço. Massss, tu vai pular devagar, né? Num é pra sair correndo, não!
– Geré: Relaxa, pô. Tu vai ter que usar um tênis, um capacete, cotoveleira e joelheira, beleza?
– Roberta: IIIH, e eu vou pra um combate, é?!?
– Geré: Se tu cair de primeira, tu num vai querer andar mais nas laje! – Respondeu seco
Fiquei calada, porque era verdade, e eu só ri. Chegamos no Alemão 12h55, e eu fui direto pro banheiro. Tomei banho, me troquei e desci. Almocei com o Geré e uns 20min depois, fomos pra pracinha. Ficamos sentados lá no banco olhando uns pivetinho brincarem e eu ficava rindo o tempo todo. Gente, eu a-m-o criança!
– Geré: Tu quer ter quantos filhos, Robertinha?
– Roberta: No máximo 4. E tu?
– Geré: Por mim eu teria um time de futebol, mas acho que a mãe dos meus pivetes num vai querer.
– Roberta: Vai saber por que ela não vai querer, né? – Disse e a gente riu – Tu já escolheu uma mãe pros teus pivetes? – Perguntei cínica
– Geré: Já, pô. Faz um tempinho.
– Roberta: E eu conheço?
– Geré: É tu.
– Roberta: Pára de zoeira! – Disse rindo – Fala, fala, agora fiquei curiosa.
– Geré: É tu, pô! Só num sei se tu vai aceitar!
– Roberta: Tu, cachorro do jeito que é, não vou aceitar não! – Disse rindo novamente
– Geré: Quando eu disse que por tu eu largava minhas puta, eu num tava zoando não...!
– Roberta: A gente nem namora pra começo de história!
– Geré: Isso num é problema!Ele fez um movimento de quem ia tirar algo do bolso da bermuda e eu quase tive um ataque do coração, mas ele percebeu e começou a rir da minha cara; envolveu os braços no meu pescoço e me abraçou bem forte. Depois do abraço do meu pai, não tem nenhum outro abraço melhor que o dele! <3
15h, a gente foi pra central. Tinha um mizuno 37/38 rosa com azul e ele me deu, na maior cara de pau.
– Roberta: Tu acha que eu vou usar tênis que tuas cachorras já usou?!? – Disse olhando-o com cara de "não tô acreditando nisso"
– Geré: IIIH, é de algum cara aí! E se o cara gostar de rosa, tu pode fazer o que?!?
– Roberta: Tu tem certeza, né? – Disse depois de uns segundos, encarando ele com os olhos semicerrados
– Geré: Tenho, pô, calça logo essa porra! – Disse me dando também as joelheiras e cotoveleiras
Sentei numa cadeira que tinha e coloquei tudo enquanto ele entrou num "quarto" e voltou com um capacete branco. Coloquei também, me olhei no espelho que tinha lá e ri. Ele só calçou um mizuno azul, não colocou o monte de coisa que eu tava. Saímos da central e fomos pro alto do morro na hornet. Ele me ensinou como pular um muro, e os de até 1,5m eu já sabia, mas quando foi os maiores... Ele ficou uns 30min me ensinando/ajudando, e eu estava até entranhando por ele não ter gritado comigo, me chamado de burra, lerda, coisas do tipo, porque por dentro, eu mesma tava me xingando! Depois que eu consegui escalar os muros de até 2,5m – todos os muros tinham uma fenda, então eu encaixava meu pé ali e minha mão na outra fenda e era fácil, mas eu tava mó cansadava –, ele entrou numa casinha que tinha e voltou com um copo de água cheio. Era pra ele, mas eu tomei da mão dele e bebi todo em menos de 10s., e como ele me olhou feio, eu ri e fui na casinha. Enchi o copo de novo e dei a ele. Ele tava falando com o Oreia.
– Oreia: E aííí, cunhadinha! – Disse tocando na minha mão, quando me viu
– Roberta: E aíííí! Não entendi a parada do cunhadinha! – Disse cínica, depois que entreguei o copo ao RGR
– Oreia: Tu num tá firme com o Geré não?
– Roberta: Não! – Disse e ri – Onde que tu ouviu isso?
– Oreia: Geral do morro tá falando que cês tão, mirmã. Tem ouvido não, é?!? Tão falando que cês só vivem agarrado um no outro e que o patrão num pegou mais nenhuma cachorra faz três dias!
– Geré: Num menti não, tá vendo? – Disse depois que bebeu o copo d'água
– Roberta: Assim eu me sinto a mulher do patrão! – Disse cínica, dando destaque em "mulher do patrão"
– Geré: E tu é! Agora cala boca.
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Do Asfalto pra Vida - 1/ Temporada ✨
FanfictionÉ incrível como a vida tem a capacidade de juntar e "desjuntar" as pessoas, né? Logo eu, que sempre odiei certas pessoas, hoje sou tão amiga delas, e vice-versa. Eu posso dizer uma coisa: nunca digam ter certeza de algo, como eu dizia até um ano atr...