Sai de casa com a mão coçando pra bater na cara do Geré. Nem que eu morra, mas eu bato na cara dele! Cheguei na mansão apertando a campainha mil vezes contínuas e a Adelaide, a empregada, abriu. Dei boa tarde a ela, porque mesmo furiosa eu sou educada, e entrei na mansão pisando fundo. O Geré tava comendo na cozinha, na maior tranquilidade.
– Lúcia: QUEM TU ACHA QUE É PRA BATER NA MINHA FILHA?!? TU ACHA QUE SÓ PORQUE TU É O CHEFE DAQUI EU TENHO MEDO DE TU?!? NÃO, MEU FILHO, NÃO! ABAIXE SUA BOLINHA! MINHA FILHA ÀS VEZES FAZ MERDA; OQUE ELA FALOU PODE SER CONSIDERADO PRA TU UMA OFENSA, MAS EU DOU MINHA CARA Á TAPA QUE ELA FALOU AQUILO BRINCANDO! A ROBERTA NÃO É QUE NEM TUAS PUTAS QUE É TRAIDORA E LADRA NÃO! ELA NÃO TEM CULPA DOS TEUS TRAUMAS, NÃO! ROBERTA NÃO FICOU COM TU POR DINHEIRO NÃO, ATÉ PORQUE É O QUE O PAI DELA MAIS DÁ A ELA! – Gritei na frente dele, com o dedo na cara dele
– Geré: Cadê ela? – Perguntou calmo
– Lúcia: O QUE TU QUER COM ELA AGORA?!? QUER BATER NA MENINA DE NOVO?!? – Perguntei com as mãos na cintura
– Geré: Quero falar com ela, pô. Não vou bater nela. Cadê ela?
– Lúcia: Tá em casa! – Disse com as sobrancelhas levantadas
– Geré: Bora lá.
Ele terminou de comer e colocou o prato na pia. Subiu as escadas e logo desceu com uma camisa no ombro e uma pistola no quadril. Saímos de casa e fomos pra minha casa numa moto. Morri de medo, mas minha raiva por ele me fez subir naquela moto, porque claramente se eu fosse de pé, eu ia chegar depois dele lá, e vai que ele bate na minha filha de novo?!? Entramos em casa e a Robertinha tava sentada na cozinha. Fui pro lado dela. O Geré ficou parado do lado de fora da cozinha, apoiado na janela entre a cozinha e a sala.
– Geré narrando –
Ontem bebi e fumei pra caralho e fiquei mó doidão. Cheguei em casa e só lembro que dei um tapa na cara da Roberta. Acordei grogue 12h e o almoço já tava pronto. Tomei banho, tomei um remédio pra dor de cabeça e quando tava comendo, chega a mãe da Robertinha, braba. Ela falou coisa pra caralho, até gritou, mas como eu tinha batido na cara da Robertinha, eu num falei porra nenhuma, só perguntei onde a Roberta tava. Fui pra casa delas duas com a Lúcia e quando cheguei lá, a Robertinha tava sentada na cozinha, e quando me viu, ficou branca, parecia até que tinha visto um fantasma e ficou me olhando com medo. Me fudi, véi. A piveta vai fazer mó zuada e a mãe dela vai ajudar, e o pior é que eu vacilei, mas porra, a culpa foi dela, ela falou como se tivesse aceitado ficar sério comigo só pra poder saber onde fica os dinheiro das tia, que nem minha mina de tempão atrás! Fiquei olhando pra Robertinha uns segundos, mais especificamente pras marcas dos meus dedos na cara dela. Caralho!– Roberta narrando –
Depois que minha mãe saiu de casa bolada, eu levantei da cama. Fui no banheiro, escovei os dentes, lavei o rosto e fui pra cozinha. Fiquei lá sentada, voando, de tanto sono que eu tava. Logo escutei alguém entrar em casa que nem um raio, e era minha mãe, que veio pro meu lado e ficou. Logo apareceu o Geré na minha frente, do lado de fora da cozinha. Travei de tanto medo e fiquei olhando ele, sem conseguir abrir a boca. Ele ficou olhando o que fez na minha cara.
– Geré: Foi mal, pô. Tô ligado que eu vacilei feio.
– Roberta: Eu quero que tu tome no meio do teu cu! – Vi pelo canto do olho que minha mãe me encarou, porque ela não gosta que eu fale palavrão, mas tô foda-se – Tu acha que esse teu pedidozinho de desculpa vai apagar isso aqui?!? – Respondi quando sai do transe, depois de levantar da cadeira
– Geré: Não vai, mas eu tô ligado que eu fiz errado. Eu num devia ter batido em tu. Só ter te botado na parede tava bom, mas meu instinto foi mais forte.
– Roberta: E tu sabe o que meu instinto quer fazer?!?
Não esperei ele responder e sai da cozinha. Voei em cima dele como se tivesse voando na cara de uma cachorra – ou pior – e comecei a encher a tapa dele de tapa, mais fortes do que os tapas que eu dou também nas cachorras com quem eu brigo. Encravei minhas unhas no rosto e nas orelhas dele e no final enfiei as unhas nos olhos dele. Não tocou em cheio, mas pegou em cima e em baixo, e ele começou a gritar de dor e eu parei, porque ele sentou no sofá com os olhos cheios de lágrimas das dedadas que eu dei ao redor dos olhos dele. O rosto dele tava vermelho e cheio de marca de unha.
– Roberta: Isso nem nada vai me fazer esquecer disso! – Disse apontando pro meu rosto
– Geré: Pô, Robertinha, desculpa, velho, na moral! Eu não consigo ficar sem tu, não! Eu vacilei, mas me desculpa! – Disse ainda sentado, quase que me encarando, mas tava com os olhos lacrimejando
– Roberta: E eu não consigo mais confiar em tu! Tu acha que eu não vou ficar de boa, sem medo de tu, quando tu tiver chapado ou simplesmente bolado?!?
– Geré: Eu não vou mais fazer isso, eu prometo, Robertinha! Eu perdi a cabeça! – Disse de pé, com cara de choro, dessa vez pelo que eu disse
– Roberta: Não quero mais olhar pra sua cara – Disse no corredor que vai pro meu quartoEntrei no meu quarto e ele entrou atrás. Me segurou pelo braço e me virou de frente pra ele, aí me segurou pelos braços com as duas mãos. Eu até tentei não ficar com medo, mas caralho, eu tava com medo dele de novo! Minha mãe apareceu na porta.
– Lúcia: Solta a menina, Rogério! Ela tá quase chorando!
– Geré: Eu quero trocar umas ideia com ela sozinhos, dá licença!
– Lúcia: Tu tá na minha casa e pede pra eu dar licença?!? Ah, me poupe! Solta a Roberta!
– Geré: Posso trocar uma ideia com a mina, na moralzinha? – Perguntou encarando ela, depois que me soltou
– Roberta: Deixa, mãe.
– Lúcia: Eu vou estar na sala, e qualquer coisa, tu grita – Disse pra mim, e eu assenti com a cabeça
Ela saiu da porta do meu quarto, e eu sentei na cama. Ele sentou na minha frente, depois de tentar me abraçar e eu empurrar ele.
– Geré: Que quê eu posso fazer pra tu me desculpar e voltar a confiar em mim, pô? Mano, tu num tá ligada na culpa que eu tô sentindo por ter batido em tu!
– Roberta: Devia ter pensado antes de bater.
– Geré: Eu tava chapado e num conseguia pensar! E tu deu motivo também! Tu falou como se fosse fazer a coisa que eu mais odeio: trairagem!
– Roberta: Eu nunca trairia nem nunca vou trair, Rogério.
– Geré: Me desculpa, pô.
– Roberta: Eu não vou conseguir confiar em tu de novo depois disso.
– Geré: Me dá só uma chance. Eu prometo que num vou te decepcionar de novo.
– Roberta: Só se tu deixar eu saber onde tá esses dinheiro – Disse zoando, depois de uns segundos
– Geré: Te amo, Índiazinha – Disse me abraçando, sorrindo, quando entendeu que foi uma nova chance
– Roberta: Tu num pensa que eu tô de boa contigo não, que eu num tô! Ainda quero arrancar teus olhos!
– Geré: Venha arrancar!
Levantei uma sobrancelha e ele fez cara de deboche, e eu fui pra cima dele, com as mãos prontas pra enfiá-las em seus olhos, mas ele segurou meus pulsos, deitou na cama e me deitou sobre ele. Começamos a nos beijar, e ele soltou meus pulsos e me abraçou enquanto nos beijávamos. Tô fazendo papel de otária? Tô! Tô gostando de fazer papel de otária? Tô também! Show, Robertinha! Ficamos no maior love uns minutos, e paramos quando minha mãe parou na porta do meu quarto, e encarou a gente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do Asfalto pra Vida - 1/ Temporada ✨
FanfictionÉ incrível como a vida tem a capacidade de juntar e "desjuntar" as pessoas, né? Logo eu, que sempre odiei certas pessoas, hoje sou tão amiga delas, e vice-versa. Eu posso dizer uma coisa: nunca digam ter certeza de algo, como eu dizia até um ano atr...