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– Geré: Que porra é essa aqui, Dog?!? Num já te disse que num é pra trazer cachorra pra cá?!? – Perguntei encarando ele
– Mirele: Calma, patrão! Se tu quiser, eu dou pros dois de uma vez só! Ciúmes pra quê, né?! – Disse toda oferecida
– Geré: Quero comer esse teu rabo murcho, não! Vaza daqui! – Disse pra ela
– Dog: E eu vou comer a mina não, é, véi?!? – Perguntou me encarando
– Geré: Pode comer ela onde tu quiser, aqui não! Num gosto de cachorra vindo pra cá, já disse pra caralho!
– Mirele: Eu num sou cachorra não, patrão! Sou mina responsa! Qual foi!? – Respondeu toda bocuda
– Dog: E por que caralho a Roberta vem aqui?!? A mina é mais cachorra que essa daqui! – Se referiu à Mirele
Na hora que ele falou da Bel, eu fui pra cima dele com sangue nos olhos e dei um murro na cara dele. Dei um tapa na cara da Mirele que ela caiu no chão e eu fui arrastando ela pelo braço pra fora da mansão. O Dog num tava mais na sala, tava na cozinha. Quando eu passei pra varanda – a cozinha tem uma porta que dá pra varanda dos fundos –, senti algo gelado atrás de mim. Virei e o Dog tava com uma faca de cortar carne. Ri debochando da cara dele.
– Geré: Que quê porra tu vai fazer com isso? – Perguntei ainda debochando
– Dog: Tô cansado de tu debochando da minha cara e me fazendo de otário na frente dos outros! – Disse ainda com a faca a um palmo de distância da minha cara
– Geré: Tu é uma criança, Dog! Tu quer que eu te trate como?!? Tu trás a mina mó cachorra pra cá pra casa e quer que eu aceite na boa?!? Não, cumpadi! O buraco é mais embaixo aqui! Eu num vou enfiar a língua no meio das pernas e ficar calado aceitando o que eu num gosto não! Deixo isso claro pra geral!
Ele ficou calado por uns segundos e percebi que ele tava brisado, com os olhos vermelho e tudo. Eu tinha fumado um, mas num é só um que me deixa doidão, não. Em questões de segundos, ele quase mete a faca de lado no meu pescoço e eu empurrei ele com o pé, fazendo ele cair no chão. Ele soltou a faca e eu taquei na pia da cozinha, depois comecei a chutar a barriga e a cara dele.
– Geré: Seu viadinho, playboyzinho fresco do caralho! Tu é um zé ninguém, Dog! – Disse depois que enchi a cara ele de murro

Ele levantou com as mãos fechadas e prontas pra me bater e eu fiz o mermo. Num é que o filho da puta, mermo com sangue escorrendo do nariz, veio pra cima de mim? Começamo a brigar e eu fui conduzindo ele pra fora da cozinha. Eu num queria matar ele, só dar uns coro mermo, mas ele deixava claro que queria passar o dedo em mim. Brigamo de chute, de joelhada, tapa, murro, e só paramo porque entrou o Pelé e o Uê e separou e segurou a gente.
– Pelé: QUE PORRA É ESSA AQUI, EIN? POR QUE CÊS DOIS OTÁRIO TÃO SE COMENDO?!? – Perguntou enquanto me segurava
– Dog: ESSE ARROMBADO FALANDO MERDA COMIGO NA FRENTE DOS OUTROS!
– Geré: PORQUE TU MERECE! SE TU ANDASSE NA LINHA EU NUM FALAVA PORRA NENHUMA! VEJA SE EU ANDO DANDO ESPORRO NOS MEUS CARA!
– Uê: Por que cês tava brigando agora? – Perguntou segurando o Dog
– Geré: Eu tava na varanda aí chega esse viado com a cachorra da Mirele, tavam quase se comendo na sala! Mandei ele ir pra lá com ela e ele veio todo bocudo, chamou até a Robertinha de mais cachorra que a Mirele!
Os cara começaram a rir e o Dog ficou mais vermelho de raiva ainda.
– Pelé: Tomar no cu, viu, Dog?!? A Índiazinha é mina presença, mina de responsa, diferente daquela vadia da Mirele que só vive querendo achar um pau do morro pra sentar!
– Dog: A Roberta é outra, e esse otário aí – disse se referindo a mim – vive defendendo ela!
– Geré: Olha como que tu fala da Roberta, ela num é que nem essas cachorra que tu fica pegando por aí não! Roberta pode ter vacilado nessa parada de recado, mas se tu precisar dela, ela tá do teu lado, a porra toda! As vagabunda que tu pega só quer teu dinheiro!
– Dog: E a Roberta é tão burra que só quer o pau memo! Num sei porque essa defesa toda com a mina se ela é só mais uma buceta pra tua lista!
– Geré: Roberta é minha fiél, seu viado! Ela é mais parça que tu! Por aquela ali eu deixava minhas puta!
O Dog abriu a porta pra falar algo, mas se calou e só ficou me encarando, assim como eu tava com ele. O Uê e o Pelé ficaram aqui até tarde, quando as coisas se acalmaram, e o Dog foi pro quarto dele. Fiquei a noite toda acordado, e quando deu 4h, num aguentei de sono e dormi.
– Dog narrando –
Depois que o Uê e o Pelé foram simbora e o zé ruela do meu tio foi pro quarto e eu fui pro meu, eu fiquei articulando em como matar ele. Véi, passou mil fita na minha cabeça, mas eu fui pra mais fácil: matar ele dormindo. Aquele viadinho vai me pagar tudo que ele causou desde que eu cheguei no Alemão! Fiquei na porta do meu quarto – que é no final do corredor – a noite toda e quando vi que a luz do quarto dele apagou, eu peguei minha glock. Ele só dorme de luz apagada e o quarto dele tem uma parada que quando num se percebe movimento em 15min, a luz apaga. Esperei mais 15min e quando entrei no quarto, a luz ligou e ele abriu os olhos. Num era porque ele tinha acordado que eu ia desistir! Eu queria mandar esse arrombado pro inferno acordado de qualquer jeito!

Do Asfalto pra Vida  - 1/ Temporada ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora