○8. - Preciso Parar

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(Levi na imagem abaixo)

— Vamos, me ajuda aqui! - Ivan pede, ofegante

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— Vamos, me ajuda aqui! - Ivan pede, ofegante. Já está de pé.

Alex não hesita. De supetão, se põe de pé e ajuda o irmão a empurrar a pedra de volta para onde estava, tapando a saída do pequeno túnel. Ainda escutam o alarme, distante. Alex olha para cima. O bunker se estende infinitamente, como se tocasse o céu. Como sua casa por quase metade de sua vida pode ser uma farsa?

— Alex, precisamos ir! - O irmão grita, já se distanciando dela. - Ainda estão atrás de nós!

Sua ficha cai. Não é hora de tirar satisfações. Respira fundo, ainda se recuperando da claustrofóbica experiência minutos antes, e se põe a correr atrás do irmão. Ambos entram em um matagal extenso, um campo aberto. A vegetação roça na altura de suas coxas. A terra úmida sob seus pés os torna mais lentos do que gostariam. Os dedos dos pés de Alex estão congelando, protegidos por meias ensopadas pelo sereno que a vegetação acumulou.

São mais ou menos cem metros até chegarem às árvores, onde estariam camuflados pelo escuro. Estão quase lá. Ivan diminui ligeiramente o passo para ficar atrás da irmã e lhe dar cobertura. Estão completamente expostos. "O pior pode acontecer a qualquer instante", ele pensa.

E seus pensamentos tem uma força gutural. Mais de uma dezena de homens os encontram. Ambos olham para trás apenas por um segundo antes de manterem o foco e seguirem em frente. Conseguem ouvir os passos e ver parcialmente pequenos feixes de luz das lanternas que os homens carregam.

— Estão ali! - Um eco de gritos denuncia a mesma coisa: eles os encontraram.

— Não pare! Estamos quase lá! - Ivan grita para a irmã. Alex não pensa em desistir. Não sabe como suas pernas estão obedecendo aos seus comandos tão agilmente.

E estavam realmente quase lá. Alex já sorria vitoriosa ao ver os troncos das árvores tão próximos. Vinte metros, ela calcula. Só mais vinte metros...

É incrível como tudo pode ir por água abaixo de um segundo para outro. Em um passo, Alex sorri ao olhar para as árvores. No outro, o barulho de uma rajada de tiros a faz levar as mãos à cabeça e olhar abruptamente para trás. No outro, Ivan está no chão.




Ivan cai sobre a terra bruscamente. Primeiro os joelhos e depois, o peito. Seus gritos de dor se misturam com o som das balas e a sirene. Ele abraça sua perna de modo que estanque o sangramento – coxa esquerda, logo acima do joelho. A bala saíra, e a dor se alastra de forma abismal, mesmo com a adrenalina dominando seu corpo.

Alex se ajoelha logo ao seu lado ao ver o irmão ferido. As folhas do matagal os cobrem por completo, mas os outros não demorariam muito a encontrá-los. Ela pensa rápido e tira seu agasalho. Por baixo, uma regata. Seu corpo não responderia ao frio agora. Amarra a blusa branca de modo a estancar o ferimento, e a vê logo se encharcar de sangue. O ferimento está pior do que pensava.

Depois da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora