○43. - Alaska

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 — Agora! - Alex e Nic precisam confiar cegamente em Rafael, que dita as ordens. Seus estômagos dão voltas, mas eles vão. Dependem disso.

Correndo o máximo que pode, Nic coloca o walk talk ao lado do ouvido e segue à frente de Alex. Ambos adentram o temido corredor, extenso e branco, pouco iluminado. Correm beirando a parede da esquerda.

— Próxima porta, próxima porta! — Rafael grita no ouvido de Nicolas. O garoto mergulha na próxima sala à sua esquerda e puxa Alex com ele. Conseguem ouvir a respiração aliviada de Rafael do outro lado, seguida por passos do lado de fora.

Ok, estão na metade do caminho.— Sua voz sai falhada.

— Não parece feliz com essa notícia.

— É que agora é a parte foda.

O silêncio se segue do outro lado da linha.

— Falem logo, pelo amor de Deus. - Alex pede, nervosa.

— Estamos pensando. - O silêncio entre eles é seguido por chiados de uma respiração tensa. - Tudo bem, não podemos fazer os elevadores funcionar, vão denunciar vocês lá em cima antes que façam qualquer coisa.

— E sugere que...? - Nic pergunta, ansioso.

— Vão abrir a porta do elevador e entrar. Isso tem que ser rápido, ok? Se forem pegos, estão fodidos.

— Reconfortante. - Nicolas balança a cabeça e estufa o peito.

— A gente consegue. - Ela cochicha para o amigo.

— Se a Senhora Pessimista diz que a gente consegue, então a gente consegue. - Ele solta o ar com força, com um sorriso que tenta acalmar a si mesmo. - Como eu abro a porta do elevador?

— Ok, Nic, à sua direita têm um machado pra situações de emergência. Consegue pegar?

Nicolas apalpa a escuridão até encontrar o recipiente fechado por um vidro.

— Vai fazer um puta barulho.

— Já está um puta barulho. - Alex diz, ouvindo o caos vindo de fora.

Nic concorda. Alex espia pelo batente da porta.

— Agora, Nic, quebra essa porra.

Ao sinal de Rafael, Nicolas quebra o vidro. Alex prende a respiração, aflita. Nicolas toma o machado entre as mãos.

— Ok, isso vai funcionar.

— Fiquem espertos. Primeiro elevador. Estão muito perto.

Alex escuta os passos do lado de fora da sala.

O silêncio vindo do walk talk demora-se por minutos. O peito dos dois oscila de ansiedade. Não estão prontos quando as palavras saem do aparelho.

— Agora.

Nic empunha um machado vermelho em mãos. Corre corredor adentro abraçando a única esperança que eles têm. Alex o segue, empunhando a arma e segurando o walk talk.

Nic finalmente chega ao primeiro elevador, travando os pés no chão ao parar. Enfia a ponta do machado entre as portas fechadas.

— Rápido, Alex. - A voz de Rafael no ouvido da garota tenta manter-se calma, mas nenhum deles está.

— Vamos Nic! - Ela o apressa.

O garoto usa o cabo do machado para alavancar a porta. Seu rosto fica vermelho com o esforço, e seus braços tremem. Abre o suficiente para a amiga passar e faz um gesto com a cabeça para que ela o faça.

Depois da RuínaOnde histórias criam vida. Descubra agora